O que são soluções de segunda camada em Blockchain?

O que são soluções de segunda camada em Blockchain? Nesse conteúdo explicamos os detalhes importante para que você entenda as diferenças entre as Blockchains.

Redação Coinext
Última atualização:
11/6/2024
Criptomoedas

As soluções de segunda camada estão ganhando força no segmento cripto em meio ao crescimento das redes Blockchains.

Também chamadas de soluções de layer 2, essas redes e protocolos de segunda camada são propostas que buscam maneiras de compensar os principais problemas enfrentados pelas redes de criptomoedas atualmente.

Considerando que investidores também precisam saber mais sobre o funcionamento dos sistemas que fazem parte do projeto no qual investe, hoje trazemos um conteúdo explicando o que são soluções de segunda em Blockchain e por que elas se tornaram necessárias.

Continue lendo para aprender:

  • O que são soluções de segunda camada?
  • O que é Layer 1 e Layer 2 em cripto?
  • Principais tipos de soluções de segunda camada
  • Exemplos de soluções de segunda camada
  • Sharding como solução de primeira camada na Blockchain
  • Impactos das soluções de segunda camada

O que são soluções de segunda camada?

Por meio da tecnologia Blockchain, os criptoativos estão impulsionando o avanço da economia digital.

Mas à medida que as redes que sustentam as criptomoedas crescem em adesão, com mais aplicativos rodando em seu ecossistema e mais usuários usando esses serviços, as Blockchains podem enfrentar dificuldades para processar um maior volume de transações em períodos de alta demanda.

Isso porque, segundo o conceito de Trilema Blockchain, quanto mais segura e descentralizada, menos escalável tende a ser uma rede Blockchain. Esse conceito se apoia em três aspectos fundamentais que uma rede deveria apresentar:

  • Descentralização: Uma Blockchain não pode ser controlada por uma única entidade. Ela deve funcionar de forma distribuída entre todos os participantes.
  • Segurança: A Blockchain precisa ter capacidade de auto manutenção e de se proteger contra falhas e ataques externos.
  • Escalabilidade: É preciso que a Blockchain ofereça suporte a um grande número de transações ocorrendo simultaneamente, sem que o tempo de conclusão da transação seja afetado.
esquema do trilema blockchain - segurança, descentralização e escalabilidade nos vértices de um triângulo

O grande desafio dos desenvolvedores reside em conseguir construir uma rede que seja de fato descentralizada, segura e escalável. No entanto, a prática tem mostrado que um desses três aspectos acaba sendo comprometido em detrimento dos outros dois.

Por exemplo, o Bitcoin possui uma Blockchain extremamente segura e de forte descentralização, fundamentos que, junto com a escassez, são a base para sua popularidade e solidez no mercado. 

Mas consequentemente, a rede Bitcoin não tem conseguido escalar de acordo com a demanda que passou a receber, o que leva à demora e a altas taxas se pensarmos nos padrões atuais de transações digitais, em que esperamos rapidez e baixo custo.

Como solução para esse problema, surgiram protocolos de segunda camada. Um exemplo é a própria Lightning Network do Bitcoin, que explicaremos a seguir.

O que é Layer 1 e Layer 2 em cripto?

As soluções de segunda camada (“layer 2”, em inglês) são desenvolvidas para aliviar a demanda pela rede de primeira camada (“layer 1”). Entenda o que é cada uma:

  • Layer 1: é uma rede de base, como Bitcoin e Ethereum. Uma Blockchain de layer 1 é a rede principal de seu ecossistema, capaz de validar e finalizar transações sem a necessidade de outra rede.
  • Layer 2: são Blockchains secundárias ou protocolos de segunda camada que dependem da rede base de layer 1 para obter segurança e consenso. A layer 2 ajuda a aliviar a demanda pela layer 1, porque funciona de forma paralela a ela.

Por exemplo, a rede Bitcoin é uma Blockchain de layer 1, enquanto a Lightning Network do Bitcoin é um protocolo de layer 2.

A Lightning Network permite que usuários façam transações antes de registrá-las na Blockchain principal do Bitcoin. Assim, Ana e Pedro podem abrir um canal na rede Lightning e fazer várias transações entre eles. Quando estiverem satisfeitos, eles encerram o canal e apenas o saldo final de suas carteiras será registrado na Blockchain principal do Bitcoin, como uma única transação.

Esse agrupamento das transações em um registro final resulta em mais rapidez e menor custo, já que a layer 1 será usada para registrar apenas uma transação.

Principais tipos de soluções de segunda camada

Em busca de oferecer mais escalabilidade, novas Blockchains e protocolos estão sendo criados usando diferentes tipos de soluções de segunda camada em suas arquiteturas. Conheça agora os principais tipos:

Rollups

Rollup é um tipo de solução de escalabilidade off-chain (fora da cadeia principal). Isso significa que as transações são feitas fora da Blockchain de layer 1 e então agrupadas como uma única transação. Depois, as transações finais são apresentadas à Blockchain principal como uma única transação.

O uso de rollups economiza recursos e torna todo o processo de transação mais ágil, já que o custo do agrupamento de lotes de transações é dividido entre usuários e só é necessário processar uma transação ao invés de várias.

O que são Zk rollups?

Zk rollups (“Zero-knowledge rollups” ou rollups de conhecimento zero, em tradução literal) são o tipo mais comum dessa solução de segunda camada. Ele recebe esse nome porque funciona por meio de um sistema de criptografia chamado “prova de conhecimento zero” como prova de validade.

Os ativos são mantidos na rede principal com um contrato inteligente. Dessa forma, a segurança da rede principal é aproveitada, enquanto se pode contar com os benefícios de um rollup que é mais rápido e consome menos recursos.

Sidechain

Sidechains são redes Blockchain separadas da Blockchain principal, funcionando de forma paralela, interoperável e atrelada à layer 1. Isso significa que é possível trocar informações entre as duas redes e ativos podem fluir livremente de uma para a outra.

Como as sidechains são Blockchains separadas, elas podem ter características próprias, inclusive seu próprio algoritmo de consenso para validação de transações.

A comunicação entre a rede principal e a sidechain funciona da seguinte maneira:

Para manter a confiabilidade, as sidechains se comunicam com a rede principal por uma ponte de duas vias ou two-way peg. Na prática, os ativos não são efetivamente transferidos. Em vez disso, eles são simplesmente bloqueados na rede principal enquanto a quantidade equivalente é desbloqueada na sidechain.

Contratos inteligentes são usados para garantir que o processo de validação esteja ocorrendo corretamente e confirmar as transações entre redes.

Assim, ativos podem ser facilmente enviados entre a rede principal e a Blockchain secundária, possibilitando que projetos expandam seu ecossistema com eficiência. 

Parachain

As parachains são Blockchains construídas “em cima” da Blockchain principal, que compartilham da segurança da rede principal e podem trocar informações com ela.

Dessa forma, desenvolvedores podem construir uma Blockchain personalizada de acordo com as necessidades do próprio projeto, enquanto a camada base da Blockchain garante a segurança e escalabilidade da rede.

Essa é uma solução que, além de contribuir para a escalabilidade, também permite a criação de redes interoperáveis.

imagem que representa a blockchain

Exemplos de soluções de segunda camada

Além da Lightning Network do Bitcoin que já comentamos neste artigo, existem outros exemplos de solução de segunda camada que vale a pena conhecer: 

Polkadot

A Polkadot permite a construção de parachains que compartilham seus níveis de segurança e compartilham informações entre si. Desse modo, diferentes redes podem se conectar no mesmo ecossistema, funcionando de forma interoperável.

O que faz da Polkadot uma interessante opção para soluções mais escaláveis é que as parachains podem delegar seu consenso e processo de validação para a rede principal, tornando-se mais eficientes, rápidas e baratas.

Polygon

A sidechain da Polygon é verificada por seu próprio conjunto de validadores e envia dados de verificação para a Ethereum.

A Polygon oferece uma estrutura para a criação de soluções de escalabilidade compatíveis com a segunda maior Blockchain do mercado, incluindo rollups e sidechains.

Assim, é possível desenvolver projetos que aproveitem a segurança da Ethereum ou sejam mais flexíveis, contando com taxas mais baratas e mais velocidade.

Quer entender mais sobre Polygon e sobre MATIC, o token dessa plataforma? Assista ao vídeo abaixo:

Arbitrum (ARB)

Arbitrum é uma das principais soluções de segunda camada para a rede Ethereum. Desenvolvido pela Offchain Labs, o Arbitrum visa resolver os problemas de escalabilidade enfrentados pelo Ethereum, permitindo transações mais rápidas e baratas.

Essa criptomoeda funciona criando uma camada adicional acima da blockchain principal do Ethereum, onde as transações podem ser processadas de forma mais eficiente.

Immutable X (IMX)

Immutable X é uma solução de segunda camada projetada para a blockchain Ethereum. É uma solução de escalonamento que visa resolver os problemas de escalabilidade e custo enfrentados pela Ethereum, permitindo transações mais rápidas, eficientes e econômicas.

Ela utiliza a tecnologia de rollups, que processa as transações fora da blockchain principal e, em seguida, as registra em lotes na Ethereum.

Optimism (OP)

O Optimism (OP) é especificamente desenhado para apoiar aplicações descentralizadas (DApps). Ele fornece uma infraestrutura que permite transações mais rápidas e com custos reduzidos, ideal para desenvolvedores e usuários de DApps. Utilizando rollups otimistas, o Optimism processa transações fora da cadeia principal do Ethereum, consolidando os resultados na blockchain do Ethereum, o que melhora a capacidade de processamento sem comprometer a segurança.

Essa característica torna o Optimism uma opção popular para projetos de DApps que buscam escalabilidade eficaz.

Sharding como solução de primeira camada na Blockchain

As soluções de layer 2 estão sendo muito utilizadas porque são mais fáceis e viáveis do que as soluções de layer 1. Um exemplo de como um processo de melhoria de layer 1 pode ser longo é a atualização da Ethereum, que mudou seu mecanismo de consenso de Proof of Work para Proof of Stake (PoS).

Mas o sharding é um exemplo interessante de solução usado por redes como Elrond e Near Protocol, e que também será implementado pela Ethereum.

De forma bem simplificada, podemos dizer que o sharding é feito quando a Blockchain se divide para dar conta da demanda pela rede.

Na prática, esse método divide as operações da Blockchain em vários fragmentos menores, responsáveis por atividades específicas, possibilitando o processamento de dados em diferentes operações de forma simultânea, em vez de sequencial.

O resultado é o alívio da carga de trabalho na Blockchain, o que pode contribuir para o aumento da velocidade de execução das transações.

Impactos das soluções de segunda camada

O principal impacto positivo das soluções de segunda camada é oferecer soluções para problemas de escalabilidade difíceis de serem resolvidos na camada de layer 1.

Por meio de redes e protocolos de layer 2, desenvolvedores e usuários que buscam pela descentralização e segurança de uma determinada Blockchain conseguem continuar desfrutando desses fundamentos enquanto operam com menor custo e mais rapidez.

Entretanto, dependendo do método utilizado, parte da segurança da Blockchain principal pode ser perdida. Algumas soluções, como zk rollups, oferecem um nível mais alto de segurança, enquanto as sidechains, por exemplo, possibilitam mais flexibilidade para necessidades específicas.

Dessa forma, enquanto investidores, o importante é lembrar que cada modelo tem seus pontos fortes e vulnerabilidades e muito vai depender de como cada projeto se utiliza deles. 

Por isso, é preciso estudar bem seus fundamentos antes de investir em uma nova criptomoeda e dedicar tempo a compreender também aspectos técnicos sobre Blockchain.

As redes de segunda camada ficam cada vez mais importantes dentro do universo das criptomoedas, dessa forma, algumas plataformas que não são de segunda camada estão buscando evoluir para suportar esse tipo de token, como é o caso da Chainlink.

Para finalizar, separamos algumas Blockchains para você ficar de olho, confira:

Para continuar aprendendo sobre o meio cripto e tecnologia Blockchain, continue acompanhando nossos canais. Temos materiais em diferentes formatos no Blog, Coinext Educação e YouTube que vão te ajudar a aprofundar ainda mais suas análises sobre criptoativos.

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Redação Coinext
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