Tudo sobre a criptomoeda Binance Coin (BNB): O que é, como surgiu, quais suas vantagens e diferenças para outras moedas. Como comprar, preço e mais sobre o token.
A Binance Coin (BNB) é a criptomoeda nativa da rede Binance Smart Chain (BSC), uma Blockchain desenvolvida e mantida pela Binance.
A BSC atualmente é focada no fornecimento de uma rede para a execução de smart contracts (contratos inteligentes) e aplicativos descentralizados, que fornecem as bases para o funcionamento das Finanças Descentralizadas (DeFi) e de outros setores que necessitam da confiabilidade e resistência de uma rede Blockchain.
A BNB, apesar de ter nascido como um token de utilidade, foi ganhando uma série de novas funcionalidades ao longo do tempo, se tornando a principal concorrente da Ethereum (ETH), a segunda maior criptomoeda em capitalização de mercado, ao lado da Cardano (ADA).
Conhecida dentro do mercado de criptomoedas por possuir uma rede de Blockchain de fácil uso e baixo custo de transação, ela tem se tornado cada vez mais uma alternativa à Ethereum, que já sofreu muito com o congestionamento da sua rede, elevando em muito as suas taxas de transação.
A Binance Coin, assim como a Binance Smart Chain, surgiram através do time de tecnologia da corretora de mesmo nome, liderados pelo CEO da empresa.
A BNB surgiu como um token utilitário na Blockchain da Ethereum sob o padrão ERC-20 em 2017. Seu objetivo era dar vantagens aos usuários da corretora, principalmente nas taxas de negociação.
O fornecimento de moedas BNB foi limitado a 200 milhões de unidades, dos quais 10% (20 milhões) dos tokens foram oferecidos aos investidores anjos (que investem no projeto ainda na sua fase inicial), 40% (80 milhões) para a equipe fundadora e 50% (100 milhões) aos participantes do ICO (Oferta Inicial de Moeda).
Com o passar do tempo, a BNB foi ganhando novas funcionalidades e deixou de ser apenas um token de utilidade no ecossistema da empresa que a criou, para possuir sua própria Blockchain, a Binance Smart Chain.
O desenvolvimento relativamente mais centralizado permitiu a rede evoluir de maneira muito rápida, trazendo maior maleabilidade para sua Blockchain, alcançando rapidamente o topo das criptomoedas por capitalização de mercado.
Apesar de possuir o fornecimento limitado a 200 milhões, a Binance se comprometeu a realizar a queima de uma determinada quantidade de tokens atrelados aos seus lucros, fazendo com que o preço do ativo esteja de certa forma atrelado ao desempenho da empresa, fato que explicaremos melhor ao decorrer do texto.
A rede Binance Smart Chain (BSC) fornece uma arquitetura para a execução de protocolos descentralizados através dos contratos inteligentes, atualmente muito demandados pelo mercado. Um grande exemplo é a rede Pancake Swap, que utiliza a BSC para a sua execução.
A utilização da BNB disparou no final de 2020 e início de 2021 com o crescimento das Finanças Descentralizadas (DeFi), quando vários projetos buscaram alternativas à rede Ethereum, que até pouco tempo dominava este mercado.
Devido a sua facilidade de implementação, além também dos baixos custos de transação, muitos projetos utilizam hoje a BSC para a tokenização de ativos, uma tendência que parece inevitável em toda a economia.
Especialistas apontam para a consolidação de um cenário futuro chamado “Tokenization of Everything” (Tokenização de Tudo). Seguindo a tendência deste mercado em expansão, muitos acreditam que seja inevitável que praticamente todos os elementos dos mercados financeiros e da economia tradicional, como ações, títulos, contratos, documentos, seguros e hipotecas sejam tokenizados e registrados em Blockchains.
Esta tendência está claramente acontecendo e de uma maneira muito rápida, e a BNB deve ocupar um espaço importante neste mercado ao lado das suas principais concorrentes.
O protocolo da BNB, apesar de ter sido inspirado na Ethereum, funciona com base no protocolo de consenso de Proof of Stake Authority (PoSA), uma variação do Proof of Stake (PoS), método de validação utilizado por diversas outras criptomoedas, como a Cardano e Chainlink, e que foi implementado na Ethereum.
Com o PoSA, assim como nos algoritmos de PoS, os validadores apostam tokens para proteger a rede e ganhar taxas. Contudo, o número de validadores no PoSA é limitado a 21, sendo estes os que mais possuem tokens apostados.
Em comparação, outras redes, como as do Bitcoin e do Ethereum, costumam ter dezenas de milhares de validadores de blocos. Essa diminuição no número de validadores é o que torna as transações mais baratas, pois menos pessoas ou empresas estão competindo pelo lucro das taxas de transação, porém mais centralizada.
Segundo a Binance, o PoSA, apesar de ser um método de consenso “semi-descentralizado”, como gosta de afirmar o próprio CEO da empresa, isso é o que garante e permite que a BSC ofereça baixas taxas de transação para o uso da rede.
Apesar de as Blockchains descentralizadas terem sido uma verdadeira revolução tecnológica, uma importante questão é que descentralização custa caro, e isso fornece uma vantagem para as redes semi-descentralizadas que conseguem garantir a segurança, como a BSC.
O Bitcoin utiliza desde a sua criação o protocolo de consenso de Proof of Work (Prova de trabalho), no qual cálculos matemáticos são executados por tentativa e erro para se encontrar o bloco de transações subsequentes, criando assim a cadeia de blocos, a chamada Blockchain. A partir do processo acima descrito, os mineradores emprestam o seu poder computacional para validar as transações na rede.
Este método tem sido muito criticado, especialmente por investidores do mercado financeiro tradicional, por conta do seu alto consumo energético que, apesar de tornar a rede mais segura, é uma preocupação dentro das políticas ESG (Meio Ambiente, Social e Governança).
Neste sentido, tanto o protocolo de Proof of Stake quanto de Proof of Stake Authority, utilizados na BNB, apresentam soluções para este alto consumo energético, pois permitem que a distribuição e validação das transações ocorra através do staking (aposta) dos tokens.
O Bitcoin foi desenvolvido para escalar globalmente através de camadas. Temos inicialmente a camada 1, que é a Blockchain em si, produzindo blocos de maneira altamente segura a cada 10 minutos.
Redes de segunda ou terceira camada são construídas sobre a Blockchain do Bitcoin. Um exemplo disso é a Lighting Network, que permite transações rápidas e baratas de BTC. Essa é a forma como o protocolo base da internet, o TCP_IP, se desenvolve.
Já a Binance Smart Chain (BSC) apresenta a vantagem de já possuir uma rede otimizada com um baixo custo de transação logo em sua camada principal, o que pode facilitar em muito a adoção da criptomoeda, visto que redes de segunda camada, como a Lighting Network do Bitcoin, podem ser muito complicadas para a maioria dos usuários no momento.
Por conta do desenvolvimento da rede BSC estar mais concentrado nas mãos da empresa que a criou, isto permite que a rede seja implementada em uma velocidade muito mais rápida do que o Bitcoin.
Uma atualização grande na rede do BTC pode requerer anos para que a comunidade chegue a um consenso sobre a mudança do protocolo, o que, apesar de diminuir os riscos da implementação de um eventual bug ou malware, pode fazer com que a rede permaneça defasada em relação a outras Blockchains, como a BSC.
Esta é realmente uma das grandes vantagens da BNB, que a destaca da sua principal concorrente, a Ethereum.
Por conta disso, muitos desenvolvedores estão utilizando a BSC para seus projetos, pois altas taxas podem afastar novos usuários. As taxas de transferência da rede normalmente são de menos de 1 centavo, e variam conforme o nível de congestionamento da Blockchain.
Muitos projetos semi-descentralizados, como a Binance Smart Chain, são criados por desenvolvedores anônimos ou por empresas pouco conhecidas. O envolvimento da Binance na rede BSC é um forte ponto de confiança que trás maior segurança para o investidor, uma vez que existe um responsável de grande porte pela rede.
A rede BSC permite que tokens sejam criados muito mais facilmente do que na rede Ethereum, uma vantagem significativa para o desenvolvimento deste setor que vem crescendo a uma velocidade impressionante.
O crescimento do uso da rede aumenta a sua adoção, uma vez que o seu token nativo, a Binance Coin, tende a ser mais utilizado para o pagamento das taxas para transferências de tokens, crescendo assim a sua demanda, e consequentemente o seu preço.
Um dos grandes diferenciais da Binance Coin é que o seu fornecimento está diretamente ligado aos lucros da Binance. A exchange se comprometeu em utilizar 20% dos seus lucros para comprar tokens BNB e queimá-los, isto é, destruí-los, tornando o ativo mais escasso e valioso.
Por esse motivo, os ganhos da BNB estão ligados ao desempenho da exchange, o que o torna um bom ativo para quem deseja se expor aos ganhos da empresa. Vale ressaltar que a Binance não possui o capital aberto em bolsa, isso significa que não é possível comprar as ações da exchange abertamente.
Com o protocolo Proof of Stake Authority, assim como o Proof of Stake tradicional, os validadores apostam tokens para realizar a segurança da rede e receber as taxas de transação, em vez de minerar.
Contudo, como explicado anteriormente, o número de validadores ativos, isto é, aqueles elegíveis para receber as taxas de transação, é limitado aos 21 stakers com maior número de moedas apostadas. Isso faz com que a competição entre os validadores seja menor, proporcionando menores taxas de transação.
Este método é sensivelmente mais ecológico, porém mais centralizado, visto que existem poucos validadores realizando a segurança da rede. Porém, este é o preço pago para se ter uma rede mais eficiente.
Se tornar um validador e receber as taxas de transação na rede BSC não é uma tarefa fácil, visto que é necessário que você se torne um dos 21 maiores stakers da moeda, algo que certamente é muito custoso.
Conforme dito acima, caso você adquira suas moedas em uma corretora, há a possibilidade de armazená-las diretamente na própria plataforma da corretora. Porém também existe a possibilidade de guardar as moedas em carteiras, que podem ser digitais ou físicas.
As principais carteiras do mercado para se armazenar BNB são:
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