O que é lastro financeiro e qual é a sua função?

Já ouviu falar de lastro financeiro? Ele funciona como uma garantia e é usado em moedas, ouro, fundos e outros ativos, mas e as criptomoedas? Confira aqui.

Equipe Coinext
Última atualização:
15/3/2024

Pode até parecer algo complicado, mas o lastro financeiro nada mais é do que uma garantia implícita de valor para diferentes ativos. Um exemplo é a criptomoeda Tether (USDT), com lastro de 1:1 com o dólar, ou seja, cada USDT vale a exatamente 1 dólar que está guardado nos cofres da Tether.

Por muitos anos o valor do dólar era lastreado no ouro que os EUA mantinham em suas reservas. Ou seja, cada dólar tinha como garantia de valor uma porcentagem do metal precioso controlado pelo governo.

Mas mesmo sendo um conceito simples, ainda há muitas dúvidas que cercam o lastro, principalmente quando falamos do criptomercado. Por isso, vamos explicar quando o lastro é utilizado, o que garante o valor do real e, principalmente, se o Bitcoin tem lastro.

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Quando ele é usado

O lastro é utilizado sempre que alguém quer garantir que o valor de um título ou de uma promessa. Vamos supor que você queria vender um cacho de bananas que ainda não foi colhido, você então cria um “vale” para cada banana do cacho e vende esses vales para os interessados. Cada um desses vales se torna um título e o lastro deles são as bananas que estão no cacho.

Parece um exemplo bobo? Pode até ser, mas é exatamente assim que muitos investimentos garantem o seu valor para aqueles que compram seus títulos. Ninguém negocia ouro diretamente no mercado de ações, são negociados títulos e cada título é lastreado por uma quantidade pré-especificada de ouro.

Em quais ativos é utilizado o lastro

O lastro está muito presente no mercado financeiro e é muito importante para manter as ações do mercado tradicional como a conhecemos. Existem diferentes tipos de ativos em que você pode investir e que são lastreados fisicamente.

Ouro e metais preciosos

A negociação de ouro no mercado tradicional é totalmente feita com base no lastro. Como demos o exemplo, ninguém negocia ouro diretamente na bolsa de valores. Os investidores compram os títulos que equivalem a quantidade de ouro comprada.

Isso serve para todos os principais metais preciosos que são negociados dessa forma nas corretoras de valores.

Produtos do agronegócio (LCA)

Os produtos de origem no agronegócio, como a soja, arroz, feijão e até a arroba do boi são todos negociados através de títulos lastreados pelos produtos físicos. Nesse caso, o lastro de um título mostra o seu valor, permitindo o investimento sem a necessidade de armazenagem ou transporte de toneladas de uma determinada mercadoria.

Imóveis (LCI)

Da mesma forma que os produtos do agronegócio, os imóveis podem ser lastreados através de ativos para permitir o investimento facilitado. Recentemente até ficou relativamente popular o investimento em “partes de um imóvel”, onde alguém, através de um título lastreado, pode ser dono de apenas uma porcentagem de um imóvel.

Existem muitos outros ativos que possuem lastro em algo físico ou no valor intrínseco de outra mercadoria. Até mesmo a nossa moeda nacional, o real, possui lastro.

Qual é o lastro do real?

Moedas fiduciárias possuem um lastro um pouco diferente de outros ativos.

Você sabia que no período colonial os réis eram feitos com uma parte em prata? A prata presente na moeda garantia que ela tinha valor intrínseco. Da mesma forma, até 1970 o dólar dos EUA tinha como lastro o padrão-ouro, baseado nos ouros que as reservas do país possuíam.

Como é de se esperar, nenhuma das atuais moedas fiduciárias como o real lastreiam o seu valor por metais preciosos. Mas então, de onde vem o valor do real? Bom, o “lastro” do nosso dinheiro vem justamente de uma série de políticas ligadas ao Banco Central e a Casa da Moeda.

A demanda pela moeda, a emissão pela Casa da Moeda e a taxa cambial são todos fatores importantes para determinar o preço do real. Já a sua garantia de valor está simplesmente no fato de que ele é a moeda oficial do país, então, por convenção política, ele possui o valor garantido.

Na questão do valor, temos a inflação que é algo a ser sempre considerado. Ela cresce com o aumento do poder de compra da população e também com o número de moedas disponíveis em circulação.

O Bitcoin tem lastro?

Uma das perguntas que mais se faz sobre o criptomercado desde o boom de 2017: de onde vem o valor do Bitcoin? Muita gente se pergunta isso preocupado para saber se o Bitcoin realmente é algo que vale a pena investir.

Bom, o Bitcoin não possui lastro, mas isso não quer dizer que ele não é uma moeda confiável, ou que o projeto como um todo não possui valor de verdade. O Bitcoin é descentralizado, por isso, nenhuma entidade pode oferecer alguma coisa como garantia de preço por cada moeda.

O preço de cada Bitcoin e de muitas outras criptomoedas vem de um dos principais fundamentos do mercado.

De onde vem o valor da moeda?

O preço do Bitcoin é definido pela lei primeira do mercado: Oferta e Demanda. O BTC vem aos poucos sendo considerado como uma importante reserva de valor contra a inflação mundial, rivalizando até mesmo o ouro.

Além dessa lei básica de mercado, temos também a revolução que o BTC trouxe diante do setor financeiro, principalmente em sua forma de garantir segurança e eficiência mesmo sem agentes centralizados.

O algoritmo do Bitcoin é realmente único e trouxe uma possibilidade gigantesca para novas aplicações (como em muitas altcoins). Por isso, a moeda também tem seu valor com base em sua utilidade.

Criptomoedas que possuem lastro

Muitas outras altcoins garantem o seu valor como o Bitcoin, algumas vão além e oferecem novas utilidades, como transações anônimas, contratos inteligentes e outras.

Mas, há também algumas altcoins que lastrearam o seu valor em diferentes ativos para descentralizar certos mercados ou facilitar para quem quer guardar moedas fiduciárias ou metais.

Confira algumas criptomoedas que possuem lastro.

Tether (USDT)

Quando se fala em moeda digital com lastro o Tether é sem dúvidas a mais importante. O USDT possui o seu lastro em 1:1 com o dólar. Ou seja, para cada token que um usuário possui, ele tem a garantia de que há 1 dólar nas reservas da Tether. Esse é um tipo de lastro com colateral, também conhecido como título de IOU (I Owe You, Eu Devo a Você, em tradução livre).

O Tether é uma stablecoin (moeda estável) e nasceu com o objetivo de facilitar transações com o dólar em diferentes níveis, do setor varejista até o institucional. Ela não é a única e possui alguns concorrentes, como:

  • True USD
  • Paxos Standard
  • USD Coin

Tether Gold (XAUt)

Recentemente a Tether lançou o Tether Gold, e como o nome já indica, é uma altcoin com lastro em ouro. O projeto ainda é bem novo e não tem a força do USDT, ainda tendo que ganhar mais confiança por parte dos investidores.

As criptomoedas com lastro em ouro possuem uma história interessante, muitas já tentaram ser criadas, mas nenhuma acabou sendo um sucesso. Uma das poucas que continua sendo referência no mercado é a Pax Gold.

Wrapped Bitcoin (WBTC)

E para tornar tudo ainda mais interessante temos o Wrapped Bitcoin, que tem como lastro o BTC. Criado na blockchain Ethereum, a altcoin garante que cada WBTC tem exatamente o mesmo valor do Bitcoin.

A ideia é poder usar o “BTC” em uma rede com menores taxas e confirmações de transações mais rápidas (Ethereum).

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