Você sabe o que é insider trading? Descubra como ele pode afetar o mercado de criptomoedas e entenda como se proteger dessa prática. Saiba mais!
O Insider trading é uma prática que pode acontecer entre investidores, dentro de instituições financeiras e, assim como na Bolsa de Valores, esse ato também é ilegal no trade de criptomoedas.
Mas, você sabe exatamente o que é insider trading? Sabe por que é considerado um crime no mercado financeiro? Sabe como evitar cair nessa prática mesmo que sem querer? Nesse conteúdo, você encontra respostas para essas perguntas.
Dá uma olhada no que vamos falar neste artigo para entender mais a respeito:
Não há uma tradução exata para insider trading no português, mas essa expressão significa uma troca de informação interna privilegiada. No mercado de criptomoedas, essa informação interna diz respeito a dados privilegiados que podem favorecer alguém em seu investimento em criptoativos.
Isso acontece quando um ou mais traders conseguem informações confidenciais de dentro de empresas que trabalham com investimentos em criptomoedas, por exemplo, e passam essas informações para frente. Assim, outros potenciais investidores envolvidos no esquema são favorecidos, pois saem com uma vantagem desonesta sobre os investidores de fora.
Vale destacar que o insider trading não é uma prática restrita ao mercado de criptomoedas. Alguns casos também são percebidos em mercados já consolidados como o mercado de ações.
O insider trading pode ser cometido a partir de diferentes formas de acesso às informações privilegiadas. São essas formas que caracterizam o insider trading em primário ou secundário:
Além das empresas que se envolvem, mesmo que indiretamente, perderem a credibilidade, o preço das criptos pode ficar ainda mais inconstante, e os investidores tendem a perder a noção do fluxo de preços e de novas informações.
Com isso, a reputação do mercado de criptomoedas sofre, e o número de investidores, assim como o valor das moedas, cai. Além disso, fatores como Spread, slippage e impacto nas ordens de mercado (market) podem gerar ainda mais instabilidade. Dessa forma, por receio de potenciais investidores, as negociações tendem a ser prejudicadas a curto prazo, logo após um insider trading ser noticiado.
Como a pessoa que pratica o insider trading está tirando vantagem sobre outras usando de informações sigilosas, a Lei nº 6.385/76 considera que ela está cometendo um crime:
“Art. 27-D. Utilizar informação relevante ainda não divulgada ao mercado, de que tenha conhecimento e da qual deva manter sigilo, capaz de propiciar, para si ou para outrem, vantagem indevida, mediante negociação, em nome próprio ou de terceiro, com valores mobiliários.”
A pena pelo insider trading é de até 5 anos, além de multa de até 3 vezes o valor lucrado com a operação.
Por ser uma prática que pode deixar inúmeras pessoas em desvantagem, é importante saber se prevenir, é fundamental contar com estratégias de gestão de risco em investimentos e conhecer bem o perfil de investidor em criptomoedas, certificando-se de que estará tomando decisões seguras e alinhadas com o mercado.
Então, desde 2001, a chamada “Lei da CVM”, a Lei nº 6.385/76, protege os investidores sob uma regulamentação de mercado de capital.
Essa lei determina a situação que diz respeito ao administrador que não cumpre com seu dever e age de má fé e deslealdade dentro de seu campo, se enquadrando, assim, no crime contra o mercado de capital.
Além da proteção legal, existem maneiras de você também se proteger por conta própria na hora de investir. São ações que podem parecer singelas, mas fazem diferença, como as listadas abaixo:
Outro comportamento importante é investir em moedas de maior popularidade e porte, como o Bitcoin e o Ether. Empresas de menor porte podem ser mais facilmente manipuladas.
Da mesma forma, reportar casos de vazamento de informações importantes relacionadas a investimentos em criptos é uma forma de se prevenir e ajudar outros investidores também.
Em 2009, Luiz Gonzaga Murat Júnior, ex-diretor de finanças, e Romano Ancelmo Fontana Filho, ex-membro do Conselho de Administração, ambos da Sadia, investiram em ações da Perdigão na Bolsa de Nova York após participarem de uma reunião sobre a aquisição da companhia, e usarem a informação para investir com vantagem.
Além da multa de R$349 mil e do valor de R$254 mil por danos coletivos, Luiz Murat foi condenado a 2 anos e 6 meses de prisão. Fontana pagou R$374 mil de multa, mais R$303 mil por danos coletivos, e foi condenado a 2 anos e 1 mês.
Outro caso de insider trading no Brasil aconteceu em 2017, quando os irmãos Batista começaram a movimentar as ações da empresa JBS de maneira atípica, vendendo grande parte delas, dias antes da delação premiada. Com o lucro das operações, na semana seguinte os irmãos compraram altas quantias de dólar, deixando o prejuízo da queda das ações que ocorreu depois das delações com os acionistas que compraram suas partes.
A multa que tiveram que pagar diante da delação passou de 100 milhões de dólares.
Portanto, percebe-se que o insider trading é uma prática que não é só trabalhosa e arriscada, mas que também pode aproximar os investidores de mais pessoas de má fé, do que de pessoas com informações privilegiadas de fato. Então, além de não compensar, não garante os lucros sonhados quando se investe em criptomoedas.