Gestão de riscos: Você sabe como fazer uma?

Entenda como uma gestão de riscos é extremamente importante para as suas finanças e aprenda o que uma boa gestão de riscos precisa ter.

Equipe Coinext
Última atualização:
15/3/2024

Em qualquer atividade humana, em diferentes níveis, estão presentes os riscos, e no mundo dos investimentos não poderia ser diferente. Mas para isso, podemos sempre nos preparar e, principalmente, possuir um plano de execução para minimizar os danos de uma eventual perda, afinal, ninguém gosta de perder dinheiro, certo?

Nesse artigo você aprenderá a como escolher a melhor estratégia para gestão de riscos, adaptada ao seu perfil de investimento, lhe dando a capacidade para optar por diferentes graus de exposição à riscos que se encaixam melhor a seu portfólio e situação financeira.

Em especial, no mercado de criptomoedas, por ser um setor relativamente novo, sujeito a problemas regulatórios e alta volatilidade se comparado aos mercados tradicionais, é necessário fazer uma boa gestão do seu cripto-patrimônio para se aproveitar ao máximo desse mercado em expansão que está mudando a forma como enxergamos o dinheiro.

O que é gestão de risco?

A gestão de riscos tem como objetivo definir qual é a melhor estratégia para se evitar eventuais prejuízos e, claro, maximizar seus ganhos. O termo risco vem do latim, riscus, e significa a possibilidade de algo dar errado. 

O gerenciamento trata-se da capacidade de organizar, planejar e executar atividades que facilitem o processo de trabalho e mitiguem eventuais danos. Nesse sentido, a gestão de riscos dentro dos mundos dos investimentos tem como objetivo te proteger contra eventuais questões que são inerentes aos mercados ou ao ativo na qual você está alocando recursos.

Quais os principais riscos financeiros?

No mercado financeiro, múltiplas questões podem influenciar nos seus ganhos e perdas,  desde questões macroeconômicas, como a taxa de juros, liquidez de um determinado ativo, questões cambiais, inflação, até fatores relacionados à sua economia doméstica e seus planos para o futuro.

Então vamos agora compreender o que são cada um desses fatores de riscos para ficarmos por dentro desse assunto de extrema importância.

Risco de crédito

O risco de crédito está relacionado ao não cumprimento do acordo de empréstimo pré-estabelecido entre o tomador e o concedente. A gestão desse risco deve ser feita por ambas partes envolvidas no processo, onde o credor deve analisar efetivamente os riscos envolvidos na concessão do empréstimo, observando principalmente o histórico de crédito, capacidade financeira e questões relacionadas.

Apesar do tomador de crédito ser a parte que efetivamente ficou no prejuízo, em um eventual conflito, o concedente também sairá prejudicado caso a operação venha a falhar. Para isso é necessário tomar alguns cuidados que explicaremos ao decorrer do texto.

Risco de mercado

Esse provavelmente é o risco mais complexo de se avaliar, pois leva em consideração os fatores macroeconômicos, como curva de juros, taxa de inflação, tendências de mercado, crises financeiras e outros fatores relacionados principalmente aos ativos que você carrega em sua carteira de investimentos.

Ao longo do texto, iremos te mostrar como esses fatores podem afetar efetivamente o mercado de criptomoedas e como você pode se beneficiar dessas macro-tendências ao balancear o seu portfólio.

Risco de liquidez

A liquidez pode ser definida como a facilidade para se comprar ou vender um determinado ativo em um mercado. Este é um conceito muito importante dentro do ecossistema das criptomoedas, vista a existência de uma infinidade de projetos com baixíssima liquidez de mercado.

Um risco de liquidez consiste na dificuldade ou impossibilidade de se liquidar uma operação em tempo hábil para que não haja eventuais prejuízos ou perda de valor do seu ativo.

Risco da taxa de juros

A taxa de juros pode ser definida como o preço do dinheiro no tempo, ou seja, o valor pago por um determinado empréstimo ao decorrer de um período estabelecido. Essa métrica influencia diretamente e indiretamente todos os mercados, pois ela pode, além de outras coisas, aumentar ou diminuir o valor pago pelos títulos públicos, o que pode influenciar o fluxo de capital dos mercados.

Ademais, um aumento brusco na taxa de juros pode causar prejuízo para àqueles que pagam algum empréstimo com taxa pós-fixada, pois efetivamente eles terão mais custos pela operação de crédito.

Se você quer entender mais sobre o lucro bancário e o lucro da dinâmica do mercado leia nosso artigo sobre Spread.

Risco Cambial

O risco cambial trata sobre a possibilidade de variação entre pares de moedas estrangeiras. Uma depreciação da moeda corrente do seu país pode facilmente derrubar o seu poder de compra, fatores e decisões políticas e a definição da taxa de juros influenciam diretamente na cotação da moeda.

Por conta disso, muitas pessoas optam pelo mercado de criptomoedas e por ativos que são considerados um hedge, como o ouro ou a prata, por proporcionarem um livre mercado de moedas negociadas globalmente que não são interferidas pela política local, conflitos internos e políticas expansionistas de bancos centrais.

Por que fazer gestão de risco?

O objetivo da gestão de riscos é bem claro: maximizar lucros e minimizar eventuais prejuízos. Mas como nem tudo é tão simples, é sempre necessário se analisar as particularidades de cada caso de investimento para traçar a melhor estratégia. 

E caso essa análise de risco não possa ser feita individualmente por um profissional especializado, é necessário que o investidor conheça o seu portfólio e sua realidade financeira. 

Por exemplo, um investidor jovem sem muitas obrigações e com uma fonte de renda fixa, pode facilmente tomar mais riscos se comparado com alguém de maior idade que deseja se preparar para uma aposentadoria tranquila.

Saber como se antecipar

Para não tomar nenhum susto e se antecipar, é necessário traçar uma estratégia clara que deve iniciar com a pergunta: “Quanto risco eu estou disposto a tomar nesse momento da minha vida”? 

Ao definir essa pergunta de extrema importância, você começará a nortear os seus planos de investimento. E claro, estratégias podem sempre ser adaptadas ou mesmo alteradas dadas as mudanças ocorridas no mercado e na sua vida financeira ou pessoal.

Uma ótima maneira de traçar uma estratégia que esteja alinhada ao risco que você está disposto a correr e com seus objetivos e expectativas é sabendo qual é o seu perfil de investidor. A partir daí você entenderá o que deve priorizar ao traçar sua estratégia, se a segurança do seu patrimônio, a rentabilidade ou a liquidez.

Evitar ou minimizar prejuízos

Existem diversas estratégias para minimizar os riscos de um eventual prejuízo. Uma tese muito defendida por diversos investidores de renome é a diversificação, que consiste em variar a alocação do seu portfólio sob diferentes ativos para se ter uma maior proteção.

Popularmente, esse plano pode ser definido como não colocar todos os seus ovos em uma mesma cesta. Essa estratégia pode funcionar muito bem em ciclos de expansão da economia, porém ela não é consenso entre os especialistas, onde muitos afirmam que diversificar demais pode te atrapalhar.

O lendário investidor Warren Buffett chegou a afirmar que “diversificação faz pouquíssimo sentido para quem sabe o que está fazendo”, sendo essa uma estratégia para “proteção contra ignorância”. Contudo, essa é uma medida extremamente necessária em algum grau, especialmente para investidores não profissionais.

Leia mais: Diversificação de investimentos: você está fazendo isso errado

Garantir a segurança dos seus ativos

Garantir a segurança dos seus ativos é de extrema importância para sua vida financeira. Confie seu patrimônio apenas a empresas e instituições com boa reputação que eventualmente farão a gestão ou apenas a custódia dos seus ativos.

Em especial, no mercado de criptomoedas, é extremamente importante tomar esse tipo de cuidado. Primeiramente por que esse é um mercado muito jovem, com pouco mais de uma década de existência, o que pode dificultar a separação entre empresas de confiança e instituições mal intencionadas.

Segundo, por se tratar de um mercado disruptivo e inovador, poucas pessoas possuem conhecimento técnico suficiente para operar nesse ecossistema que está mudando os paradigmas do mundo dos investimentos.

Nesse sentido, a melhor estratégia deve ser buscar conhecer o máximo possível do mercado em que se está investindo e também pesquisar muito bem as empresas na qual você se relaciona para mitigar eventuais problemas.

Leia mais: O que são ativos e passivos?

Como fazer uma gestão de risco?

Para começar a traçar seu planejamento, é necessário se situar, compreender a sua carteira de investimentos e os fatores que podem a vir influenciar o preço dos seus ativos. Questões como a influência da taxa de juros, inflação, liquidez, câmbio e outros fatores devem ser completamente compreendidos para se fazer uma correta gestão. Além é claro, da definição clara do seu nível de exposição a risco que pode ser definido como:

  • Muito baixo
  • Baixo
  • Médio
  • Alto
  • Muito alto

Para se decidir leve em consideração fatores como idade, renda, tolerância a risco, patrimônio e fatores pessoais.

Para efeitos didáticos, vamos imaginar uma persona, o João. João tem 20 e conseguiu recentemente o seu primeiro emprego e deseja direcionar o excedente da sua renda para uma carteira de investimentos.

Mapeie os riscos financeiros e defina o seu nível de tolerância a esses riscos

O jovem João se interessou pelo mercado de criptoativos e deseja realizar uma alocação de médio a alto risco para tentar conseguir retornos superiores a investimentos tradicionais, como mercado de ações e de commodities. Vamos entender a estratégia adotada por ele.

Como João não possui filhos nem compromissos de longo prazo que poderiam comprometer a sua vida financeira, ele pode se dar ao luxo de tomar um pouco mais de risco, permitindo que ele aloque uma parcela do seu portfólio em criptomoedas, que estão a começando a ser considerados ativos seguros, especialmente em momentos de crise, definida em 60%.

E para diversificar, o jovem decide colocar 20% do seu portfólio no mercado de ações e 20% em ouro, através da compra de um ETF ou fundo. 

Como João deseja tomar riscos, porém não muito altos, ele decide optar por criptomoedas mais estabelecidas, então ele decide alocar os 60% do seu portfólio distribuído igualmente entre Bitcoin e Ethereum, os dois maiores criptoativos em capitalização de mercado.

Colocar seu dinheiro em altcoins desconhecidas de baixa liquidez pode ser considerado uma estratégia de altíssimo risco e essa não seria uma boa opção para João.

Para realizar a compra dos ativos, o jovem cria sua conta na Coinext e facilmente tem acesso às criptomoedas de sua escolha.

Construa cenários e planos de ações para cada risco

Agora que João já definiu a alocação do seu portfólio com base nas suas particularidades, interesses e objetivos, é necessário traçar um plano de ação para cada um dos cenários e tipos de riscos inerentes à compra de qualquer ativo.

Como o garoto definiu que sua carteira seria principalmente baseada em criptomoedas, ele precisa entender qual é o histórico de padrões desse mercado para saber como reagir às mudanças macroeconômicas.

Vale lembrar que muitas pessoas que investem em criptomoedas optam simplesmente pela estratégia “Buy and Hold”, que consiste basicamente em comprar e armazenar seus ativos digitais de maneira segura, pensando nos lucros de longo prazo.

Mas fazer eventuais trades e realizações de lucro podem também ser uma boa estratégia. Nesse sentido, como os fatores macroeconômicos afetam o ecossistema das criptomoedas?

  • Taxa de juros: Um aumento repentino na taxa de juros tende causar quedas nos criptoativos e no mercado de ações devido fluxo de capital desses ativos para os títulos de dívida
  • Inflação: Um aumento da inflação tende valorizar commodities e ativos escassos, como ouro, bitcoin e prata
  • Câmbio: A depreciação da sua moeda local tende a valorizar o Bitcoin e criptomoedas pois seu valor é definido globalmente

Além desses fatores, muitas outras questões podem influenciar a complexidade dos mercados financeiros globais, e quanto a isso, a melhor estratégia para o investidor deve ser a obtenção de conhecimento. 

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Acompanhe os resultados

Por fim, analisar os seus resultados deve ser uma prática para aperfeiçoar a sua estratégia e medir sua eficácia. E muitas vezes, para maximizar seus ganhos, realizar lucros pode ser uma boa opção, especialmente para ativos que se mostraram historicamente cíclicos, como o Bitcoin.

Nesse sentido, acompanhar mais de perto questões como a redução da taxa de inflação do BTC após o halving, os ciclos de adoção da criptomoeda e outras questões únicas desse mercado é fundamental para quem deseja compreender esse ecossistema financeiro que está mudando não somente o dinheiro e a moeda, mas todo o mundo.

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