Criptomoedas para ficar de olho em 2025

Criptomoedas despontam para 2025 com avanços regulatórios, inovação e aceitação institucional. Veja os ativos com maior potencial.

Taiamã Demaman
Última atualização:
17/12/2024
Criptomoedas
Black Friday Coinext Crypto Friday

O ano de 2024 foi de avanços para o setor de criptomoedas, solidificando o mercado no cenário econômico global, com uma maior aceitação por parte de grandes empresas e órgãos reguladores, além de ter tido um papel fundamental nas campanhas dos candidatos à presidência dos Estados Unidos.

Não à toa, o mercado termina em alta e projeta um 2025 ainda mais promissor, com um cenário regulatório mais favorável, uma integração cada vez maior com o mercado tradicional e a possibilidade de ETFs de outras altcoins além do Ethereum. Ainda, diversas criptomoedas anunciaram atualizações e projetos que estabelecem boas bases para o futuro. 

Tudo isso cria um ambiente interessante para ativos fundamentados que estão liderando em inovações e atraindo bons fluxos de capital no momento de alta. Pensando nisso, os especialistas da Coinext Research, em vez de trazer as criptomoedas para o mês subsequente como sempre, escolheram explorar ativos que, devido a sua importância no mercado de criptoativos, merecem ser observados ao longo de 2025.

Ao compilar essas criptomoedas, buscou-se oferecer ferramentas e insights valiosos para investidores avaliarem esses ativos e escolherem suas estratégias para 2025. É fundamental que cada investidor faça sua própria pesquisa e avalie suas opções antes de tomar suas decisões. Por isso, confira as criptomoedas para o próximo ano:

Bitcoin (BTC)

O Bitcoin é o primeiro e mais influente ativo do mercado, sendo essencial para qualquer portfólio, seja de investidores iniciantes ou experientes. Desde sua criação em 2009, é conhecido como “ouro digital” e, ao longo dos anos, consolidou-se como uma reserva de valor e proteção contra a inflação. 

Um exemplo isso é que cada vez mais grandes empresas investem no ativo, como é o caso da  MicroStrategy, que no dia 25 de novembro adquiriu cerca de US$ 5,4 bilhões em bitcoins, elevando seu portfólio de BTC para US$ 37 bilhões no ativo. 

O ano de 2024 foi crucial para o Bitcoin desde o início, com a aprovação e lançamento dos ETFs à vista em 11 de janeiro, o que trouxe um aumento significativo no fluxo de capital. Além disso, o primeiro corte na taxa de juros dos EUA em setembro sinalizou um afrouxamento econômico, o que historicamente favorece investimentos em ativos de risco, como o Bitcon

Outro marco importante foi a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais de novembro, que trouxe otimismo ao mercado. Durante sua campanha, Trump prometeu políticas econômicas favoráveis aos criptoativos, autoproclamando-se o “presidente das criptos”. 

Sua vitória gerou ainda mais confiança entre os investidores, impulsionando um rally no Bitcoin que bateu diversos topos históricos seguidos e chegou a US$ 99.800, apenas a 0,2% abaixo da simbólica marca de US$ 100 mil, algo que parecia improvável no início de 2024. 

Um desdobramento dessa vitória foi o anúncio da saída de Gary Gensler, presidente da Securities and Exchange Commission (SEC), no dia 21 de novembro. Gensler é conhecido por sua postura rigorosa em relação às criptomoedas, e sua substituição, prevista por Trump desde a campanha, deve trazer um presidente mais favorável a esses ativos, alimentando expectativas de maior adoção institucional e regulamentação clara em 2025.

No cenário macroeconômico, o Bitcoin também se beneficia da inflação persistente e da desvalorização de moedas tradicionais, consolidando-se como uma alternativa viável para diversificação de portfólios. 

Atualmente, enfrenta uma resistência na faixa de US$ 107 mil, com potencial de atingir US$ 121 mil após o rompimento desse nível. Com todos esses fatores, a  Bernstein Research, empresa de pesquisa e análise financeira, prevê que o Bitcoin pode atingir os US$ 200 mil até 2025. Com cerca de US$ 60 bilhões em ETFs regulados, o ativo começará 2025 em outro nível institucional. 

Contudo, o caminho para o crescimento do Bitcoin não é isento de desafios. A volatilidade, característica intrínseca do mercado, continua sendo um fator de risco, enquanto regulamentações, apesar de trazerem segurança e legitimidade, podem impor restrições ao uso e negociação do ativo em algumas regiões. 

Por isso, é essencial que investidores avaliem os riscos e benefícios cuidadosamente, adotando uma abordagem estratégica para aproveitar as oportunidades oferecidas pelo ativo.

Ethereum (ETH)

O Ethereum é uma blockchain descentralizada que mudou o mercado de criptomoedas, permitindo a criação de contratos inteligentes e aplicativos descentralizados (dApps). No momento da escrita desse artigo ele possui uma capitalização de mercado de cerca de US$ 230 bilhões.

Hoje ele é o segundo maior ativo do setor, destacando-se como uma plataforma essencial para o desenvolvimento de soluções inovadoras. Diferente do Bitcoin, cuja principal função ser uma reserva de valor, o Ethereum se consolidou por oferecer uma tecnológica robusta, utilizada amplamente por empresas e projetos do setor.

Seu Valor Total Bloqueado (TVL), de aproximadamente US$69 bilhões, reflete a confiança dos desenvolvedores e a adoção em áreas como Finanças Descentralizadas (DeFi), evidenciando a importância prática de sua rede. 

Essa base bem estabelecida é um dos principais fatores que sustentam suas perspectivas promissoras para 2025. Um exemplo disso foi a retirada de 543.000 ETH da Coinbase em outubro, movimento que muitas vezes é associado a estratégias de holding de longo prazo, demonstrando a confiança dos grandes investidores no potencial de valorização do ativo para o próximo e além.

Dados da Glassnode mostraram que o número de endereços com mais de 1.000 ETH atingiu um recorde em novembro, chegando a 5.561. Esse aumento reflete o crescimento de confiança na rede, o que pode contribuir para a estabilidade e impulsos de alta no preço do Ethereum. Mesmo com especulações sobre possíveis realizações de lucros por essas "baleias", a entrada de Donald Trump no mercado de Ethereum reforça a relevância da criptomoeda e sua posição estratégica no cenário de ativos digitais.

A aprovação de ETFs à vista em 2024 também facilitou a entrada de capital institucional no Ethereum. Grandes players como BlackRock e Grayscale lideram esses investimentos, com o volume de entradas em ETFs de Ethereum totalizando US$ 240,41 milhões em novembro. Outros investidores institucionais, como o fundo de pensão do estado de Michigan e o hedge fund Millennium, também ampliaram suas participações, sinalizando um interesse crescente no ativo.

Isso, aliado a melhorias prometidas no Ethereum 2.0, que irão aumentar a escalabilidade e diminuir seus custos, faz com que analistas vejam um futuro interessante para o Ethereum ao longo de 2025, a Techopedia estima que o ETH pode chegar a US$ 8.700, enquanto a CoinCodex espera preços entre US$ 3.545 e US$ 7.333.

Com uma adoção em expansão, forte apoio institucional e uma base tecnológica sólida, o Ethereum se apresenta como uma escolha estratégica para diversificação em 2025. Sua capacidade de unir inovação e confiança de mercado o posiciona como um dos ativos mais robustos e promissores do ecossistema cripto.

Chainlink (LINK)

A Chainlink é uma plataforma que conecta empresas e instituições financeiras a diversas blockchains, atuando como uma ponte entre o mundo real e as redes descentralizadas. Sua função de “ligação entre cadeias” permite processar informações externas e transformá-las em contratos inteligentes, validados por nós de sua rede. Por esse papel crucial no mercado financeiro, a Chainlink se destaca como uma peça central no ecossistema blockchain global.

Em 2024, a Chainlink protagonizou uma série de avanços no setor bancário e de capitais, apresentando soluções inovadoras em eventos de destaque na Ásia, como o Sibos em Pequim, o Chainlink SmartCon em Hong Kong e o Singapore FinTech Festival. Nessas ocasiões, a empresa por trás do token LINK mostrou casos práticos de como a tecnologia blockchain e a tokenização podem transformar instituições financeiras, solidificando o seu papel nesse processo de transição tecnológica.

Entre os destaques, Sergey Nazarov, cofundador da Chainlink, revelou um pacote de privacidade baseado em blockchain. Essa ferramenta ajuda instituições a preservar a confidencialidade e a integridade dos dados, atendendo às exigências regulatórias para operar em um ambiente multi-chain. Isso posiciona a Chainlink como uma das pioneiras na integração entre o mercado financeiro tradicional e o universo cripto.

Outro marco relevante foi a integração dos oráculos da Chainlink com a rede Bitcoin, utilizando a camada 2 Spiderchain, desenvolvida pela Botanix Labs. Ela possibilitou ao Bitcoin acessar dados externos e executar contratos inteligentes, além de implementar funcionalidades avançadas como o caso dos rollups. 

O projeto também incorpora o Chainlink Cross-Chain Interoperability Protocol (CCIP), que viabiliza a transferência de dados e tokens entre blockchains, fortalecendo a interoperabilidade do seu ecossistema.

O CCIP também provou seu impacto no setor financeiro tradicional, processando um recorde de US$ 16 trilhões em operações transfronteiriças, sendo peça-chave no piloto do Drex, o CBDC brasileiro. Esse feito destaca a capacidade da Chainlink de conectar blockchains a sistemas financeiros globais, tornando-a uma referência em inovação tecnológica.

Além de sua relevância global, o mecanismo de staking do LINK apresenta um grande potencial de valorização. À medida que mais tokens são alocados para staking e a demanda de investidores cresce, espera-se um aumento na escassez do ativo, impulsionando seu preço. Analistas como John Doe, da CryptoInsights, acreditam que esse modelo de staking pode gerar uma alta no valor do LINK em 2025.

Com sua atuação no setor financeiro, inovações tecnológicas e o potencial de valorização por meio do staking, o token LINK pode ser oportunidade promissora para investidores que buscam um ativo fundamentado e com boas perspectivas de crescimento no próximo ano.

Solana (SOL)

Solana é uma blockchain descentralizada construída para oferecer alta velocidade e eficiência. Ela permite o processamento de transações com custos significativamente mais baixos do que redes como Ethereum. Essa característica resolve problemas de congestionamento de rede e altos custos de transação, tornando a Solana uma escolha atraente para desenvolvedores e usuários. 

Fundada em 2017 e lançada em 2020 pela Solana Foundation, a rede já suporta milhares de projetos, incluindo Audius (AUDIO) e integrações com ferramentas como Chainlink (LINK). Com um fornecimento total limitado a cerca de 508 milhões de tokens, adota um modelo deflacionário, queimando parte dos SOLs, o que reduz a oferta e potencialmente impulsiona seu valor.

Em 2024, ela consolidou sua posição no mercado com avanços estratégicos. A gestora VanEck anunciou uma parceria com a plataforma Kiln para integrar o staking de Solana (SOL) em seus produtos, incluindo ETFs. Essa iniciativa permitirá que investidores acessem o token de forma regulada e simplificada, sendo um passo significativo rumo à aprovação de um ETF de Solana nos Estados Unidos até o final de 2025. 

Matthew Sigel, chefe de pesquisa da VanEck, considera as chances de aprovação "extremamente altas", especialmente com a possível mudança na liderança da SEC para uma postura mais favorável ao mercado cripto.

O Brasil já possui um ETF de Solana aprovado pela CVM,  se destacando como líder na adoção de ativos digitais na América Latina. Isso reflete a maturidade do mercado financeiro brasileiro e oferece uma alternativa acessível e regulamentada para investidores.

Os números de desempenho da rede em 2024 também foram notáveis. Solana registrou recordes históricos em volumes de negociação em exchanges descentralizadas (DEX), totalizando US$109,8 bilhões em novembro — quase o dobro dos US$55 bilhões da Ethereum no mesmo período. O volume diário alcançou US$7,14 bilhões em 18 de novembro, enquanto o semanal chegou a US$41,6 bilhões, impulsionado pela alta atividade na rede e pelo impacto das memecoins. O TVL da Solana cresceu US$3 bilhões de agosto a novembro, enquanto sua capitalização de mercado aumentou de US$ 66 bilhões para cerca de US$111 bilhões.

Com uma infraestrutura avançada, rapidez e escalabilidade, Solana está bem posicionada para atrair novos desenvolvedores e investidores. Projeções da CoinCodex indicam que o token SOL pode ser negociado entre US$234,38 e US$612,38 em 2025, consolidando expectativas otimistas. No entanto, é fundamental lembrar que o mercado cripto é altamente volátil. Investidores devem abordar o ativo com estratégia, paciência e um planejamento cuidadoso para aproveitar as oportunidades que Solana pode oferecer no próximo ciclo de alta.

Cardano (ADA)

Cardano é uma blockchain de terceira geração projetada para oferecer soluções escaláveis, seguras e sustentáveis. Lançada em 2017 por Charles Hoskinson, cofundador do Ethereum, a plataforma é desenvolvida pela IOHK (Input Output Hong Kong) e se destaca por sua abordagem baseada em pesquisa acadêmica e revisões científicas rigorosas, combinando o melhor das gerações anteriores de blockchains, como Bitcoin e Ethereum.

Recentemente, ela alcançou um marco significativo ao implementar seu primeiro contrato inteligente baseado em provas de conhecimento zero (ZK) na rede principal. Essa tecnologia permite verificar informações sem expor detalhes sensíveis, trazendo mais segurança e privacidade para as transações. O processo foi conduzido pela Input Output, com o suporte do sistema Halo 2, uma ferramenta avançada usada para validar provas ZK. A transação inicial bloqueou fundos, enquanto a segunda utilizou uma prova gerada pelo Halo 2 para desbloqueá-los, com uma taxa de apenas 2,03 ADA (aproximadamente US$ 1,90), demonstrando a eficiência do sistema.

O Halo 2, desenvolvido pela mesma equipe responsável pelo Zcash, oferece vantagens como a validação de provas criptográficas sem necessidade de configurações complexas e o uso de provas recursivas, que dividem cálculos em partes menores, melhorando a escalabilidade e a interoperabilidade entre sistemas. Segundo a Input Output, essa inovação é um passo crucial para consolidar Cardano como uma blockchain eficiente, segura e pronta para aplicações descentralizadas inovadoras.

O CEO da Cardano, Charles Hoskinson, tem explorado a possibilidade de levar funcionalidades de finanças descentralizadas (DeFi) ao Bitcoin, aproveitando sua experiência no código base da principal criptomoeda do mercado. Ele enxerga isso como uma oportunidade de revisitar e aprimorar seu design. As taxas Babel da Cardano, que permitem o pagamento de transações com diversos tokens, são um exemplo de como essa integração pode aumentar a flexibilidade e usabilidade da rede.

A Fundação Cardano apresentou uma proposta atualizada para a Constituição da Cardano, visando melhorar a governança e acessibilidade do ecossistema blockchain. Incorporando feedback da comunidade e especialistas, a proposta detalha ações de governança, orçamento e tesouraria, além de reformular definições e incluir novos princípios. 

Ela está disponível em diversos idiomas, a iniciativa tem como objetivo promover maior inclusão e participação. Hoskinson destacou que essas mudanças criam uma base sólida para a rede até 2025. Após o anúncio, o token ADA registrou uma alta de 12,38%, sendo negociado a US$ 0,885.

Em relação a 2025, as projeções para o preço da ADA são variadas. Segundo a CoinCodex, o token pode alcançar US$ 2,97, enquanto a CoinPedia projeta US$ 2,42, e a Changelly sugere um preço máximo de US$ 0,949. 

Historicamente, ciclos de alta no mercado cripto duram entre um e dois anos, e especialistas acreditam que, caso o mercado esteja entrando em uma nova fase de valorização, ela pode se estender até 2025. Contudo, devido à alta volatilidade e grandes variações do mercado de criptomoedas, é essencial analisar essas previsões com cautela.

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Autor
Taiamã Demaman
Economista especializado em Web 3.0, é Líder de Pesquisa na Coinext.
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