O que é Blockchain? Aprenda tudo sobre essa tecnologia.

Em tradução livre do inglês, Blockchain é uma "cadeia de blocos". Esta sequência de blocos de dados contendo as transações da rede Bitcoin é imutável e 100% transparente. Saiba tudo sobre essa tecnologia que permitiu a criação de moedas como o Bitcoin.

Se você perguntar a um especialista em tecnologia "O que é blockchain?", provavelmente ele irá te responder que é a principal disrupção tecnológica surgida nos últimos 20 anos.

No entanto, algumas pessoas ainda não entendem esse conceito, que começou a ficar mais conhecido sobretudo após a explosão do Bitcoin e das criptomoedas.

Por isso, ao longo desse conteúdo vamos explicar de forma simples e prática o que é e como funciona essa tecnologia e quais são as principais Blockchains existentes. Acompanhe:

O que é Blockchain?

A blockchain funciona como um banco de dados distribuído e descentralizado, no qual as informações são armazenadas em diversos computadores da rede, o que torna essa tecnologia altamente resistente a fraudes e alterações indevidas.

As transações são protegidas por criptografia e agrupadas em blocos, sendo validadas por um mecanismo de consenso que garante que todos os participantes da rede concordem com a veracidade das informações. Esses blocos são conectados de forma sequencial, formando uma cadeia segura e transparente, daí o nome blockchain.

Esse formato, baseado em criptografia e descentralização, garante a integridade dos dados, criando um registro inviolável e auditável. Por isso, a blockchain se tornou essencial em aplicações como criptomoedas, gestão de cadeias de suprimentos, contratos inteligentes, entre outras.

Entre os principais benefícios da blockchain estão:

  • Segurança aprimorada;
  • Transparência total;
  • Eliminação de intermediários;
  • Redução de custos operacionais;
  • Confiança descentralizada.

Em resumo, a blockchain transforma a maneira como armazenamos, compartilhamos e verificamos dados,  promovendo mais eficiência, segurança, criptografia robusta e credibilidade nas transações digitais.

Como surgiu a Blockchain?

A origem da blockchain não foi fortuita: ela nasce de uma tradição que remontava a três décadas de esforços de cripto-anarquistas em busca de dinheiro digital com privacidade e segurança.

Os Cypherpunks, ativos nos anos 1990, desempenharam papel decisivo ao divulgar e aplicar técnicas de criptografia como assinaturas digitais e criptografia de chave pública. Eles buscavam proteger a privacidade individual e garantir liberdade em transações digitais, uma filosofia que ecoa diretamente na tecnologia blockchain.

o que e blockchain - explicacao sobre cadeia de blocos
Modelo centralizado vs. Distribuído, uma das características da blockchain

Em 2008, o pseudônimo Satoshi Nakamoto publicou o whitepaper do Bitcoin, propondo um modelo de pagamento descentralizado baseado em blockchain. Essa inovação aplicava princípios criptográficos para resolver problemas de confiança e segurança, concretizando conceitos que os Cypherpunks defendiam há muito tempo.

Portanto, o trabalho dos Cypherpunks foi fundamental para moldar as criptomoedas modernas, trazendo à tona ideias centrais como privacidade, descentralização e segurança criptográfica, que ainda sustentam o funcionamento da blockchain hoje.

Como funciona a Blockchain?

A blockchain, originalmente chamada de Timechain (cadeia temporal), organiza blocos de dados em uma estrutura sequencial e interligada. Cada endereço criptográfico depende das transações anteriores para validar seu saldo, o que impede fraudes, pois os saldos só existem com base no histórico completo da rede.

Diferente dos sistemas bancários centralizados, onde dados podem ser alterados ou apagados, a blockchain registra exclusivamente as transações, de maneira imutável e transparente. 

Para consultar o saldo de um endereço, é necessário percorrer toda a sequência de movimentações desde a emissão da criptomoeda, algo facilmente feito por qualquer usuário que opere um nó da rede, ou até mesmo por sites com serviços gratuitos de consulta.

No caso do Bitcoin, os blocos são gerados através do mecanismo de consenso chamado Proof of Work (PoW), que exige que mineradores resolvam cálculos criptográficos complexos para validar um novo bloco. Esse processo, conhecido como mineração de BTC, ocorre em média a cada 10 minutos. 

Após a mineração de um bloco, os nós da rede verificam a validade da solução (hash) e confirmam a cadeia mais longa e legítima a ser seguida.

Cada bloco inclui informações como:

  • Data e hora da mineração, garantindo a ordem cronológica dos registros;
  • Valor transacionado (como BTC, ETH, etc.);
  • Endereços de origem e destino, preservando o anonimato com segurança;
  • Hashes únicas (Transaction ID ou TXID) que identificam cada transação.

Como cada bloco referencia o hash do anterior, qualquer tentativa de adulteração causaria um efeito dominó, comprometendo toda a sequência posterior,  tornando a blockchain extremamente segura e à prova de fraudes.

Como funcionam as transações na Blockchain?

Embora o funcionamento da blockchain possa parecer complexo à primeira vista, entender suas etapas é essencial para perceber como essa tecnologia garante segurança, integridade e consenso entre todos os participantes da rede. 

Cada ação é estruturada para garantir que todos acompanhem a mesma versão imutável dos dados.

o que e blockchain pilares
Fonte: msg-global

Veja como funciona o processo de validação de uma transação na rede:

  1. Solicitação da transação: o usuário envia uma transação para ser registrada em um novo bloco;
  2. Propagação na rede: a transação é retransmitida entre os nós participantes, aguardando validação;
  3. Mineração do bloco: um minerador seleciona as transações válidas e busca a solução criptográfica (hash) do bloco;
  4. Verificação da hash: os nós da rede verificam a solução proposta e confirmam a legitimidade do bloco;
  5. Atualização da blockchain: o novo bloco é adicionado à cadeia e, se for o mais longo e válido, passa a ser o padrão seguido por toda a rede.

Esse fluxo garante que todas as transações sejam auditáveis, imutáveis e sincronizadas globalmente, um dos pilares da confiança digital proporcionada pela blockchain.

Como funciona uma carteira de bitcoin

Qual a relação da blockchain com o Bitcoin?

Proteger um banco de dados exige elevado consumo de energia, especialmente com o modelo Proof of Work (PoW) utilizado pelo Bitcoin e outras criptomoedas de grande porte. Por isso, é necessário criar incentivos para que os mineradores continuem mantendo a rede ativa.

Uma das inovações de Satoshi Nakamoto foi justamente permitir essa remuneração por meio da emissão de novas moedas, além das taxas de transação pagas pelos usuários. Cada bloco minerado recebia, originalmente, uma recompensa de 50 Bitcoins.

Esse modelo cria um alinhamento perfeito de interesses: 

  • Os mineradores investem em equipamentos de alto desempenho;
  • Fortalecem a  segurança da rede;
  • Aumentam o valor do próprio Bitcoin, consolidando-o como um ativo extremamente confiável.

Hoje, além das blockchains tradicionais, existem soluções de segunda camada (Layer 2), como a Polygon, que operam sobre redes já consolidadas para reduzir custos, acelerar transações e escalar a capacidade do sistema, sem sacrificar a segurança.

Outro avanço importante é o uso de oráculos descentralizados, como o Chainlink, que conectam blockchains a fontes externas de dados, como preços de mercado, resultados esportivos ou eventos climáticos, ampliando a funcionalidade dos contratos inteligentes com interoperabilidade entre sistemas digitais e dados do mundo real.

Quais são os tipos de blockchains? 

As blockchains mais comuns são as blockchains públicas e privadas. No entanto, existem diferentes formas de implantação de uma rede blockchain, cada uma com funcionalidades e níveis de controle distintos. Veja os principais modelos utilizados:

Blockchain pública

Esse tipo de rede é totalmente aberta: qualquer pessoa pode participar, validar transações e acessar os dados. Um exemplo clássico é o Bitcoin, considerado o primeiro e mais descentralizado sistema blockchain do mundo. Outro exemplo popular é o Ethereum, que permite a criação de contratos inteligentes e aplicações descentralizadas (dApps).

Embora ofereça máxima descentralização e transparência, uma blockchain pública demanda alto poder computacional, possui menor privacidade nas transações e pode apresentar gargalos de escalabilidade. Por isso, seu uso em ambientes corporativos exige cautela.

Blockchain privada

Gerida por uma única entidade, essa rede restringe o acesso e a validação de transações a participantes autorizados.

Um bom exemplo é a Hyperledger Fabric, mantida pela Linux Foundation, amplamente utilizada por empresas como IBM e Walmart para rastreamento de cadeias de suprimentos. Outro exemplo é a Ripple, usada por bancos e instituições financeiras para processar pagamentos transfronteiriços de forma rápida e controlada.

Esse modelo oferece mais controle, privacidade e velocidade, sendo ideal para empresas que precisam operar com segurança e auditoria sem abrir mão da eficiência.

Blockchain permissionada

Combina características das redes públicas e privadas, permitindo o controle de acesso a determinados participantes. Tanto uma rede pública quanto privada pode ser permissionada. 

O projeto Corda, da R3, é um exemplo notável nesse segmento, utilizado principalmente por instituições financeiras. 

A Ripple, embora controlada por uma empresa, também pode ser classificada como uma blockchain permissionada devido ao controle de quem pode validar transações.

Blockchain de consórcio

Gerida por um grupo de organizações previamente selecionadas, essa rede compartilha responsabilidades e validações.

A Energy Web Chain é um consórcio de empresas do setor energético que compartilham dados sobre consumo e distribuição de energia por meio de blockchain. Outro exemplo é o 

Marco Polo Network, voltado para o comércio internacional e apoiado por grandes instituições financeiras.

O que é o SHA-256?

A função usada pelo Bitcoin é a SHA-256, criada pela NSA - Agência Nacional de Segurança dos EUA. De fato, ela é tão difícil de decifrar que mesmo os supercomputadores de hoje juntos levariam mais de 2.000 anos para resolver.

Ao contrário do que se imagina, as mineradoras, estes equipamentos com processadores desenhados especificamente para este algoritmo, trabalham na base de tentativa e erro. Milhões de soluções (hashes) são testadas, até que algum sortudo encontre a correta.

Embora no começo da rede fosse possível minerar criptomoedas como o Bitcoin com um simples notebook, a dificuldade de mineração, dada pelo hashrate, foi aumentando com o tempo, portanto hoje isto já não é mais possível, sendo necessário um computador com uma placa de vídeo para mineração.

O gráfico abaixo mostra o aumento do hashrate. Esta capacidade cresceu 20 vezes em apenas três anos.

Hashrate Bitcoin - Poder computacional que protege a rede
Confira também a preço do Bitcoin (BTC/BRL) em tempo real.

Vantagens da tecnologia Blockchain

A blockchain foi concebida para resolver o problema do gasto duplo, utilizando um banco de dados distribuído, transparente e imutável. Seus benefícios se ancoram em três pilares fundamentais:

Descentralização

Não há uma autoridade central com poder para reverter transações ou alterar regras sem consenso da comunidade. Em caso de desvio de interesses, a rede pode se bifurcar (fork), garantindo que os usuários mantenham controle total sobre a sequência de blocos aceitos.

Transparência e livre acesso

Em blockchains públicas como a do Bitcoin ou Ethereum, qualquer pessoa pode auditar todas as transações em tempo real. Essa verificação pode ser feita operando um próprio nó da rede ou utilizando exploradores de bloco (block explorers) disponíveis online — tudo de forma gratuita e confiável.

Imutabilidade dos dados

Uma vez validada e incluída em um bloco, a transação não pode ser desfeita. Quanto mais confirmações são geradas (novos blocos adicionados depois), mais difícil e custoso se torna alterar o histórico. Isso garante segurança e integridade dos registros.

Além disso, as atualizações da rede são testadas em ambientes controlados, conhecidos como testnets, antes de serem aplicadas na blockchain principal, garantindo robustez e evitando impactos indesejados.

Ainda tem alguma dúvida sobre o que é Blockchain? Veja o vídeo abaixo e entenda de forma resumida.

Blockchain e Web 3.0

A blockchain é a espinha dorsal da Web3, atuando como a tecnologia essencial que permite a criação de uma internet descentralizada, segura, transparente e voltada ao usuário.

Enquanto a Web2 é dominada por grandes plataformas centralizadas que controlam dados e interações, a Web3 surge como uma alternativa baseada em descentralização, propriedade digital e interoperabilidade, pilares viabilizados pela tecnologia blockchain.

A blockchain fornece o ambiente necessário para que contratos inteligentes, tokens, metaverso, DAOs e diversas aplicações descentralizadas (dApps) funcionem com autonomia e segurança, sem a necessidade de intermediários. Isso garante maior privacidade, confiança e controle dos dados por parte dos usuários.

Em resumo, a Web3 representa a próxima geração da internet, e a blockchain é a infraestrutura que torna essa revolução possível. Juntas, elas promovem um novo modelo digital baseado em criptoeconomia, governança descentralizada e propriedade compartilhada, impulsionando inovações nos setores financeiro, logístico, de jogos, arte digital e muito mais.

Quais as principais blockchains para conhecer?

Algumas das criptomoedas mais conhecidas como Dogecoin, Litecoin, Bitcoin Cash, Monero utilizam Blockchains muito similares à do Bitcoin.

No entanto, há algumas ideias interessantes surgindo, utilizando estruturas diferentes, seja na questão da mineração Prova de Trabalho (Proof of Work), ou no formato em que os dados são armazenados e verificados.

Atualmente, já existem várias Blockchains no universo das criptomoedas, com diferentes propósitos de desenvolvimento e aplicação, até mesmo as projetadas para memecoins. As principais blockchains do mercado, são:

A seguir, você confere um vídeo com as 5 principais Blockchains para conhecer, inclusive aquelas que você pode ficar de olho caso esteja buscando oportunidades em criptoativos relacionados às redes:

Existem diversas empresas buscando aplicar a tecnologia Blockchain para registro e transferência de ativos reais, utilizando oráculos, instrumentos que fazem este envio e recebimento de dados do mundo físico para o banco de dados descentralizado.

Além de entender o que é Blockchain, é preciso saber que esta tecnologia está em constante evolução, e apesar de o Bitcoin ser a criptomoeda com maior valor de mercado, e a mais conhecida, há competidores sérios buscando outras características e funcionalidades.

Caso você queira entrar no mundo cripto, você pode comprar Bitcoin e criptomoedas na Coinext.

Veja também: Cotações de criptomoedas em tempo real

Para aprender mais sobre blockchain, criptomoedas e mais conteúdos relacionados, como análise técnica de criptomoedas, acesse o Blog da Coinext.

Cadastro Coinext