Entenda o que é deflação e como ela pode impactar. Descubra como a deflação pode influenciar a oferta e demanda, e a relação com o Bitcoin.
A inflação infelizmente é algo recorrente na economia e é facilmente percebida pelo consumidor. Há um aumento nos preços e na hora de ir às compras equilibrar as contas se torna mais complexo.
Entretanto, algo nem tão discutido é quando ocorre o oposto, acontece, o momento em que os preços caem e um novo fenômeno acontece: a deflação. Com isso, ficam as perguntas: por que ela acontece? Ela se relaciona com o mercado de criptomoedas? Para te ajudar a entender melhor isso, preparamos esse artigo para você.
A deflação pode ser definida como uma queda generalizada nos preços de uma determinada economia em uma determinada moeda. Normalmente, as taxas de inflação e deflação são calculadas tendo como base a moeda corrente do país em questão.
Na prática, ela pode ser considerada um aumento do poder de compra geral da população. Isto é o contrário da inflação, que tende a aumentar o preço dos bens e serviços ao longo do tempo.
A deflação é um fenômeno pouco observado nas economias modernas, que são baseadas em moedas inflacionárias. A própria natureza das moedas emitidas por governos faz com que a diminuição dos preços seja algo raro e incomum. Dessa forma, ela pode ser provocada por uma série de fatores, que incluem:
Um fortalecimento da moeda local pode ser o suficiente para provocar uma deflação. Este fortalecimento pode ser observado através da melhoria da cotação da moeda em relação a outras.
Um câmbio mais forte pode reduzir o custo de importação de produtos, tornando os preços mais baixos em geral. Ainda assim, ela só é caracterizada nas definições modernas quando a diminuição dos preços ocorre efetivamente. Portanto, a melhoria nas cotações de câmbio é normalmente um indicador que precede a deflação.
Um aumento na produtividade de um país pode provocar uma redução geral nos preços. Alguns dos fatores que podem melhorar a produtividade de um país incluem:
No entanto, o cenário econômico pode ser mais complexo. Alguns dos fatores acima podem ser tanto deflacionários quanto inflacionários.
Por exemplo, à medida que o país atrai imigrantes em idade ativa, isto pode de fato melhorar a produtividade do país. Isso pode elevar o preço das habitações. Também pode deteriorar a taxa de câmbio. Fato que ocorre porque os imigrantes tendem a levar dinheiro para suas nações natais.
Uma crise econômica pode provocar deflação em uma economia. Isto ocorre, pois durante as crises, as pessoas e empresas tendem a investir e gastar menos. Tal fato pode provocar uma desaceleração da atividade econômica. E como consequência da lei de oferta e demanda, isto pode baratear os preços dos bens de forma geral.
Muitos investidores apontam que as crises são o melhor momento para adquirir ativos financeiros e bens a preços baixos. Isto vale para diversos mercados, incluindo setor imobiliário, ações e outros.
Novas tecnologias podem baratear determinados setores da economia e provocar deflação. Alguns setores da computação são historicamente deflacionários. O custo de armazenar dados tem diminuído continuamente nas últimas décadas.
Um aumento nas taxas de juros de uma economia pode desencadear tanto crises financeiras quanto deflação. Isso ocorre por variados motivos. O aumento dos juros pode levar as pessoas a retirarem dinheiro do mercado de ações, fazendo com que os preços dos ativos financeiros caiam.
Além disso, o aumento das taxas de juros desincentiva a tomada de empréstimos, que seriam utilizados para consumo e investimento. Os gastos e investimentos são desincentivados à medida que as taxas de juros aumentam.
Os bancos centrais utilizam normalmente as taxas de juros dos títulos públicos como uma ferramenta para combater o aumento de preços.
Uma redução na base monetária de uma moeda pode ser um fator chave para desencadear uma deflação. Nos últimos anos, o governo dos EUA reduziu a base monetária após uma grande expansão a partir de 2020.
A emissão ou remoção de dinheiro afeta a inflação, mas esse impacto ocorre de forma atrasada, como explica o Efeito Cantillon. À medida que dinheiro novo entra em circulação, isso tende a provocar inflação nos meses e anos seguintes. O mesmo ocorre com a redução do agregado monetário, que provoca deflação.
Isso explica, por exemplo, por que muitos países permanecem com alta inflação mesmo após uma pausa na impressão de dinheiro.
É importante destacar que a emissão ou remoção de dinheiro da economia tende a impactar os índices inflacionários de forma atrasada, fenômeno descrito pelo Efeito Cantillon. À medida que dinheiro novo entra em circulação, isso tende a provocar inflação nos meses e anos seguintes. O mesmo ocorre com a redução do agregado monetário, que provoca deflação.
Isso explica, por exemplo, por que muitos países permanecem com alta inflação mesmo após uma pausa na impressão de dinheiro.
A inflação é normalmente medida por índices inflacionários, como o IPC (Índice de Preços ao Consumidor). Estes índices são calculados medindo a variação de preço de uma cesta de bens de consumo.
Naturalmente, existem críticas a estes índices. Pois estes índices podem não refletir a realidade de consumo dos indivíduos e famílias. Na prática, cada pessoa sente de forma diferente o efeito da inflação a depender de diversas variáveis.
A deflação tende a afetar de forma diferente os mercados financeiros. Por um lado, uma moeda forte e que ganha valor com o tempo pode melhorar significativamente o desempenho das empresas que compõem o mercado.
Por outro lado, uma crise econômica ou o aumento dos juros tende a ser negativo para o mercado de renda variável de forma geral. Isto ocorre porque, com o aumento dos juros e a diminuição da atividade econômica, muitos investidores podem optar pelo mercado de renda fixa.
O Brasil possui uma história monetária conturbada. O país passou por décadas de alta inflação durante o século XX.
No entanto, o Plano Real foi responsável por dar fim à hiperinflação no país. Por volta de 1999, o Brasil passou por uma leve deflação, que foi seguida por uma melhoria da atividade econômica.
A deflação também pode afetar de forma diferente as criptomoedas. Por um lado, uma economia saudável e deflacionária pode ser positiva para o setor. Por outro lado, a moeda fiduciária pode desincentivar o investimento em ativos de renda variável, como é o caso das criptomoedas.
Além disso, um dos grandes casos de uso para as criptomoedas é a capacidade de preservar valor ao longo do tempo. Devido a esse fator, muitos indivíduos e empresas que vivem em países com alta inflação tendem a buscar as criptomoedas como uma proteção.
Por sua vez, o fim da inflação em moedas fiduciárias poderia potencialmente desincentivar o investimento em ativos digitais. No entanto, este é um cenário altamente improvável neste momento da história, visto que os governos de todo o mundo permanecem altamente endividados. Isso faz com que eles recorram à impressão de dinheiro para arcar com as despesas do governo.
Se considerarmos que deflação é uma redução dos preços em uma determinada moeda, sim, o Bitcoin tem sido historicamente um dinheiro deflacionário. Ao longo dos anos, a principal criptomoeda cresceu de forma exponencial, e hoje alcança um valor de mercado superior a US$ 1 trilhão.
A imagem abaixo exemplifica o impacto do aumento do preço do BTC ao longo do tempo:
Caso o bitcoin se estabeleça como um dinheiro global, líquido e estável no futuro, o preço dos bens de consumo deve sempre cair em relação à criptomoeda. Esse tipo de estabilidade de preços é observado no ouro, que, ao longo da história, foi uma importante reserva de valor.
Por exemplo, a quantidade de ouro necessária para comprar uma casa atualmente é praticamente a mesma para realizar uma compra semelhante há 100 ou 200 anos. Esta capacidade de preservar valor ao longo do tempo será, possivelmente, o grande atributo do bitcoin no futuro.
Em termos de emissão de moedas, o bitcoin tem uma leve inflação, que é menor do que a emissão anual do ouro em termos percentuais. No entanto, há analistas que argumentam que a quantidade de bitcoins que se perde constantemente já faz com que a criptomoeda seja levemente deflacionária. No entanto, não é possível estimar quantos bitcoins são perdidos permanentemente.
A longo prazo, a emissão do BTC tende a zero. A cada 210 mil blocos minerados, a emissão da criptomoeda é cortada pela metade em um evento conhecido como halving, que ocorre a cada 4 anos em média.
Se considerarmos deflação como uma redução da base monetária, algumas criptomoedas podem ser classificadas como deflacionárias. O Ether, criptoativo nativo da rede Ethereum, se tornou deflacionário após a introdução de mecanismo de queima de taxas no protocolo.
A queima de ETH está diretamente relacionada com as taxas de transação pagas pelos usuários. Na prática, quanto maior a demanda pelo uso da rede, mais o ETH tende a se beneficiar, visto que o criptoativo precisa ser comprado para utilizar a blockchain.
Normalmente, criptoativos que possuem mecanismos de queima de moedas são considerados deflacionários. No entanto, isso varia de projeto para projeto. Por exemplo, o ETH pode continuar sendo inflacionário, caso as taxas de transação da rede permaneçam baixas por um longo período.
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