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Spread: Entenda como funciona no mercado financeiro

Você sabe o que é spread? Essa é uma operação básica que quem pretende ser investidor precisa saber. Entenda o conceito e como funciona aqui.

Luiza Brito
Última atualização:
1/8/2023

Estar imerso no universo financeiro é constantemente nos depararmos com conceitos novos e que, muitas vezes, na prática já compreendemos o seu significado, só nunca havíamos descoberto o nome. 

O spread é um desses conceitos que, muito provavelmente, você já entende o seu significado. Mas, se ainda não sabe, fica tranquilo que até o final deste texto você vai entender o que exatamente este termo pode significar e suas aplicabilidades no dia a dia. Dá uma olhada no que vamos ver no artigo de hoje:

  • O que é Spread?
  • Como spread funciona?
  • Tipos de spread
  • Spread no mercado financeiro
  • Spread nos bancos
  • Quais fatores podem influenciar o Spread?
  • Liquidez
  • Volume negociado
  • Volatilidade
  • Como calcular o spread?
  • Spread aditivo
  • Spread multiplicativo
  • Spread nas criptomoedas

Bom, eu mencionei que você provavelmente já entende na prática o que é o significado de spread pois ele basicamente representa o lucro de uma operação de compra e venda, de qualquer natureza, de qualquer coisa que possa ser comprada por um valor, e vendida por outro valor, acima do de compra. A diferença entre o preço que você pagou e o preço que você vendeu será o spread daquela operação.

Este valor de venda precisa estar acima do valor de compra pois nele estão embutidos todos os possíveis gastos que o que quer que esteja vendendo possa ter nesse processo. Caso você venda a um valor que não cubra estas despesas embutidas, você provavelmente terá um prejuízo.

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Como o spread funciona?

Para entender melhor, vamos à um exemplo prático.

Seu Antônio tem uma padaria de bairro que vende diversos tipos de mercadorias diferentes. O pão francês é um dos produtos que mais vende e por isso pode ser uma ótima oportunidade de trazer lucro.

Mas, para saber quando ele coloca no valor do kilo de seu pão francês, Seu Antônio precisa saber quanto custa cada um dos ingredientes da receita, quanto tempo demora para fazer uma fornada, quantos pães saem em uma fornada, o custo elétrico dos aparelhos que são utilizados na produção, o salário do padeiro que ficará responsável, dentre outros custos envolvidos no processo de produção do pão. 

Então, para que ele defina um preço de venda para o seu produto é preciso pensar em todos os custos envolvidos no processo até chegar o produto final e, além de cobrir os custos é preciso que traga o lucro. Portanto, o spread de Seu Antônio precisa refletir esta conta, dos custos envolvidos e do lucro que ele precisa ter.

O raciocínio é o mesmo para operações bancárias e transações financeiras, o spread é a diferença entre o preço de compra e o preço de venda.

Trazendo agora para o universo dos investimentos, o spread pode ser entendido como a diferença entre o maior preço das ordens de compra de um ativo e o menor preço das ordens de venda deste mesmo ativo, é a lacuna que fica no gráfico entre a pressão compradora e pressão vendedora.

Por exemplo, no momento em que este artigo foi escrito o maior preço de compra do Bitcoin  na Coinext estava em R$322.000, enquanto o menor preço de venda estava em R$323.000,00. Ou seja, o spread do Bitcoin neste momento era de exatamente R$1.000,00.

Tipos de spread

Até aqui, já entendemos que o spread é a diferença entre o preço de compra e o de venda de alguma coisa. Essa coisa pode ser uma mercadoria, como o pão francês, mas também pode ser uma ação ou uma criptomoeda, a lógica aplicada é a mesma.

Ou seja, o spread é o lucro bruto de uma transação financeira.

Porém, como nós vimos nos próprios exemplos, spread pode ser aplicado em diversos contextos e, com isso, seu conceito na prática precisa ser levemente ajustado também. Os cenários mais comuns de encontrarmos o termo spread é no meio bancário e no meio financeiro. Vamos entender melhor o que significa cada um deles.

Spread no mercado financeiro

O spread no mercado financeiro é exatamente o conceito principal que trouxemos aqui, de representar a diferença entre o maior preço de compra e o menor preço de venda de um ativo financeiro.

Portanto, se você estiver analisando a Ethereum por exemplo,, ou qualquer outra cripto na verdade, você deve analisar o Livro de Ofertas e buscar o menor preço de venda e o maior preço de compra da moeda e fazer a subtração. 

No caso da Ethereum, o maior preço de compra é de R$9.966,66, e o menor preço de venda é R$10.022,13, portanto seu spread foi de  R$55,14. 

Inclusive, na Coinext o spread de cada criptomoeda já vem informado no Livro de Ofertas.

Spread no Livro de Ofertas Coinext

No mercado de investimentos, o preço de venda mais baixo é conhecido como "ask", enquanto o preço de compra mais alto é conhecido como “bid”.

Dessa forma, o spread no mercado financeiro pode ser útil para nos ajudar a calcular e a entender qual a possível taxa de retorno em operações de compra e venda de ativos financeiros.

Essa lacuna que o spread financeiro preenche representa a diferença nas expectativas entre a oferta e a demanda, ou entre compradores e vendedores. Isso porque quem está vendendo sempre quer vender pelo preço mais alto e quem está comprando, quer comprar pelo menor preço possível.

Assim, quanto maior o spread, mais isso indica que o mercado não está concordando muito com os preços, pois os vendedores oferecem por um preço X e os compradores querem comprar a um preço Y, e estes estão com diferença acentuada nos valores. Porém, se o spread for pequeno é um indício de que compradores e vendedores estão na mesma página sobre quanto aquele ativo em questão está valendo. No entanto, existem outros fatores que influenciam no valor do spread do ativo, mais abaixo veremos melhor cada um deles.

Spread bancário

O spread bancário segue a mesma linha de raciocínio, a única coisa que adaptamos é o que constitui os ativos que “entram” e os ativos que “saem”. No caso dos bancos essa linguagem é falada em termos de taxas juros.

Para um banco, a forma que ele consegue mensurar o seu lucro é a partir da diferença entre as taxas de juros no momento de concessão de créditos e no momento de captação de recursos. Basicamente é a diferença financeira entre o que o banco paga a um investidor, para obter recursos, e o que ele cobra para emprestar esses mesmos recursos.

Por um exemplo, um banco consegue levantar dinheiro através de investidores e grandes empresas que apostam no banco e através de empréstimos. Porém, até mesmo para ele ter um dinheiro disponível para as pessoas e empresas fazerem seus empréstimos ele tem um custo. Esse custo pode é embutido  na taxa que é cobrada em cima dos empréstimos.

Na prática, funciona mais ou menos assim: você investe o seu dinheiro na poupança, à um rendimento de 3% ao ano. Uma empresa de calçados precisa de um empréstimo de x reais e então recorre ao banco para negociar. O banco aprova o empréstimo, porém cobra uma taxa de juros de 25% ano ano.

O spread bancário dessa situação, ou seja, o lucro que o banco teve, em porcentagem, somente com esta operação é de 22% (25 -3 = 22). 

Você subtrai o custo de captação do dinheiro, no caso o seu investimento na poupança com rendimento de 3% ao ano, pois é um valor que o banco precisa te "devolver", do valor do rendimento do empréstimo, que é de 25% ano ano, que é um valor que o banco vai receber.

É importante lembrar que, neste caso o investimento de uma pessoa no banco, para o banco representa um custo, apesar de ser dinheiro entrando, depois ele terá de retornar esse valor para o investidor em algum momento. Sendo assim, como é um custo para o banco, é este o valor que é subtraído, o valor de 3% da poupança.

E o empréstimo, apesar de em um primeiro momento significar dinheiro saindo do banco, pois ele estará emprestando ao cliente, em algum momento este dinheiro retornará, e ainda com um taxa de juros aplicada, a taxa de 25%. Ou seja, ao final do empréstimo o banco terá um rendimento de 25% sobre aquele empréstimo. 

A subtração é para sabermos o lucro, ou seja, descontar os custos de captação, o dinheiro que retorna para os investidores, dos rendimentos do banco, com a concessão de empréstimos. 

A título de curiosidade, você sabia que o Brasil é um dos países com maior spread bancário do mundo? 

Um dos principais motivos para os empréstimos serem tão caros e com juros abusivos aqui no Brasil é o fato de o mercado financeiro ser totalmente centralizado e restrito, uma pequena quantidade de bancos multimilionários dominam o mercado por completo. Dessa forma torna-se muito mais fácil formações oligopólicas, nas quais os bancos combinam qual será a taxa média dos empréstimos, jogando os valores lá em cima.

Além disso, a taxa Selic, taxa básica de juros da economia brasileira, está sempre flutuando em valores altos, o que resulta em um alto custo para os bancos captarem seus recursos também. Logicamente eles vão querer descontar esse alto custo de captação nos empréstimos, repassando o dinheiro igualmente caro para o mercado.

Por esta razão o Bitcoin e outras criptomoedas estão cada vez mais ganhando destaque na sociedade, pois eles compõem um novo sistema financeiro chamado de Finanças Descentralizadas (DeFi). A principal proposta de valor deste sistema é literalmente descentralizar o controle do seu dinheiro das mãos do banco, através de um sistema de dados aberto, compartilhado e imutável, que é o Blockchain.

Os fatores que influenciam no Spread 

Como dito anteriormente, além da pressão compradora e vendedora existem outros fatores que incidem diretamente no spread de um ativo financeiro, sendo os principais a liquidez, o volume negociado e a volatilidade do ativo.

Liquidez

Quanto mais liquidez tiver um ativo, menor seu spread será entre o preço de compra e o preço de venda. 

Vale lembrar que, neste contexto, estamos tratando a liquidez como a facilidade de negociação que um determinado ativo possui. 

É bem simples entender esta linha de raciocínio, se o spread é a lacuna entre o maior preço de compra e o menor preço de venda, certamente se a lacuna é menor, ou seja, se o espaço é menor, significa que os compradores e os vendedores daquele ativo estão mais próximos de um consenso. Se está havendo um consenso, significa que os investidores estão conseguindo realizar suas operações, de compra e venda, sem maiores dificuldades. Logo quanto maior a liquidez,  maior a facilidade em negociar o ativo e menor será o seu spread.

Para aqueles que têm costume de operar à curto e curtíssimo prazo, como day trade e scalping trade, a liquidez alta, com um spread menor, é super importante para facilitar o papel do trader, já que ele precisa entrar e sair do mercado em um tempo de 24 horas ou até mesmo minutos.

Volume Negociado

Já que estamos falando sobre operações de curto e curtíssimo prazo, entender como o volume negociado do ativo interfere no spread fica ainda mais fácil. 

Quem opera em day trade e scalping trade geralmente realizam diversas operações no mesmo dia, buscando lucrar nas pequenas oscilações que o ativo terá. Ou seja, o alto volume de operações que esses traders realizam, buscando aproveitar as pequenas variações, é justamente onde se encontra o lucro deles. 

Sendo assim, se você estiver buscando este tipo de operação, com lucros a curto prazo, é interessante que você analise um ativo com spread menor. Quanto maior o volume negociado do ativo, menor o spread tende a ser.

 Volatilidade

A volatilidade é a habilidade que um ativo tem de oscilar seu preço em um determinado período de tempo. Como já explicamos diversas vezes aqui no blog, as criptomoedas são ativos extremamente voláteis, pois conseguem variar muito o preço num curto espaço de tempo.

Normalmente, quanto maior a volatilidade de um ativo, maior o spread ficará. Se um ativo consegue variar seu preço muito rapidamente, e com facilidade, torna-se mais difícil que os compradores e os vendedores entrem em consenso. Sendo assim, o spread tende a ser maior.

A volatilidade consegue modificar temporariamente o spread, porém é necessário que os traders saibam identificar se o que está acontecendo é a variação natural do ativo ou é algo atípico. Se for uma volatilidade atípica, que foi causada por alguma notícia bombástica que possa ter abalado o mercado, como ocorreu recentemente quando Elon Musk fez um aporte bilionário em bitcoins, em nome da Tesla,  depois de um tempo o spread tende a voltar ao seu valor normal, assim que o ativo passar pela correção. 

Porém cabe ao trader saber identificar se o spread e a volatilidade estão altos por conta da natureza do ativo ou por conta de alguma interferência externa no mercado.

Em todos os casos o trader deve ter muita cautela ao operar, por isso estamos sempre recomendado que vocês estudem e acompanhem as notícias do mercado financeiro-econômico. Saber fazer uma boa análise fundamentalista do ativo em que quer investir, ou da instituição que o emite, é super importante para entender melhor tais episódios.

E é claro, ter maior domínio da análise técnica também é essencial para você conseguir driblar o mercado e mitigar seus prejuízos caso algo não saia como previsto.

Como calcular o spread?

Existem duas principais maneiras de calcular o spread, a forma aditiva e a forma multiplicativa. Vamos conhecer cada uma delas.

Spread aditivo

Essa é a forma mais simples de se calcular um spread, podendo ser bancário ou financeiro.

No caso do spread bancário, você calcula a diferença entre a taxa de captação de recursos e a taxa de empréstimo. No spread financeiro você calcula a diferença entre o menor preço de venda e o maior preço de compra.

Exemplo ilustrativo do spread bancário:

  • Taxa de captação de recursos (pessoas que investem no banco): custo de 10% ao ano para o banco
  • Taxa de empréstimos: 25% ao ano
  • Spread = Taxa de empréstimo - Taxa de captação = 25% - 10% = 15%

Exemplo no spread financeiro

Moeda Litecoin

  • Preço de venda mais baixo: R$1.134,60
  • Preço de compra mais alto: R$1.125,27
  • Spread = preço de venda mais baixo - preço de compra mais alto = 1.134,60 - 1.125,27 = 9,33

Spread multiplicativo

É uma forma um pouco mais complexa de se calcular o spread. Ela leva em conta o deságio entre a taxa de captação e a taxa de repasse para saber o ganho percentual entre elas.

A fórmula é a seguinte:

FORMULA SPREAD

Exemplo:

Você investe no banco em um investimento com rendimento de 10% ao ano. 

Ao mesmo tempo, uma empresa solicita um empréstimo de R$100.000, com um juros de 20% ano ano.

Seu spread multiplicativo é: [(1+ 20/100)/(1+ 10/100) - 1] x 100 = 9,09%


Spread nas criptos

Como podemos ver ao longo do texto, podemos aplicar o spread financeiro tranquilamente nas operações com criptos, inclusive no próprio Livro de Ofertas da Coinext já vem indicando o spread de cada moeda.

Além disso, também pudemos concluir que o spread é mais útil para aqueles que operam em curto prazo, com operações de day trade ou scalping trade. Até quem pratica swing trade pode se beneficiar do spread, fazendo a análise correta. Ele não é um indicador muito comum de ser observado apenas para aqueles que trabalham com estratégias a longo prazo, como o HODL por exemplo, estratégia de comprar e segurar o ativo por muito tempo sem vendê-lo.

Veja mais sobre o HODL neste artigo.

Também observamos que os principais fatores que influenciam no spread de um ativo são fatores bem expressivos nas criptomoedas, como a volatilidade, a liquidez e o volume negociado. As criptomoedas possuem alta volatilidade, o que lhes confere também um spread maior. Além disso, são ativos geralmente negociados em um volume mais alto também, o que pode ajudar a diminuir o spread. A liquidez da criptomoeda no momento vai depender de outros fatores, principalmente se está havendo um maior ou menor equilíbrio entre as expectativas dos compradores e vendedores sobre o preço do ativo.

Mas é importante lembrar que analisar o spread sozinho, não faz muito sentido, precisa ser acompanhado da análise de outros indicadores em conjunto. Nem sempre um spread menor é o melhor caminho, ou o melhor dos cenários, afinal ele indica o lucro bruto da operação.

Algumas pessoas tentam fazer arbitragem entre diferentes corretoras para utilizar o spread. Basicamente essas pessoas tentam procurar as criptomoedas em diferentes corretoras para comprar em uma que esteja mais barato e vender naquelas que estão com mais valorização da respectiva moeda. 

Essa variação no preço das criptomoedas nas corretoras é completamente normal e acontece  devido a vários fatores que incidem na cotação do preço, como as taxas de corretagem, país em que a corretora está, volumes negociados, regulamentações, fusos horários, e o fato de ser um mercado ininterrupto. Tudo isso cria diferentes mercados para a mesma criptomoeda, por isso sempre existirá essa variação na cotação, porém não é algo expressivo e gira em torno de 1%. 

A prática da arbitragem com as criptomoedas até funciona na teoria, porém na prática é bem diferente e o processo fica bem mais complexo. Isso porque você precisaria comprar a moeda em uma corretora, depois sacá-las para uma carteira, encontrar outra corretora, depositar suas criptos que estavam na carteira, programar e executar a ordem de venda e aguardar ela ser aceita, para por fim, sacar o seu dinheiro em reais. E tudo isso precisa ser feito em tempo hábil para você não perder a estratégia, além do fato de que você precisaria monitorar constantemente inúmeras corretoras e suas variações para as criptos.

O mais indicado e prático é manter suas operações na mesma corretora, apenas observando o spread e o analisando em contextos que façam sentido o seu uso. 

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Sobre o autor
Luiza Brito
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