O que é ETF de Ethereum?

O que é um ETF de Ethereum, e qual a sua importância para o mercado?. Continue nesse artigo e saiba mais sobre o ETF.

Redação Coinext
Última atualização:
31/5/2024
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Em 23 de maio, a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC, na sigla em inglês) surpreendeu o mercado ao aprovar os ETFs spot de Ethereum, a segunda maior criptomoeda do mercado. Essa decisão foi inesperada, visto que poucos esperavam que o órgão desse sinal verde ao pedido.

Mas o que exatamente é um ETF de Ethereum e por que sua aprovação é tão significativa? Continue lendo para descobrir mais.

O que é um ETF?

Exchange Traded Funds (ETFs) são fundos negociados em bolsas de valores que rastreiam o preço de ativos financeiros ou de uma cesta de ativos. Existem ETFs indexados a commodities, ações e a mercados específicos, como o setor de tecnologia, energias renováveis e diversos outros.

Os recentemente aprovados ETFs de Bitcoin rastreiam o preço do principal ativo digital. Quando há demanda de compra, os ativos são adquiridos pelos fundos e mantidos por seus respectivos custodiantes.

A aprovação desses instrumentos foi muito aguardada nos últimos anos, visto que fornece uma ponte de fácil acesso ao bitcoin para investidores do mercado acionário. Por meio desses fundos, os investidores podem manter bitcoin sem a necessidade de custodiá-los diretamente

Até o momento, os fundos aprovados nos Estados Unidos não permitem o saque ou depósito do bitcoin. Portanto, todas as liquidações são feitas em dólares. No entanto, o ETF de Bitcoin a ser aprovado em El Salvador será diferente, permitindo a entrada e saída do ativo digital, conforme destacou a baleia Max Keiser no X (antigo twitter):

“Boas notícias, estamos procurando um ETF de BITCOIN para listar aqui em #ElSalvador. Isso permitirá a entrada e saída de BTC. Este será um produto único no mundo. Todos os 13 ETFs BTC que aguardam listagem nos EUA são cash in, cash out. Apenas versões fiduciárias de #Bitcoin”.

Até o momento, alguns países aprovaram ETFs de Bitcoin, incluindo Brasil, Chile, Canadá e Estados Unidos. O Brasil, por sua vez, está sendo pioneiro neste mercado, com a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) tendo aprovado uma série de ETFs voltados para o mercado de criptomoedas, incluindo fundos voltados para o Ethereum.

O que é ETF de Ethereum?

Um ETF de Ethereum rastrearia o preço do Ether (ETH), criptoativo nativo da rede Ethereum. O Ether é o ativo utilizado para pagar pelas altas taxas do protocolo blockchain, que possui uma série de aplicações e casos de uso.

O Ether é atualmente um tipo de ‘combustível’ para utilizar os serviços do protocolo. O ETH é um ativo deflacionário, uma vez que o Ethereum conta com um mecanismo de queima de taxas. Portanto, quanto maior a demanda de uso da rede, maior tende a ser o valor de mercado do Ether.

Um ETF de Ethereum permitiria aos investidores tradicionais obterem exposição ao ativo digital, que conta com centenas de bilhões de dólares em valor de mercado.

Aprovação de ETFs de Ethereum

A aprovação de um ETF de Ethereum nos Estados Unidos depende diretamente da decisão da SEC. Atualmente, uma série de empresas solicitaram a criação do instrumento financeiro, e a agência reguladora agora está analisando os pedidos.

Uma das funções principais da SEC é proteger os investidores de manipulações de mercado e outros riscos. Ainda não está claro se a instituição dará luz verde a tal instrumento financeiro, visto a ainda falta de clareza regulatória em relação aos ativos digitais.

Bitcoin e Ethereum parecem ser ambos regulados como commodities digitais, enquanto outros criptoativos de alta capitalização, como Cardano e Solana, já foram citados como sendo potencialmente valores mobiliários, que são títulos de investimento.

Cathie Wood, CEO da Ark Invest, que obteve a aprovação de um ETF de Bitcoin nos EUA, afirmou que espera que apenas fundos de BTC e ETH sejam aprovados pela instituição:

“Ficaríamos surpresos em ver qualquer coisa além de bitcoin e ether sendo aprovado pela [Comissão de Valores Mobiliários dos EUA].”

ETF da BlackRock

A BlackRock, uma das maiores gestoras financeiras do mundo, solicitou junto à SEC a criação de um ETF de Ethereum nos Estados Unidos. Há grande expectativa de que a instituição aprove o instrumento financeiro, dado o histórico positivo da BlackRock junto a SEC.

O apoio de uma empresa como a BlackRock é certamente um sinal extremamente positivo para o mercado. Este não foi o primeiro desenvolvimento positivo da BlackRock em relação ao setor de ativos digitais.

O CEO da BlackRock, Larry Fink, afirmou que “a próxima geração dos mercados será a tokenização de valores mobiliários”.

Atualmente, a principal rede blockchain para tokenização de ativos é o Ethereum. A rede conta atualmente com dezenas de bilhões em stablecoins, commodities e outros ativos registrados no protocolo. Naturalmente, quanto maior for a demanda por esta tecnologia, mais o Ethereum e seu criptoativo devem se beneficiar.

A tokenização de ativos consiste em registrar bens e ativos financeiros em redes blockchain, que podem então ser negociados de forma semelhante a criptomoedas tradicionais. Essa tecnologia tem o potencial para tornar os mercados mais eficientes, de modo a reduzir custos e aumentar as possibilidades do mercado tradicional.

ETFs nos Estados Unidos

A aprovação de ETFs de criptomoedas nos Estados Unidos é um grande marco para o setor. Isso ocorre pois o país possui de longe o maior mercado acionário do mundo. Além disso, o país pode ser considerado uma referência para demais nações do ocidente, que podem seguir os seus passos no mercado.

Atualmente, os Estados Unidos já contam com ETFs à vista e futuros de Bitcoin, e com ETFs futuros de Ethereum. Se o padrão de aprovação continuar se repetindo, a SEC deverá aprovar os ETFs de Ethereum solicitados.

ETFs no Brasil

Conforme destacado, o Brasil possui um ambiente regulatório favorável para negociação de ETFs de criptomoedas. Existem no Brasil atualmente diversos ETFs que rastreiam o preço do Bitcoin, Ethereum e de criptoativos diversificados.

O Hashdex Nasdaq Ethereum Reference Price (ETHE11), por exemplo, rastreia o preço do Ether. Por sua vez, o QR CME CF Ether Reference Rate Fundo (QETH11), também segue o preço do segundo maior ativo digital.

Vale a pena investir em ETFs?

Os ETFs de Ethereum e outras criptomoedas possuem vantagens e desvantagens em relação a outras formas de obter exposição ao setor. Algumas vantagens são:

Custódia realizada por empresas especializadas

Os ETFs de criptomoedas costumam ter como custodiantes empresas especializadas, que devem seguir as melhores práticas do mercado para o gerenciamento das chaves privadas utilizadas para armazenar os fundos.

Clareza regulatória

Os ETFs são fundos altamente regulados e supervisionados, fator que pode atrair investidores tradicionais.

Algumas desvantagens dos ETFs de criptomoedas são:

  • Taxas de gerenciamento: os ETFs costumam contar com taxas de gerenciamento, que variam de fundo para fundo.
  • Impossibilidade de saque: os ETFs de Bitcoin até o momento aprovados nos EUA não permitem o saque direto de Bitcoin.
  • Risco de custódia: os criptoativos em ETFs são custodiados por terceiros. Esta prática traz alguns riscos, visto que a soberania absoluta dos ativos só é obtida através da auto custódia.

O que acontece após a aprovação do ETF?

No dia 23 de maio de 2024, foi aprovado pela Comissão de Valores Imobiliários (SEC), deu sinal verde para os primeiros ETFs de Ethereum à vista. A decisão é um passo inicial em direção à autorização para a negociação desses produtos. Diferentemente do Bitcoin, os fundos não estarão disponíveis imediatamente. Anteriormente o fundo já tinham sido aprovados em Hong-Kong.

A decisão veio após todo o mercado acreditar que o órgão regulador iria rejeitar as solicitações, com a alegação de que ele é uma commodity, e que precisaria de um mercado de negociações maiores.

Vale ressaltar que, uma commodity é um bem primário produzido em grande escala e negociado em mercados. Esses produtos são padronizados, ou seja, têm a mesma qualidade independentemente de quem os produz. Exemplos incluem petróleo, ouro, café e trigo.

Após a aprovação de um ETF, geralmente há um aumento significativo no interesse e na demanda pelo ativo subjacente. Isso pode resultar em maior liquidez e volatilidade, e potencialmente um aumento no preço do ativo. Os ETFs tornam o investimento mais acessível a um público maior, permitindo que investidores negociem o ativo de forma semelhante a ações em uma bolsa de valores, o que pode atrair investidores institucionais e individuais, aumentando ainda mais a visibilidade e a aceitação do ativo no mercado financeiro.

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