Na transmissão oficial da Fundação Ethereum foi revelado que o Ethereum 2.0 está nos preparativos finais de lançamento. Descubra o que mudará na cripto.
O Ethereum (ETH) é a maior altcoin do mercado e o segundo criptoativo mais importante do setor. Mas você sabia que a moeda está para passar por uma atualização completa? A atualização Serenity, simplesmente chamada de Ethereum 2.0 vai mudar completamente o ecossistema da moeda e poderá modificar consideravelmente o criptomercado.
Desde o seu lançamento a rede Ethereum e o seu token nativo Ether (ETH) se mostram projetos competitivos e com muita usabilidade, apresentando pela primeira vez os contratos inteligentes e abrindo a possibilidade para o conceito de blockchain 2.0. Mas apesar de suas inovações, a blockchain Ethereum passou a apresentar sinais de que precisava evoluir além de atualizações na rede já existentes.
Com problemas de escalabilidade e até mesmo a dificuldade de mineração, o time de desenvolvedores do Ethereum, incluindo o seu criador Vitalik Buterin, começaram o projeto Ethereum 2.0 para levar a blockchain para um novo nível.
Conheça quais são as melhorias que a atualização Serenity vai trazer para o Ethereum e, mais importante, como isso vai afetar o ecossistema atual da moeda.
Vale lembrar que, apesar de estar bem próxima, essa atualização não é nenhuma uma novidade para a comunidade do projeto. As mudanças vêm sendo discutidas nos anos, além de diferentes preparações para a Fase 0 que começaram ainda em 2016 (com a atualização Homestead).
O Ethereum 2.0 vai ser implementada em três fases e o objetivo final é tornar a rede mais ágil, com maior escalabilidade e com mais confirmações de transações por segundo, diminuindo o gargalo da blockchain.
Para alcançar esse objetivo a principal base do Ethereum 2.0 será a migração do algoritmo de Proof of Work (PoW, ou Prova de Trabalho) para o de Proof of Stake (PoS, Prova de Participação).
Por ser descentralizada, a Blockchain precisa atingir um consenso sobre as transações entre os participantes da rede. O Bitcoin e o atual Ethereum fazem isso através do Proof of Work, onde o poder computacional para confirmação de blocos é gerado por nós, essa é a famosa mineração de uma criptomoeda.
A mineração depende de um consumo muito alto de energia, além de excluir pequenos participantes com equipamentos mais fracos. O Proof of Stake surgiu como uma solução para isso, dependendo muito menos da capacidade computacional de um nó participante.
Os participantes de uma blockchain com protocolo PoS atuam ao colocar um certo número de moedas em um contrato (staking) e rodarem um software em seus computadores. Quanto mais moedas colocadas no contrato mais poder de confirmação de blocos um nó terá e consequentemente mais recompensa ele vai receber.
Nesse modelo a recompensa para os validadores é gerada através das taxas de transação da rede e não da mineração de novos blocos. A atualização do Ethereum 2.0 implica também na mudança da mineração da Ethereum para o Proof of Stake quer levar essas vantagens para os participantes da rede, fortalecendo os casos de uso do Ethereum.
Essa é uma resposta um pouco complicada, já que há muito por trás dessa importante atualização. Desde 2016 estão sendo realizados testes e a ideia inicial é que o projeto já tivesse sido lançado, mas por causa de novas descobertas e correções de vulnerabilidades o lançamento da Fase 0 foi adiada e não tem prazo definido.
No entanto, os testes e o desenvolvimento da atualização parecem estar bem avançados. Na primeira metade de outubro de 2020 durante um encontro dos Devs do Ethereum, foi informado que os testes da Fase 0 no Testnet Zinken foram um sucesso. Com isso, a equipe por trás do projeto está buscando um lançamento ainda em 2020.
A atualização seguirá as seguintes fases:
Com os testes indo bem, é bem provável que a previsão se cumpra e teremos o Ethereum 2.0 até o começo de 2022.
O Ethereum 2.0 trará um grande impacto para o ecossistema da rede e principalmente para os usuários. Na teoria a “simples” mudança de PoW para PoS vai garantir muito mais velocidade para a rede, tanto em relação às transações quanto para o uso e desenvolvimentos de dApps (aplicativos descentralizados).
Não apenas isso, mas o custo para manter a rede e seus nós também vai diminuir a pegada de carbono gerada pelo ecossistema e seus mineradores. No fim das contas, a rede Ethereum será muito mais ágil e poderá ter uma adoção maior para investidores e até desenvolvedores.
Tudo isso enquanto, segundo Vitalik e os devs da rede, a segurança continua sendo a mesma, assim como os incentivos para os participantes da blockchain.
Os investidores e holders de Ether estão animados com essa atualização porque ela pode representar um aumento de usabilidade do Ethereum e, consequentemente, uma maior valorização do ativo no longo prazo.
Assim como o Bitcoin, o ETH é um ativo que tem seu valor definido pela oferta e demanda. Por isso, caso a atualização resolva os problemas que supostamente mantêm a blockchain pouco escalável e adotada em massa, é possível que o ativo digital tenha aumento no seu valor.
Vale ressaltar que a comunidade não é unanime quando o assunto é a atualização. Alguns estão preocupados com os riscos à segurança e principalmente a possibilidade de o novo sistema trazer centralização para o ecossistema.
No entanto, a equipe de desenvolvimento garante que esses não serão problemas no futuro.