Stablecoins estão dolarizando a economia do Brasil
As stablecoins explodiram em popularidade nos últimos anos em conjunto com o mercado de ativos digitais mais amplo. Saiba mais sobre o processe aqui.
Redação Coinext
Última atualização:
26/12/2024
Criptomoedas
As stablecoins explodiram em popularidade nos últimos anos em conjunto com o mercado de ativos digitais mais amplo. Notavelmente, o mercado de stables está ganhando um grande destaque em economias emergentes, como no Brasil e demais países da América Latina.
Notavelmente, o Dólar Tether, USD Coin e outras stablecoins estão promovendo um tipo de dolarização silenciosa na economia brasileira. Estatísticas sobre a adoção das stables na região revelam um crescente interesse pelos tokens lastreados em dólar.
Brasil e a hiperinflação
O Brasil e países da América Latina de forma geral possuem um longo histórico de crises inflacionárias. O país passou por várias décadas de alta inflação e hiperinflação durante o século XX.
Por conta deste fator, o investimento em imóveis, ouro e dólares se tornaram populares ao longo do tempo. A situação econômica do Brasil foi estabilizada por meio do Plano Real, que foi implementado em 1994.
No entanto, o risco de uma hiperinflação assola novamente a economia brasileira. Em apenas 1 ano, o real brasileiro apresentou uma queda de cerca de 25% em relação ao dólar dos Estados Unidos:
Dolarização via stablecoins
As stablecoins são de fato uma das ferramentas mais úteis de todo o mercado de criptomoedas. Não à toa, o valor de mercado do setor ultrapassa hoje mais de US$200 bilhões.
Notavelmente, as stables de dólar vem sendo cada vez mais buscadas pelos brasileiros e latino-americanos de forma geral.
Dados da Receita Federal do Brasil apontaram que no mês de julho de 2024, 4,1 milhão de indivíduos registraram transações com ativos digitais. Notavelmente, as movimentações de Dólar Tether representam mais de 90% do montante negociado pelos brasileiros.
Uma pesquisa da Triple-A de maio de 2024 apontou que 26 milhões de brasileiros investem no mercado de ativos digitais. Este valor representa cerca de 7,8% da população do país.
Além disso, curiosos casos de adoção têm surgido nos últimos anos. Diversos relatos apontam que stablecoins de dólar vem sendo utilizadas para realizar o comércio na 25 de março, o maior shopping de rua do Brasil, localizado em São Paulo.
Esta grande adoção do mercado brasileiro foi notado até mesmo por Polo Ardoino, CEO da Tether Limited:
“No primeiro trimestre de 2023, o USDT dominou as transações de criptomoedas e stablecoins no Brasil, com um total de 37,1 bilhões de reais, o que representa 81% do valor total negociado em criptomoedas e stablecoins até o primeiro trimestre.”
“Enquanto os bancos brasileiros ainda desfrutam da confiança como portos seguros para o dinheiro, há um mercado crescente de residentes usando USDT para acesso rápido e fácil ao sistema financeiro. É por isso que parcerias, como a do SmartPay com o Tether, que permite o acesso em USDT em mais de 24.000 caixas eletrônicos em todo o país, são tão importantes para os residentes que preferem usar os tokens Tether via Pix para pagar suas contas ou bens e serviços.”
Notavelmente, a adoção das stables em mercados emergentes é altamente positiva para a economia dos Estados Unidos. Isso ocorre, pois as stables de dólar são predominantemente lastreadas em títulos do governo dos Estados Unidos. Dessa forma, elas estão ajudando na monetização da dívida do governo federal dos EUA.
Ao mesmo tempo, a adoção das stables está contribuindo para a deterioração da moeda nacional. Isso ocorre, pois muitos brasileiros seguem trocando a moeda local por dólares digitais, o que tende a influenciar o câmbio mais amplo.
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