FOMO: Qual a sua relação com investimentos?

FOMO vem de um termo em inglês conhecido como "Fear of missing out" que é o medo de se perder algo, mas o que isso tem a ver com investimentos? Entenda.

Luiza Brito
Última atualização:
15/3/2024

Falar de investimentos envolve também falar sobre as emoções e o estado psicológico daqueles que estão por trás das operações. Ainda mais quando estamos falando de aplicações em criptomoedas, o assunto fica ainda mais delicado e em exposição, uma vez que a alta volatilidade das moedas é um dos principais fatores que tem capacidade de impactar o psicológico dos traders. Afinal, ninguém é de ferro para passar pelas rápidas oscilações das moedas sem se preocupar se isso afetará os seus rendimentos, não é mesmo?

No artigo de hoje vamos entender porque é importante, e até estratégico, você pensar cautelosamente nas suas emoções nos momentos em que estiver operando. Em especial, falaremos do FOMO e como você pode escapar de jogadas erradas nos seus investimentos. Confira mais:

  • FOMO: Qual a sua relação com investimentos?
  • O que é FOMO?
  • Quais são os sintomas de FOMO?
  • Qual a relação do FOMO com investimentos?
  • Como combater FOMO nos seus investimentos?

O que é FOMO?

Se você nunca ouviu falar de uma expressão chamada FOMO, vamos conhecê-la melhor agora. A expressão deriva de uma frase em inglês que junta as primeiras letras das palavras que a compõem: "fear of missing out”. Traduzindo para o português, significa medo de ficar de fora. A primeira vez que escuta pode não fazer tanto sentido, mas a verdade é que é uma sensação muito válida, que pode acontecer em diversos momentos na vida de uma pessoa, mesmo quando ela está tentando ser o mais racional possível, como quando está operando seus investimentos. 

O medo de ficar de fora diz respeito à sensação de estar perdendo algo muito importante que está acontecendo, e que transmite a impressão de que somente nós estamos de fora, ou seja, deixando escapar aquela oportunidade imperdível que talvez não voltará nunca mais. Basicamente essa é a sensação que a expressão FOMO busca traduzir em palavras, também é muito associada a frustração, exclusão de participar de algo que se tornou uma onda (hype), desinformação sobre essa tal onda, falta de acessibilidade,  ou até mesmo o erro no timing, o famoso dormiu no ponto. Tudo aquilo que passa a imagem de que, por algum motivo, uma pessoa está sentindo que não está aproveitando uma certa oportunidade, a qual ela vê diversas outras usufruindo.

Com certeza você já lembrou de alguma situação em que se sentiu assim, não é mesmo? Realmente, não é nada agradável esse sentimento e é muito fácil deixá-lo nos fragilizar. Se vivenciar o FOMO em situações que não envolvem algo muito grandioso já é aborrecível, vivenciá-lo em momentos que precisamos tomar grandes decisões e que ainda envolvem o nosso dinheiro, é pior ainda, e exige uma postura madura e pé no chão, de quem quer que esteja vivenciando a sensação.

Quais são os sintomas do FOMO?

O FOMO pode se apresentar em diferentes contextos, com diferentes intensidades e repercussões, de acordo com cada pessoa. Não chega a ser considerado como uma síndrome, ou disfunção psicológica, mas sim uma sensação comum do ser humano que convive em sociedade. Logo, quando falamos aqui em sintomas do FOMO, não se trata de algo com o intuito de ajudar em um possível tratamento ou sugerir um autodiagnóstico, mas sim de apenas fornecer algumas informações importantes que possam te ajudar a perceber se o que está sentindo pode ser um indício do FOMO, e se tem potencial para prejudicar seus investimentos. 

Em contextos mais banais e rotineiros, o FOMO pode vir por exemplo, quando um grupo de amigos seus combina uma viagem de final de semana. Coincidentemente, na data marcada você era o único da turma que não poderia ir, pois tinha um compromisso inadiável. Você pode sentir o FOMO, uma leve tristeza ou ansiedade por sentir que está perdendo momentos bons e relaxantes com seus amigos enquanto eles estarão vivenciando tudo isso. 

O FOMO também é muito relacionado à dinâmica das redes sociais e do conjunto de emoções que elas nos proporcionam, sobretudo atualmente, em que a imersão digital e nas mídias sociais já é uma realidade. Neste sentido, algumas pessoas experimentam o medo de ficar de fora da vida online, medo de ficar desconectado e perder algum evento, escândalo, notícia ou reportagem chocantes. Essas pessoas sentem necessidade de estarem conectadas na internet uma boa parte do tempo, principalmente atualizando redes sociais e acessando portais de notícias, por terem maior sensação de controle de suas vidas ou das coisas que os cercam. 

Demais sensações que podem acompanhar o FOMO e fazer com que você  acione o botão de alerta são: ansiedade, angústia, preocupação ao extremo, alta  necessidade de controle, irritabilidade, mal humor e estresse.  É importante tentar rastrear a fonte desses sentimentos e identificar se eles estão relacionados à alguma situação ou contexto, que você sente que está perdendo alguma coisa que outras pessoas não estão, principalmente o controle sobre algo ou a oportunidade. 

Qual a relação do FOMO com os investimentos?

No contexto dos investimentos, principalmente em criptoativos, é necessário ter cabeça fria para executar ordens assertivas e objetivas. Um dos principais pontos que muitos traders ainda têm dificuldade de entender, é que cada ordem que você decidir disparar, seja de compra ou de venda, precisa ter um objetivo claro a ser alcançado. E não estou falando aqui somente sobre o objetivo geral de enriquecer ou de ter lucros, mas sim de um objetivo numérico, estratégico e previamente decidido. Do contrário, executar ordens aleatórias, sem entender porquê você está tomando tal atitude e como ela pode impactar na sua estratégia central de investimentos, é basicamente não ter estratégia e deixar levar-se pelas ondas do mercado e dos demais investidores.

Existem estudos sobre como o comportamento e o psicológico dos investidores impactam nos movimentos do ativo em questão no mercado. Já abordamos duas delas aqui no nosso blog, a Teoria de Dow e as Ondas de Elliot, que inclusive são teorias complementares que concordam em várias passagens entre si.

A Teoria de Dow é uma técnica para analisar graficamente um ativo em busca de indícios de alguma tendência que ele esteja seguindo. Ela é estruturada em 6 princípios básicos que Dow entendeu que eram os principais indicadores que influenciam nas movimentações dos ativos. Desses 6 princípios, todos fazem alguma referência ao comportamento dos traders e como isso move o mercado, e não o contrário.  

Já as Ondas de Elliot também faz parte da análise técnica, e serve de apoio para os traders compreenderem a movimentação no preço de um ativo e identificar um comportamento padrão. Essa teoria leva em cons­ideração, sobretudo, duas máximas: a de que um ativo se move em ciclos completos e que o psicológico dos traders é um fator decisivo sobre a oscilação desse ativo. Ralph Elliot, criador da teoria, foi um dos primeiros analistas de investimentos a relacionar o movimento dos ativos no mercado com o estado psicológico dos traders. Dividida em três princípios bases, Elliot considera que essas três coisas regem a movimentação do ativo: a emoção dos traders, a impulsividade e a subjetividade.

Se pararmos para pensar, faz todo sentido isso. Se o mercado está eufórico, isso reflete no preço dos ativos, que conseguem se manter altos. Porém em momentos de queda bruscas, podemos ver um cenário de pânico generalizado. Isso também é chamado de efeito manada, que nada mais é do que várias pessoas tomando decisões para irem por um mesmo caminho. Geralmente as pessoas adotam este comportamento para se confortarem de alguma forma, entendem que se há um grande contingente de pessoas seguindo uma direção, talvez ela seja realmente a melhor opção. Ou que pelo menos não enfrentariam o cenário sozinhos. 

Se analisar friamente o efeito manada, na esmagadora maioria das vezes a decisão não faz sentido para a situação pessoal de cada um. É realmente um impulso das pessoas em seguirem o caminho que a maioria segue.

Portanto, o FOMO no contexto dos investimentos diz muito sobre o medo de ficar de fora de alguma onda ou alguma tendência que o ativo entrou. Por exemplo, se você presencia uma súbita valorização na sua criptomoeda mas você não estava comprado, poderá sentir vontade de tentar aproveitá-la para lucrar. Porém, se você comprar num momento de tendência de alta, sem saber se o ativo continuará valorizando, poderá ter prejuízo ou dificuldade para vendê-lo num valor lucrativo. 

Por isso é preciso ter cautela e entender se isso não se resume à pura vontade de participar do mercado, de surfar a onda de alta da moeda.

Como combater o FOMO nos investimentos?

A maneira mais lógica de combater o FOMO e toda as sensações que ele traz junto é tentar pensar racionalmente e manter-se o mais fiel possível à sua estratégia de investimentos. Reforçando novamente, estratégia de investimento não é simplesmente querer lucrar do dia para noite. É preciso tempo e dedicação. Existem algumas coisas que podem te ajudar a traçar sua estratégia e o mais importante, a entender como dividi-la em pequenas etapas até que se conquiste o seu objetivo final. 

Entender que cada ordem que você programa tem um objetivo e um papel a ser cumprido, para te levar à sua meta financeira final, é uma ótima forma de manter-se pé no chão e não se deixar levar pelo medo de ficar de fora. Quem se planeja com assertividade não tem necessidade de se igualar aos outros, uma vez que o seu objetivo final e condições pessoais não iguais aos dos demais traders. 

Não é necessário estruturar um grande e complexo plano de investimentos para entender o objetivo de cada ordem que você dispara. Caso seja iniciante no mercado, ou ainda esteja pegando o jeito, você pode estipular o quanto deseja alcançar com aquele investimento e em quanto tempo, alinhando essa expectativa com aspectos da sua realidade. 

De nada adianta ter uma expectativa de  um rendimento de R$10.000 em um ano de investimento, se você não dispõe de um montante suficiente para alocar durante esse período, que valorize até atingir o seu objetivo. Logo, fatores da sua vivência e suas condições particulares precisam fazer parte da sua estratégia de investimento. Reflita sobre a quantia inicial que você tem disponível para investir, por quanto tempo dará continuidade ao investimento, qual a sua disponibilidade para se dedicar aos estudos e à prática, qual sua tolerância ao risco e o que você gostaria de priorizar entre aspectos como rendimento, segurança e liquidez. 

Todos estes pontos são abordados em técnicas para se descobrir o seu perfil de investidor. É muito importante que você tenha claro qual é o seu perfil, pois isso te ajudará a guiar seus passos de acordo com o que você quer alcançar. Isso também te ajudará a manter-se realista, pois também não é incomum os investidores idealizem tanto um cenário, que querem participar dele a todo custo. Tomar uma decisão que não condiz com sua realidade e condições financeiras pode acabar te frustrando e até impedindo de enxergar os investimentos como uma boa prática.

Outro ponto importante é manter em mente que o mercado é cíclico, ou seja, para que ele funcione de maneira equilibrada ele precisa funcionar em ciclos. Não há motivos para se desesperar e disparar diversas ordens por medo de perder aquela oportunidade, como se ela fosse única e não tivesse a chance de se repetir. Aos poucos, os traders vão encontrando suas oportunidades e fazem o mercado girar, tenha em mente que o movimento no gráfico não é, e nunca será, uma linha reta, mas sim um caminho de altos e baixos. Portanto, se você deu o “azar” de perder alguma tendência, não se preocupe, apenas entenda que aquela situação é momentânea e poderá acontecer novamente, o que cabe ser feito é se planejar para não perder a próxima oportunidade. 

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Sobre o autor
Luiza Brito
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