Você sabe o que é o Halving do Bitcoin? A cada 4 anos o número de novas moedas produzidas é cortado. Saiba como isso afeta o Bitcoin e seus investimentos.
O halving do Bitcoin é, de forma bem simples, a diminuição pela metade da recompensa em novas moedas que são pagas aos mineradores pela mineração de novos blocos na rede Bitcoin.
Esse evento acontece a cada quatro anos. Uma curiosidade é que, seja por coincidência ou ironia proposital de Satoshi Nakamoto, criador do Bitcoin, o halving sempre coincide com ano eleitoral nos Estados Unidos. Mas por que limitar a produção de moedas dessa maneira? É sobre isso que iremos falar hoje.
Neste artigo, você encontra o que é o halving do Bitcoin, para que ele serve e como esse processo pode impactar o preço do BTC e seus investimentos. Continue lendo para entender:
O termo “halving” em inglês significa “dividir”, ou seja, reduzir pela metade. E é justamente isso que faz o halving do Bitcoin: a cada quatros anos é diminuída pela metade a emissão de novas moedas pagas aos mineradores pela mineração de novos blocos.
Logo, esse conceito tem relação direta com a mineração do Bitcoin, nome dado à geração de blocos nos quais são registradas todas as transações realizadas pelos usuários na rede.
O halving é um dos principais eventos que acontecem na Blockchain do Bitcoin e faz parte do código da criptomoeda desde seu lançamento em 2009. Como são pré-programados, isso significa que os halvings do BTC serão sempre previsíveis e imutáveis. Veja a seguir em quais anos o halving ocorre:
Nos primeiros anos do Bitcoin, cada bloco minerado gerava 50 bitcoins ao minerador. Como efeito do halving, em 2022, a recompensa por cada bloco minerado gera 6,25 BTCs. A tabela abaixo mostra a progressão do corte das recompensas ao longo do tempo:
Perceba que, com o passar dos anos, a oferta de novos bitcoins vai reduzindo drasticamente a cada ciclo de halving, o que reforça a escassez do criptoativo no mercado ao longo do tempo.
Como está programado na Blockchain do Bitcoin, só irão existir 21 milhões de unidades da criptomoeda, sendo que mais de 18 milhões já foram mineradas.
Além da quantidade limitada de BTC, alguns estudos apontam que cerca de 10% de todo o fornecimento em circulação já foi perdido para sempre. Essa perda acontece por vários motivos, como:
Todos esses imprevistos consistem em um fator a mais que reforça a escassez do Bitcoin, sem relação direta com o código da criptomoeda.
O Bitcoin, a primeira criptomoeda do mundo, criada por Satoshi Nakamoto, nasceu no final de 2008, com o objetivo de devolver o poder financeiro para o povo e tirá-lo das mãos dos governos e dos bancos. Mas o único jeito de garantir que o projeto não cometesse o mesmo erro do setor financeiro tradicional foi desenvolvido através do halving do Bitcoin.
Afinal, de nada adiantaria criar um novo sistema se um pequeno grupo tivesse o poder de alterar a quantidade em circulação conforme seu próprio interesse, como acontece com os bancos centrais.
Além disso, o Bitcoin tem como sua principal base o fundamento da oferta e demanda, que por sua vez depende da escassez para que o preço seja sempre crescente. De certa forma, podemos dizer que o halving do Bitcoin é uma arma contra a inflação.
A ideia do halving do Bitcoin é simples: manter a emissão de moedas sempre controlada para evitar a inflação.
Uma moeda inflacionária, como as fiduciárias, podem continuar criando valor “do nada”, com as entidades responsáveis sempre imprimindo mais cédulas quando julgarem necessário. O Bitcoin vai no caminho oposto, com seu limite de 21 milhões de moedas para serem mineiradas no total.
Diminuir o número de moedas criadas através da mineração de blocos evita que todas sejam criadas em poucos anos. Como isso é algo que não pode ser alterado no protocolo do Bitcoin, o último BTC só será minerado em 2140.
Enquanto isso, a lei de oferta e demanda (em teoria) continua sendo aplicada à criptomoeda, o que acaba elevando o seu preço no longo prazo. Entenda como se dá essa relação entre o halving e o preço do Bitcoin logo abaixo:
Como acabamos de ver, os fundamentos do Bitcoin reforçam sua ideia de escassez. Mas para que o criptoativo alcançasse os grandes patamares de preço registrados na sua história, a outra ponta dessa relação também teve que ser favorável para a valorização do BTC: estamos falando da demanda.
Quando avaliamos esse quesito, vemos uma crescente procura pela criptomoeda a cada ciclo de halving. Nos dois primeiros ciclos, de 2012 e 2016, podemos detectar a entrada do varejo no mercado, ou seja, pessoas comuns que em algum momento da história conheceram o Bitcoin e logo foram se tornando entusiastas do criptoativo.
Já no terceiro ciclo, em 2020, foi o momento em que os investidores institucionais entraram no mercado cripto. Hoje vemos milhares de empresas de diversos setores da economia colocando o BTC como um dos ativos que compõem seus balanços.
O halving por si só não impacta o preço do Bitcoin, pois ele trabalha somente a questão da oferta do criptoativo no mercado. No entanto, essa diminuição frequente na oferta de novas moedas, aliada à crescente demanda pelo BTC a cada ciclo de halving, acaba se tornando uma união muito poderosa e que explica as valorizações astronômicas que a criptomoeda vem atingindo ao longo de seus 13 anos.
Analistas acreditam que, no próximo ciclo de halving de 2024, os novos players a adotar massivamente o BTC serão os governos, que já estão começando a se movimentar no mercado.
Alguns exemplos dessa adoção governamental é o caso de El Salvador e de cidades como Lugano, na Suíça, que adotaram o Bitcoin como moeda de curso legal, além de muitos outros países que buscam regulamentar as criptomoedas.
Portanto, a combinação da redução da oferta de novas moedas de BTC em 2024 com esse movimento de adoção massiva do Bitcoin pode fazer a cripto explodir a patamares jamais vistos na sua história.
Pelo histórico do Bitcoin, o preço do criptoativo costuma explodir e renovar sua alta histórica, em média, de 6 a 12 meses após o halving. Por exemplo, após o halving de 2020, o BTC renovou sua alta histórica atingindo os US$69 mil.
Esse evento é muito aguardado pelos investidores que apostam em um aumento de demanda para a catalização de novos valores históricos para o “ouro digital.”
Como é de se imaginar, o halving afeta diretamente o investimento feito em Bitcoin, já que ele pode movimentar consideravelmente o preço. Até agora todas as movimentações foram positivas para quem está investindo a longo prazo.
Os mineradores são os um dos principais impactados pelo halving do Bitcoin. Como o número de moedas distribuídas é cortado pela metade, a dificuldade aumenta. Assim, cada minerador receberá menos moedas e isso pode não ser bom.
Primeiro porque, caso uma mineradora não consiga minerar bitcoins o suficiente, a máquina será desligada, o que consequentemente diminui o poder computacional, essencial para a segurança e escalabilidade da Blockchain.
Segundo, com menos lucro, os mineradores precisam capitular seus ganhos mais rapidamente. Ou seja, muito mais BTC são vendidos, criando uma pressão de venda no mercado geral e derrubando o preço da moeda.
Felizmente, mesmo com um período inicial problemático, os mineradores parecem estar bem positivos com uma possível alta do BTC no futuro.
Ainda não sabe o que é a mineração de criptomoeda? Assista ao vídeo abaixo:
Analisar a proximidade desse evento é algo fundamental para quem busca entender se vale a pena comprar Bitcoin hoje.
Como falamos, há a possibilidade de um impacto negativo no preço do Bitcoin por causa da pressão de venda gerada pela capitulação dos mineradores. Mas isso costuma ser um momento passageiro, antes da oferta e demanda começarem a se regular e o preço voltar a subir.
A aposta da maioria é que de que sim, o BTC vai entrar em um bom momento alguns meses após o seu halving, principalmente para os holders que se prepararam antes do evento e ainda estão comprando.
Mas vale lembrar que não é possível prever o futuro de uma criptomoeda. O que fazemos é nos basear em análises e movimentos passados para compreender as tendências de um ativo, que pode ou não se confirmar visto que o mercado pode mudar rapidamente.
Portanto, acompanhe diferentes análises de especialistas com frequência, assim como as principais notícias sobre Bitcoin.
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