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O Bitcoin, lançado em 2009, criou um novo paradigma no mercado financeiro mundial ao oferecer uma forma de se ter um ativo descentralizado e deflacionário. Entretanto, sua criação foi baseada em uma abordagem filosófica e revolucionária: o movimento Cypherpunk.
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O movimento Cypherpunk é um grupo de ativistas cujo foco é promover a utilização de criptografia e tecnologias digitais como forma de garantir a privacidade e a liberdade individual em um mundo cada vez mais digital e centralizado.
Ele nasceu na década de 1990, quando a criptografia começou a se tornar popular entre pessoas fora do nicho de tecnologia. O termo “Cypherpunk” tem suas raízes na combinação de duas palavras: “cipher” e “cyberpunk”.
“Cipher” refere-se a um método de codificação de informações para garantir a segurança e a privacidade. No contexto do movimento Cypherpunk, isso se relaciona com o uso de criptografia para proteger dados e garantir a privacidade dos indivíduos.
“Cyberpunk” é um subgênero da ficção científica que surgiu na década de 1980 e se caracteriza por um foco em cenários futuristas, alta tecnologia e, frequentemente, uma visão crítica da sociedade. O termo é associado a uma estética que mistura tecnologia avançada com um ambiente urbano e distópico.
O manifesto Cypherpunk foi divulgado em 3 de março de 1993, escrito por Eric Hughes, um de seus fundadores.
O foco do movimento é descrever como a tecnologia pode unir as pessoas, mas que, da mesma forma, elas têm o direito à sua própria privacidade. O texto critica governos e órgãos oficiais, que, segundo eles, não ajudam a população e tiram vantagem da sua privacidade. Um trecho do manifesto diz: “Nós devemos defender nossa própria privacidade se esperamos ter alguma”.
Eles são formados por pessoas que fazem reuniões online e que têm interesse em defender os direitos civis e criticar o monitoramento governamental. Eles reiteram a diferença entre “público” e “privado” e defendem a criação de criptografias para tornar a internet mais privada. Eles se dedicam a criar sistemas que asseguram o anonimato e a privacidade, utilizando:
Todo código desenvolvido por um Cypherpunk é disponibilizado gratuitamente para que qualquer pessoa possa se proteger, mesmo aqueles que não fazem parte do grupo: “Os Cypherpunks escrevem códigos. E eles são livres para ser usados por todos ao redor do mundo.”
O movimento se tornou muito popular nos Estados Unidos ao longo da década de 1990. Eles foram contratados por instituições e empresas para desenvolver códigos de segurança para elas.
Como você já pode ter observado, o movimento Cypherpunk compartilha vários pontos de encontro com o Bitcoin. Isso porque Satoshi Nakamoto, o pseudônimo por trás do Bitcoin, adotou e expandiu conceitos desenvolvidos pelo movimento, como a criptografia de chave pública e privada, para garantir a segurança das transações na rede da criptomoeda.
Além disso, o conceito de Proof of Work (PoW) também foi inspirado em trabalhos de Cypherpunks, como o Hashcash de Adam Back. O PoW é essencial para a validação de transações e a criação de novas moedas e reflete o seu compromisso com a criação de sistemas de pagamento resistentes a fraudes e ataques.
O Bitcoin também tem o código aberto, uma filosofia do movimento. Assim, o código da criptomoeda é disponibilizado de forma pública, possibilitando que qualquer pessoa examine, contribua e audite seu funcionamento. O movimento também ajudou a moldar a visão de um sistema financeiro alternativo que não dependa das instituições tradicionais. Assim, a criptomoeda foi criada como um meio de troca descentralizado, de modo a evitar a necessidade de intermediários financeiros.
Ou seja, o movimento Cypherpunk forneceu a base ideológica e tecnológica que moldou o Bitcoin, promovendo a privacidade, a descentralização e o uso de criptografia para criar um sistema financeiro mais seguro e independente.
A influência do movimento é evidente em cada aspecto do Bitcoin, desde sua estrutura técnica até sua missão de proporcionar uma alternativa ao controle centralizado.
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