Descubra o que é e quais as diferenças e similaridades entre os mercados de ações e de criptomoedas. Continue nesse artigo.
Os mercados financeiros são estruturas complexas, extremamente importantes para o desenvolvimento da humanidade. Os mercados de ações modernos foram fundamentais para financiar empresas, projetos e tecnologias ao longo dos séculos.
Atualmente, o mercado de ações é responsável por grande parte da riqueza do mundo, sendo avaliado em dezenas de trilhões de dólares.
Por sua vez, as criptomoedas tornaram-se funcionais e populares mais recentemente, com a criação do Bitcoin (BTC) em 2009. Desde então, o setor cresceu de forma exponencial, tornando-se um mercado trilionário em pouco mais de uma década.
Descubra o que é e quais as diferenças e similaridades entre os mercados de ações e de criptomoedas.
Uma ação pode ser definida como a menor unidade de participação em uma determinada empresa. As ações são classificadas como um título ou valor mobiliário, que são ativos financeiros com emissor.
As ações de empresas públicas são negociadas em bolsas de valores autorizadas e regulamentadas, como a:
Para abrir capital, a empresa normalmente precisa passar por um rigoroso processo de auditoria e compliance para se adequar às normas das agências reguladoras. No Brasil, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) é a responsável por autorizar IPOs (Ofertas Públicas Iniciais).
Além disso, podem existir ações de empresas que não são listadas publicamente. Elas normalmente são negociadas em mercados privados e podem contar com diferentes regras.
As ações podem ser classificadas em Ações Ordinárias, que dão direito a voto nas decisões da companhia, e Ações Preferenciais, que oferecem prioridade no recebimento dos dividendos e normalmente não possuem direito de voto.
Notavelmente, o dividendo é o lucro da empresa pago aos acionistas. Este lucro é pago proporcionalmente à quantidade de ações dos investidores, e normalmente é distribuído periodicamente com base nas regras da empresa.
Além disso, o termo “mercado de ações” também pode ser utilizado para definir de forma genérica o mercado de títulos e valores mobiliários. Este mercado inclui outros ativos emitidos por empresas, como títulos de dívida.
Além disso, os ETFs (Fundos Negociados em Bolsa) são um importante conceito do mercado de ações. Estes fundos são títulos que rastreiam o preço de um ativo ou cesta de ativos.
Normalmente, esses ativos estão de alguma forma correlacionados. Por exemplo, existem ETFs que dão ao investidor exposição diversificada ao mercado de criptomoedas, enquanto outros investem no setor de tecnologia, IA, ouro e outros.
De forma geral, o mercado de ações é altamente regulado e supervisionado como forma de impedir fraudes e proteger especialmente os acionistas minoritários. Por conta deste fator, ele normalmente é restrito a grandes empresas.
No entanto, pequenos investidores também podem participar deste mercado com pequenos aportes.
O termo criptomoeda é utilizado amplamente para descrever ativos digitais, normalmente emitidos em redes blockchain descentralizadas. No entanto, esses ativos digitais compreendem uma ampla classe de bens financeiros, que possuem diferentes casos de uso e são classificados e regulados de formas distintas.
Alguns dos principais tipos de criptomoedas incluem:
As criptomoedas descentralizadas, como Bitcoin (BTC), Monero (XMR) e Bitcoin Cash (BCH), têm como objetivo ser moedas ou dinheiro virtual autônomo, que operam sem a necessidade de intermediários centralizados.
De forma geral, esses ativos são normalmente classificados como commodities digitais, visto que não contam com emissor centralizado. No entanto, esta classificação pode variar conforme o entendimento da agência reguladora.
O valor de mercado de uma empresa também é chamado de equity e está diretamente ligado ao seu faturamento e lucratividade. Por sua vez, existem tokens que também podem estar associados à lucratividade de um determinado ativo financeiro ou empresa.
Criptoativos tokenizados (registrados em blockchain) também podem ser utilizados para representar o direito ao lucro em um determinado projeto. Emitir um título em blockchain pode ser consideravelmente menos custoso e burocrático para empresas de menor porte.
No entanto, ainda é necessário que essas empresas sejam devidamente registradas para operar em suas respectivas jurisdições. A venda não autorizada desses títulos pode ser considerada um crime financeiro.
Muitos projetos do mercado DeFi (Finanças Descentralizadas) ou mesmo tokens nativos de redes blockchain possuem criptoativos de incentivo. Normalmente, eles contam com mecanismos de incentivo que tendem a criar uma pressão positiva para esses ativos.
Por exemplo, o próprio Ether (ETH) da rede Ethereum é parcialmente queimado por meio dos mecanismos de taxas de transação. Dessa forma, quanto mais a rede é utilizada, maior tende a ser o ETH queimado. Esse incentivo afeta a oferta e demanda do criptoativo, criando uma pressão positiva.
Os tokens de incentivo são variados e estão presentes em diversos projetos do mercado Web3. Existem tokens desse tipo voltados para o mercado de GameFi, DeFi, Inteligência Artificial, tokenização de ativos, DePin e outros.
A classificação desses ativos é ainda incerta, especialmente porque muitos desses projetos contam com elementos de centralização. Enquanto o ETH é classificado como uma commodity digital, outros criptoativos semelhantes podem ser classificados como títulos, dependendo da jurisdição.
As stablecoins centralizadas são ativos emitidos por empresas que rastreiam o preço de algum outro ativo financeiro, normalmente o dólar americano. Atualmente, o Dólar Tether (USDT) é a maior stablecoin do mercado, com mais de US$ 110 bilhões em capitalização.
Elas podem ou não ser classificadas como valores mobiliários, dependendo da forma como o produto é estruturado e da jurisdição. Existem ainda stablecoins descentralizadas, emitidas em protocolos como o Maker da rede Ethereum.
Atualmente, a maioria das stablecoins são sintéticas. Ou seja, não são lastreadas diretamente em dólares, mas sim em uma cesta de ativos diversificada. Notavelmente, o próprio USDT segue este modelo de negócios. A Tether mantém uma cesta que inclui títulos do mercado tradicional, como títulos do governo dos EUA, bem como ativos menos tradicionais, como bitcoin.
Além desses ativos, existem outros tipos de criptoativos, como tokens de governança e RWA (Ativos do Mundo Real).
Os mercados de criptomoedas contam com diversas diferenças e similaridades. A principal diferença entre esses dois grandes setores é a centralização. De modo geral, o mercado de ações é centralizado e altamente regulado.
Normalmente, as empresas, investidores e acordos no mercado de ações estão limitados pelas barreiras geográficas e regulatórias de cada país. Por sua vez, as criptomoedas são nativas da internet e operam globalmente sem a necessidade de intermediários centralizados.
Diferentemente das ações, é possível negociar criptoativos globalmente e sem intermediários. Além disso, o mercado de ações é normalmente limitado ao horário comercial das bolsas de valores em que estão funcionando. Por sua vez, as criptomoedas funcionam de forma ininterrupta através da internet.
O mercado de ações também é consideravelmente mais regulado do que o mercado de criptoativos. As empresas deste setor são obrigadas a fornecer relatórios detalhados sobre as contas da empresa.
Por outro lado, em muitos casos não há sequer alguém para contatar em determinados projetos de criptomoedas. Por exemplo, o funcionamento de redes como o Bitcoin é completamente autônomo e descentralizado.
Com as ações, por exemplo, existem conceitos como circuit breaker, que interrompem a negociação dos títulos em momentos de muita volatilidade.
Quanto às similaridades, existem diversas entre o mercado de ativos digitais e o mercado de ações. Ambos os mercados podem ser, até certo ponto, centralizados. Além disso, diversos projetos também podem depender do desempenho de certas empresas ou projetos descentralizados para trazer retornos aos investidores.
De modo geral, criptomoedas descentralizadas, como Bitcoin e Ether, são ativos bastante voláteis. Esta volatilidade está diminuindo ao longo do tempo, conforme esses ativos se estabelecem na economia global. No entanto, existem ativos estáveis no mercado de criptomoedas, como as stablecoins.
Por sua vez, o mercado de ações pode ser tanto estável quanto volátil. Ações de empresas menores, ou de setores disruptivos como tecnologia, podem ser consideravelmente mais voláteis do que as de empresas tradicionais.
A volatilidade em ambos os mercados advém principalmente da dificuldade dos participantes do mercado em precificar um determinado ativo. Empresas menores e disruptivas podem não dar lucro nos primeiros anos, o que dificulta o cálculo do valor da ação.
Por sua vez, o preço das criptomoedas não é baseado em fluxo de caixa. O preço desses criptoativos é puramente definido pela oferta e demanda, que é balizada pela disposição dos compradores e vendedores.
Com oferta limitada e alta demanda, criptomoedas como Bitcoin e Ether cresceram de forma exponencial nos últimos anos. Por sua vez, o alto crescimento também tende a provocar volatilidade, visto que isso tende a incentivar trades e realização de lucros, tanto nas ações quanto nas criptomoedas.
É importante destacar que a volatilidade do mercado de criptomoedas está diminuindo consideravelmente ao longo dos anos, à medida que os criptoativos se tornam mais líquidos e adquirem mais valor de mercado.
A diversificação é uma estratégia de investimento adotada por muitos participantes do mercado. Serve principalmente como forma de diminuir a volatilidade da carteira, bem como para evitar que o investidor perca tudo em caso de algum evento financeiro adverso.
A diversificação pode ser feita entre diferentes ativos de um mercado ou entre diferentes mercados. Existem investidores que diversificam suas posições no mercado de ações, enquanto outros estão expostos a ações, criptomoedas, imóveis e outras classes de ativos.
Outros investidores, por sua vez, podem escolher diversos ativos com alto potencial de crescimento (ativos assimétricos) como forma de obter grandes retornos, reduzindo assim a chance de perda potencial em uma única posição.
Uma carteira suficientemente diversificada pode reduzir efetivamente o risco de ruína a quase zero. No mercado de ações, existem índices altamente diversificados que investem em centenas de empresas, seguindo alguma lógica de investimento. Nestes casos, perder tudo é praticamente impossível.
Em uma das definições possíveis, o bitcoin não é tecnicamente um investimento, visto que não há expectativa de ganhos nominais ao longo do tempo. Isso significa que quem acumulou 1 bitcoin permanecerá para sempre com 1 bitcoin, não importando a cotação da moeda em relação a outros ativos.
Dessa forma, o bitcoin pode ser classificado como um ativo de poupança, assim como o ouro ou o dinheiro físico. Por sua vez, as ações fornecem uma expectativa de ganho nominal, visto que pagam rendimentos aos detentores, como dividendos.
Ambas as classes de ativos podem trazer retornos ou perdas significativas para os participantes do mercado. Cabe ao investidor e ao seu consultor financeiro buscar uma posição alinhada com suas perspectivas e expectativas de retorno, considerando seus riscos potenciais.
O mercado de criptomoedas está transformando de forma significativa os mercados financeiros a nível global. Analisar as criptomoedas pode ser considerado uma tarefa complexa, e diferentes abordagens podem ser analisadas.
Ativos como o Bitcoin podem ser observados de forma semelhante ao ouro ou à prata. Ambos os metais são ativos de poupança e não fornecem rendimentos aos detentores. Assim como o Bitcoin, os metais também possuem propriedades monetárias superiores, como escassez e divisibilidade.
Dessa forma, uma abordagem muito comum para analisar o Bitcoin é considerá-lo como uma commodity digital. Não à toa, o modelo Stock-to-Flow (S2F) tem sido muito utilizado para prever o preço do Bitcoin ao longo do tempo. O S2F utiliza a escassez de uma commodity para prever seu preço ao longo do tempo.
Outros criptoativos podem ser analisados com base em sua utilidade e nível de utilização. Algumas métricas, como o TLV (Total Value Locked) e o número de endereços diários ativos, podem dar bons insights sobre o status de uma determinada rede.
O TLV indica o valor total "preso" ou alocado em um determinado projeto. Por exemplo, atualmente dezenas de bilhões de dólares estão registrados na rede Ethereum, que é dominante no mercado. Quanto mais valor e mais pessoas e empresas estiverem utilizando o protocolo, maior tenderá a ser a pressão positiva sobre o ETH no mercado.
Por sua vez, a análise dos fundamentos e da adoção é fundamental para observar as criptomoedas e as redes blockchain. O nível de hashrate das redes baseadas em Proof of Work (PoW) é importante para mensurar a segurança do protocolo. Em redes baseadas em Proof of Stake (PoS), o número de validadores e moedas em staking é um fator de segurança relevante.
A adoção por determinada empresa ou indivíduo também é um fator relevante. Por conta desse fator, muitos investidores de criptomoedas ficam atentos às notícias relacionadas ao setor.
No mercado de stablecoins, apesar da aparente estabilidade, também podem haver sinistros. No passado, algumas stablecoins deixaram de existir, efetivamente indo a zero, ou sendo restringidas devido a problemas regulatórios.
É importante estar atento à saúde financeira da empresa emissora para evitar problemas. Por sua vez, é importante entender se o modelo de negócios de emissão de stables sintéticas, sejam elas emitidas por projetos DeFi ou por empresas centralizadas.
Em resumo, analisar o mercado de criptomoedas pode ser uma tarefa complexa ou simples, dependendo da abordagem. Esta análise mais profunda é principalmente indicada para investidores que buscam realizar negociações mais constantes.
Para investidores menos avessos a riscos, o investimento em ativos estabelecidos, como BTC, ETH e stablecoins, é uma opção prática e confiável. O Bitcoin, por sua vez, está se estabelecendo como uma reserva de valor global, já superando moedas de diversos governos.
É possível obter exposição ao mercado de criptomoedas através da Coinext, uma corretora estabelecida no mercado nacional. A exchange conta com mais de 400 mil clientes e anos de tradição no mercado brasileiro. Em poucos cliques, é possível começar a investir no mercado que mais cresce no mundo.
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