O que é a atualização da Ethereum chamada Shanghai e quais seus impactos para a moeda? Entenda como essa mudança pode impactar o preço e o mercado cripto.
A Ethereum é uma rede blockchain líder no desenvolvimento de soluções financeiras e de uma ampla variedade de aplicativos no universo das criptomoedas. Devido à sua importância, muitos consideram a Ethereum como um dos principais alicerces do setor cripto, ao lado do Bitcoin.
Ethereum, portanto, refere-se à rede blockchain, enquanto Ether é a sua criptomoeda nativa. Para efetuar transações ou executar contratos inteligentes (smart contracts) nesta rede, é preciso pagar aos mineradores usando Ether. O Ether (ETH) funciona como o combustível da rede Ethereum, e é por isso que o termo é frequentemente utilizado para se referir também à criptomoeda.
Além de realizar transações com sua criptomoeda nativa, o Ether (ETH), a Ethereum também oferece suporte à criação de inúmeros tokens que se beneficiam de sua infraestrutura, graças à segurança e descentralização proporcionadas pela rede Ethereum.
Atualizações de uma rede blockchain são mudanças no protocolo subjacente que visam melhorar a performance, segurança, escalabilidade e a funcionalidade do sistema. Essas atualizações são importantes para garantir que uma determinada rede continue evoluindo, atendendo às demandas crescentes de seus usuários e se adaptando a um cenário em constante mudança, principalmente quando consideramos os diversos novos projetos de blockchain e criptomoedas que sempre chegam ao mercado.
As atualizações na rede Ethereum são particularmente importantes, já que, como mencionamos no começo do artigo, ela é a líder para o desenvolvimento de aplicativos descentralizados (dApps) e contratos inteligentes. A Ethereum precisa evoluir continuamente para se manter à frente de outros projetos cripto.
Os últimos upgrades da rede estão dentro da mudança mais ampla para a Ethereum 2.0, que incluiu a atualização London e a The Merge.
Imagino que você já tenha ouvido esse termo antes, e pode até ter se perguntado o que exatamente isso significa. Um fork, em criptomoedas, é basicamente uma mudança no protocolo da rede blockchain. Pode ser entendido como uma "bifurcação" no caminho que a rede estava seguindo (por isso o nome "fork" - garfo em inglês). Geralmente, isso acontece quando a comunidade por trás da criptomoeda decide implementar novos recursos, corrigir problemas ou fazer melhorias no sistema.
Existem dois tipos principais de forks: soft forks, que mantêm as atualizações realizadas compatíveis com a versão anterior da blockchain, e os hard forks, que criam uma divisão permanente na blockchain, criando uma nova estrutura que inclui até uma nova criptomoeda. No caso da Shanghai da Ethereum, teremos uma hardfork. Vamos entender mais sobre essa atualização a seguir.
A tão esperada atualização da rede Ethereum está marcada para acontecer no bloco 620.9536 da rede principal, prevista para as 19h27 do dia 12 de abril de 2023, no horário de Brasília. Na verdade, serão duas atualizações ocorrendo ao mesmo tempo: o Shanghai Fork e a Capella, formando um evento carinhosamente apelidado de "Shapella" - uma junção dos nomes das duas atualizações.
O objetivo principal do Shanghai Fork é permitir a retirada de tokens Ether do processo de staking, mas vai incluir também questões remanescentes da última atualização, chamada The Merge, melhorando a eficiência e o desempenho geral do protocolo.
Mas você pode estar se perguntando: o que é staking? É simplesmente o ato de travar tokens na rede, ajudando na validação das transações dos blocos e, em troca, ganhando renda passiva. Essa atividade foi introduzida na rede Ethereum após a atualização "The Merge" no ano passado, substituindo o sistema de segurança Proof of Work (mineração) pelo Proof of Stake.
A atualização Shanghai permitirá dois tipos de retiradas: parciais e totais. As retiradas parciais possibilitarão que os validadores acessem seu saldo excedente aos 32 ETH necessários para estabelecer um nó validador completo. É importante destacar que mesmo que todos os validadores ativos (cerca de 562.000) solicitem saques completos assim que a atualização for ativada, apenas 1.800 conseguiriam fazê-lo por dia. Isso resultaria em uma pressão de venda relativamente pequena em comparação aos volumes de Ether negociados diariamente nos últimos meses.
Com a atualização, estima-se que até 7 milhões de Ether (equivalente a cerca de US$ 32 bilhões) possam ser destravados. A principal preocupação nos primeiros dias e semanas após a atualização é a liberação de aproximadamente 1,1 milhão de Ethers em recompensas de staking. Isso pode gerar incertezas em relação ao preço do ativo, já que há possibilidade de uma pressão de venda no mercado.
No entanto, alguns acreditam que essa pressão já pode estar precificada. Há também expectativas de que muitos novos investidores passem a participar do staking de Ethers após a atualização Shanghai, uma vez que ela trará maior certeza sobre a liquidez do processo.
Além disso, embora possa haver alguma volatilidade inicial, a rede se tornará mais robusta e, consequentemente, estará mais preparada para um futuro promissor. Isso tende a impactar positivamente o preço do Ether no médio e longo prazo.
Espero que esse artigo tenha ajudado a entender tudo sobre a atualização da Ethereum. No Blog e nas redes sociais da Coinext você encontra diversos conteúdos para te ajudar a desbravar o universo cripto com confiança.