ERC-20: O que é e como funciona esse tipo de token?

O que é ERC-20? Nesse conteúdo você entende exatamente o conceito desses tokens da rede Ethereum e compreende as vantagens e a forma de investir nesses ativos.

Equipe Coinext
Última atualização:
1/8/2023

ERC-20 é uma estrutura padrão para desenvolvimento de tokens, usada na rede Ethereum para facilitar a criação de novas criptomoedas.

Fundada em 2014 por Vitalik Buterin, a Ethereum foi desenvolvida com o objetivo de oferecer mais flexibilidade do que a Blockchain do Bitcoin, permitindo a criação de aplicativos descentralizados (DApps) para facilitar a execução de diferentes tarefas, não apenas a compra e venda de moedas.

Por facilitar tanto o trabalho de criação de novos tokens, o ERC-20 é um dos padrões mais utilizados no mundo dos criptoativos e hoje há uma extensa variedade de tokens criados a partir dele que possuem boa reputação no mercado.

Com este artigo, você aprenderá o que é ERC-20, como funcionam e quais são os principais ativos desse tipo existentes atualmente. Dá uma olhada em tudo o que você encontra neste conteúdo:

  • O que são tokens ERC-20?
  • Principais características de um token ERC-20
  • Como funcionam os tokens ERC-20?
  • Como são criados?
  • Tokens ERC-20 podem ser minerados?
  • Quais as vantagens do ERC-20?
  • Há algum risco em seu uso?
  • Principais tokens ERC-20

O que são tokens ERC-20?

ERC-20 é um padrão de desenvolvimento para criação de tokens fungíveis (ou seja, intercambiáveis) na rede Ethereum, como moedas digitais, stablecoins, tokens de governança e tokens de segurança.

A sigla ERC significa “Ethereum Request for Comments” ou Solicitação de Comentários do Ethereum, em português. Tratam-se de documentos técnicos que descrevem os padrões de programação na Ethereum e estabelecem convenções que facilitam a interação entre DApps. Já o número “20” é o identificador dessa documentação. 

A proposta foi criada por Fabian Vogelsteller em 2015, com o objetivo de oferecer compatibilidade e interoperabilidade entre os tokens e DApps da rede, promovendo melhorias no ecossistema Ethereum.

Seu uso também facilita o trabalho de desenvolvedores: ao seguir o esboço de desenvolvimento do ERC-20, qualquer um pode simplesmente construir seus próprios ativos digitais a partir de uma base pré-estabelecida e compatível com outros softwares e serviços, como carteiras de criptomoedas e corretoras.

Além da compatibilidade, cada token criado a partir do padrão ERC-20 pode ter suas próprias características e parâmetros, programados para atender às necessidades do desenvolvedor.

Por conta de tanta praticidade e flexibilidade, desde seu lançamento, a Ethereum tem atraído tanto desenvolvedores independentes como organizações e empresas. Hoje já existem mais de 500 mil tokens ERC-20 disponíveis no mercado, relacionados a projetos variados e com diferentes propósitos.

Principais características de um token ERC-20

Tokens ERC-20 podem possuir valor próprio e serem transferidos e recebidos como qualquer outra criptomoeda. Eles possuem mais algumas características em comum, são elas:

  • Nome e símbolo: a partir desses dois aspectos, é possível identificar e diferenciar os vários tokens dentro da rede Ethereum.
  • Fornecimento: há um fornecimento total que define quantas unidades do token serão emitidas para distribuição.
  • Controle de saldo: operam uma interface capaz de mapear, rever e relatar o saldo contido em um endereço específico.
  • Transferências: possuem funções que lhe permitem gerir o sistema de transferências de fundos entre endereços de forma autônoma.

Agora que você já sabe o que é ERC-20, vejamos como esses tokens funcionam.

Como funcionam os tokens ERC-20?

Os tokens ERC-20 são contratos inteligentes (smart contracts) executados na Blockchain da Ethereum. Esses contratos são, basicamente, um código de programação que segue um conjunto de regras a ele especificadas, com o intuito de executar uma determinada tarefa.

Diferentemente do Ether (ETH), criptomoeda nativa da Ethereum, esses tokens existem apenas dentro de um contrato inteligente, que define as regras para seu funcionamento, incluindo nome, símbolo e fornecimento, características que acabamos de mencionar. Esse contrato também revê e relata os saldos dos endereços de seus usuários para realizar transações.

Entretanto, para enviar e receber tokens ERC-20 na rede Ethereum, mesmo que um usuário não esteja enviando Ether, ele precisa possuir uma quantia de ETH para realizar a transação. Isso porque é preciso pagar uma taxa de transação necessária para incluir sua transferência em um bloco da rede. Essa taxa na Ethereum é chamada de “gas”.

Como os tokens ERC-20 são criados?

O padrão ERC-20 estabelece um conjunto de parâmetros que devem ser atendidos por um contrato para que seu token seja compatível com a rede. 

Esses parâmetros correspondem a funções programadas em Solidity, linguagem de programação da Ethereum. São seis funções obrigatórias e três opcionais. As funções obrigatórias são as seguintes:

  • TotalSupply: retorna o fornecimento total de tokens.
  • BalanceOf: retorna o saldo de um endereço.
  • Transfer: transfere tokens de um endereço para outro.
  • TransferFrom: também é usada para transferência, porém para permitir que um terceiro mova fundos do seu endereço. Ou seja, Alice pode autorizar Bob a transferir fundos que pertencem a ela.
  • Approve: limita a quantidade de tokens que um contrato pode retirar de um endereço.
  • Allowance: verifica se o endereço tem saldo suficiente para enviar tokens para outro endereço.

Além dessas, há também três funções que são opcionais, mas podem ser incluídas para aperfeiçoar o contrato:

  • Name: adiciona um nome legível ao token. Por exemplo: Tether, Shiba Inu, Uniswap.
  • Symbol: associa um símbolo ao token. Por exemplo: USDT, SHIB, UNI.
  • Decimal: define em até quantas casas decimais o token pode ser dividido.

Tokens ERC-20 podem ser minerados?

Embora a criptomoeda Ether possa ser minerada, os tokens do ecossistema Ethereum não

Em vez disso, ao criar um contrato, os desenvolvedores determinam o fornecimento total de unidades do token e o cronograma por meio do qual elas serão distribuídas, de acordo com o plano do projeto. Quando um novo token é criado, dizemos que ele foi “cunhado”.

No mundo dos criptoativos, geralmente a primeira distribuição de tokens é feita por meio de uma Initial Coin Offering (ICO), que quer dizer “oferta inicial de moedas”. Como você pode imaginar pelo nome, uma ICO é uma oferta de um novo token para diferentes investidores no estágio inicial de um projeto, com o objetivo de arrecadar recursos para financiar e dar continuidade ao seu desenvolvimento.

Por quanto tempo esses tokens ficarão trancados e a partir de quando poderão ser utilizados pelos usuários depende do próprio planejamento do projeto, à medida que ele se desenvolve e seu token passa a ganhar valor.

Quais as vantagens do ERC-20?

Os desenvolvedores da Ethereum criaram o ERC-20 para facilitar o surgimento de novas criptomoedas. Com isso, as principais vantagens desse padrão residem justamente na praticidade e relativa facilidade com a qual novos tokens podem ser criados por qualquer programador. 

Antes do ERC-20, havia muitos problemas de incompatibilidade entre os tokens da rede Ethereum e os desenvolvedores precisam escrever do zero um código completamente novo para criar seus tokens, o que leva muito tempo e não é o mais viável para equipes, organizações e empresas.

Outra vantagem dos tokens ERC-20 é que, apesar de serem criados a partir de parâmetros comuns para alcançar a padronização, eles ainda contam com flexibilidade. Assim, desenvolvedores podem criar seus próprios ativos digitais com recursos adicionais e especificidades que atendam às suas necessidades e interesse do projeto que está desenvolvendo.

Isso possibilita a criação de criptoativos extremamente variados e populares, o que impulsionou o crescimento do ecossistema da Blockchain Ethereum e gerou mais demanda pelo seu token Ether, ainda necessário para pagar as taxas de gas da rede e interagir com os contratos inteligentes.

Há algum risco em seu uso?

Os contratos inteligentes dos tokens ERC-20, apesar de muito vantajosos e atrativos, não deixam de envolver certos riscos.

Um deles é a chance de que um contrato contenha bugs ou outros pontos fracos que possam gerar prejuízos aos usuários.

Exemplo disso é o caso da The DAO: criada em 2016, foi uma campanha de oferta inicial que arrecadou mais de US$ 150 milhões. Porém, seu código era imperfeito e, como também era de código aberto, um erro pôde ser encontrado pelos usuários.

Aproveitando-se dessa fraqueza, um hacker começou a retirar fundos da DAO, desvio que chegou a milhões de dólares e que mais tarde levou ao hard fork da Ethereum, ou seja, ocorreu a divisão da rede em duas: a atual Ethereum e a antiga, conhecida como Ethereum Classic.

Esse não é um problema relacionado à tecnologia ERC-20 em si, mas serve para alertar os usuários de que, por conta da praticidade com que os tokens podem ser criados, passou a existir um vasto número de novos tokens na Ethereum, cujos fundamentos e reputação precisam ser bem investigados antes de aplicar seu dinheiro.

Outro ponto negativo é a barreira de escalabilidade da Blockchain da Ethereum. Com o aumento dos contratos inteligentes funcionando simultaneamente, os usuários passaram a sofrer com a sobrecarga da rede, o que gera lentidão e aumento das taxas de gas, necessárias para interagir com os DApps. Isso acaba prejudicando a usabilidade dos smart contracts e de seus tokens.

Principais tokens ERC-20

Como já comentamos algumas vezes, há vários tipos e funções entre os tokens ERC-20, sendo eles associados a diferentes projetos. Você consegue ver a lista completa no Etherscan.

Abaixo, listamos 5 dos principais tokens ERC-20 do ecossistema Ethereum:

  1. Theter (USDT)
  2. Chainlink (LINK)
  3. ApeCoin (APE)
  4. Chiliz (CHZ)
  5. Axie Infinity Shards (AXS)

Saiba mais sobre o funcionamento da rede Ethereum e seu ecossistema no vídeo abaixo:

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