O que está por trás dos movimentos do Bitcoin? Veja a análise semanal com foco técnico e macroeconômico, incluindo altcoins, ETFs e dados que movem o mercado.
Este artigo é atualizado semanalmente às quartas-feiras para trazer a análise técnica do Bitcoin e do mercado de criptomoedas. Você sempre verá:
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Na semana passada, o mercado de trabalho norte-americano mostrou sinais de enfraquecimento, a indústria recuou e o setor de serviços manteve algum fôlego. A inflação núcleo desacelerou, mas o índice cheio superou previsões. No cenário externo, a China enfrenta risco de deflação, enquanto o Reino Unido cortou juros em meio a um quadro de desemprego elevado.
Para esta semana, a leitura macroeconômica tende à neutralidade. No mercado acionário, o S&P500 testa o suporte em 6.212 pontos enquanto se aproxima da máxima histórica (ATH). O nível de 6.315 pontos é visto como suporte-chave para sustentar uma nova pernada de alta.
No universo cripto, o Bitcoin entra em uma semana decisiva, tendo o suporte de US$117 mil como ponto central para buscar novo teste de máxima histórica. A recente sustentação do movimento altista foi resultado da atuação de grandes investidores tanto no mercado à vista quanto no mercado futuro, com forte participação de market makers. Essa pressão coordenada levou à liquidação de mais de US$600 milhões em posições vendidas em apenas 48 horas.
Do ponto de vista técnico, o cenário otimista para o BTC requer que a cotação permaneça acima de US$112 mil, com preferência por se manter acima de US$117 mil. Além disso, é fundamental que a dominância do ativo se estabilize acima de 62,58% ou, no mínimo, 61,10%.
Para o Ethereum, a consolidação acima de US$3,9 mil é crucial. Um fechamento acima de US$3,9 mil reforça a continuidade do movimento altista, mantendo como alvo projetado a região de US$ 5,1 mil.
Confira os destaques que moldam o cenário macroeconômico global nesta semana decisiva para os mercados:
A segunda semana de agosto chega carregada de sinais contraditórios, reforçando a percepção de que os mercados globais atravessam uma fase delicada de transição. Cada novo dado divulgado neste mês influenciou imediatamente as expectativas, mantendo investidores em constante reposicionamento.
Nos Estados Unidos, o mercado de trabalho, tradicionalmente um dos últimos a ceder em períodos de desaceleração, começa a mostrar fragilidade. A folha de pagamento não-agrícola apresentou retração expressiva, enquanto a taxa de desemprego permaneceu em 4,2%, contrariando projeções mais pessimistas e oferecendo um breve fôlego ao apetite por risco. Esse alívio, porém, foi rapidamente ofuscado por outros sinais de enfraquecimento.
O setor industrial recuou, com queda no PMI ISM, indicando que a manufatura ainda busca equilíbrio. Já o setor de serviços apresentou leve expansão, servindo como contrapeso e preservando algum otimismo.
No front inflacionário, os dados vieram mistos. O núcleo do CPI mensal ficou em linha e o dado anual caiu para 2,8%, abaixo das projeções, trazendo alívio ao Federal Reserve. Entretanto, a inflação cheia mensal avançou 0,3%, acima do esperado, lembrando que o combate à alta de preços ainda não está encerrado.
Na China, o superávit comercial de US$ 98,24 bilhões ficou próximo ao consenso, mas a inflação anual zerada reacendeu temores de deflação e aumentou as expectativas de novos estímulos.
No Reino Unido, o Banco da Inglaterra cortou a taxa de juros em 25 pontos-base, para 4,0%, sinalizando uma postura mais acomodatícia. Contudo, o desemprego elevado, em 4,7%, limitou a reação positiva do mercado.
O cenário mantém o investidor em compasso de espera, dividido entre a esperança de estímulos adicionais e o receio de que pressões inflacionárias persistentes impeçam cortes mais agressivos nos EUA.
A evolução da política comercial de Washington e a resposta da China continuam como peças-chave para definir se o restante do ano trará alívio ou mais volatilidade.
O índice se mantém próximo à neutralidade, mas ainda em campo positivo, sustentado pela força do S&P 500, que continua desafiando sua máxima histórica.
Neste domingo, o DXY testou brevemente os 99,30 pontos, permanecendo dentro da faixa de consolidação entre 97 e 100 pontos. Nos próximos 50 dias, espera-se uma definição mais clara de sua trajetória, fator que poderá balizar expectativas macroeconômicas, influenciar desdobramentos geopolíticos e orientar projeções para cortes de juros.
Do ponto de vista técnico, a perda do suporte atual pode abrir espaço para um recuo até a região de 91,99 pontos, movimento que, caso ocorra, teria maior probabilidade de se concretizar entre agosto e setembro.
A semana traz um panorama misto nos principais mercados globais. Nos Estados Unidos, os dados reforçaram a leitura de um cenário ambíguo: a inflação núcleo veio alinhada às expectativas, enquanto a inflação cheia registrou pressão acima do previsto.
Na China, o foco recai sobre a atividade industrial e o consumo, enquanto no Reino Unido, o mercado de trabalho segue estável e os números preliminares do PIB completam o quadro.
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Com os dados macroeconômicos da semana sinalizando neutralidade, inflação núcleo dos EUA em linha com as expectativas, mas preços no índice cheio ainda pressionados, o mercado acionário mantém cautela. O S&P 500 testa o suporte em 6.212 pontos enquanto retesta a máxima histórica (ATH). Nesse cenário, a região de 6.315 pontos é vista como suporte-chave para sustentar uma nova pernada de alta.
Possíveis gatilhos de movimento:
A capitalização total do mercado de criptoativos iniciou o mês lateralizada, com breve teste ao suporte em US$ 3,56 trilhões e estabilização na faixa de US$3,72 trilhões. Nesta semana, houve nova tentativa de avanço em direção ao alvo de US$4,06 trilhões. O movimento, porém, pode resultar em uma correção local, com zona de suporte situada entre US$3,78 trilhões e US$3,73 trilhões.
Os ETFs à vista de Bitcoin, que registraram saídas de US$ 800 milhões no dia 1º de agosto, recuperaram cerca de US$ 1 bilhão entre 6 e 11 de agosto, neutralizando o saldo negativo do mês.
Já os ETFs de Ethereum, que dobraram de valor desde 14 de junho, entraram em fase de consolidação, mantendo-se lateralizados na primeira semana de agosto, com saldo positivo de US$50 milhões.
O recorde anterior de fluxo diário, US$726 milhões em julho, foi superado em 11 de agosto, quando entradas acima de US$1 bilhão impulsionaram o acumulado para US$1,8 bilhão desde o dia 6, reforçando o apetite por exposição ao segundo maior ativo digital.
O Bitcoin testa o suporte em US$ 112 mil e busca retomar os US$ 120 mil. O cenário técnico mantém viés altista, mas a recente alta parabólica exige a consolidação de suportes mais elevados para sustentar o movimento.
No curto prazo, a dominância próxima de 60% indica certa fragilidade, refletindo o aumento do apetite por altcoins impulsionado pelo FOMO.
A dominância do Bitcoin, após perder seu suporte de alta, recuou para uma região que favorece as big caps e rejeitou o antigo patamar de sustentação. O teste da banda inferior, próximo de 60%, coincidiu com o rompimento de máxima histórica pelo Ethereum, enquanto o restante do mercado de altcoins manteve desempenho mais fraco em relação ao BTC.
De forma geral, o cenário para o Bitcoin permanece neutro enquanto a dominância estiver acima de 59,56% e o preço semanal se mantiver em torno de US$112 mil, com possibilidade de reteste até US$108 mil.
No cenário ideal, a dominância precisaria se sustentar acima de 61,10%, acompanhada de uma nova máxima histórica ou da manutenção do suporte em US$117 mil, condição que poderia permitir uma altseason mais consistente.
Seguindo a metodologia, a realização de lucros em altcoins começa quando a dominância recua abaixo de 62,58%, tornando-se mais pronunciada caso caia abaixo de 59,56%.
O indicador de Altseason atingiu o topo em 60 pontos e, desde então, vem lateralizando entre 40 e 50 pontos por mais uma semana. Atualmente, está em 39 pontos, refletindo que apenas 39% das 50 maiores criptomoedas tiveram desempenho superior ao Bitcoin nos últimos 90 dias — queda expressiva em relação aos 60% registrados anteriormente.
O espaço para que as altcoins continuem superando o Bitcoin está cada vez mais restrito, criando um dilema. Para que a altseason tenha continuidade, o BTC precisa permanecer lateralizado acima de US$112 mil, caso contrário, o viés baixista para todo o mercado tende a prevalecer na segunda quinzena de agosto.
Por outro lado, um rompimento acima de US$123 mil poderia desencadear uma nova onda de capitalização no mercado cripto, reequilibrando o ciclo e dando novo fôlego às altcoins.
Apesar do cenário mais apertado para as alts, a leitura técnica para o Bitcoin segue positiva, com sinais de que uma decisão de direção pode estar próxima.
ATENÇÃO: de acordo com nossa metodologia de indicadores para alocação em ativos de maior risco no mercado Web3, leituras próximas a 30 pontos costumam indicar boas oportunidades de entrada de forma geral.
No entanto, é importante destacar que cada ativo possui características próprias. Caso seus fundamentos sejam alterados, seja por mudanças tecnológicas, regulatórias ou de mercado, o retorno esperado pode aumentar ou diminuir proporcionalmente.
A capitalização do Ethereum em relação às demais altcoins continua em alta, tendo superado o alvo de 32,27% e abrindo caminho para o próximo objetivo em 35,26%. No momento, o movimento indica lateralização entre 33,17% e o alvo superior, refletindo um período de acumulação observado no gráfico anual.
Contra o dólar americano, o Ethereum encontra suporte local em US$ 3.538, enquanto a tendência mensal (linha roxa) permanece como principal resistência. Acima de US$ 3.738, o ativo retoma sua trajetória parabólica de alta, com potencial para testar entre US$ 4.151 e US$ 5.105 ao longo de agosto.
Esses alvos são plausíveis considerando a recente queda na dominância e a manutenção do preço do Bitcoin em patamares elevados.
O Uniswap é um dos pilares do ecossistema DeFi, lançado em novembro de 2018 por Hayden Adams, ex-engenheiro da Siemens inspirado por um artigo de Vitalik Buterin. O projeto recebeu apoio inicial de US$ 100 mil da Ethereum Foundation e, pouco após o lançamento, a Uniswap Labs concluiu uma rodada de investimentos liderada pela Paradigm, consolidando sua base institucional.
Em setembro de 2020, foi lançado o token de governança UNI, distribuído inicialmente por meio de um airdrop que entregou 15% do suprimento total (150 milhões de tokens) aos usuários do protocolo, incentivando a descentralização. A expansão mais recente ocorreu com a criação da Unichain, rede de Camada 2 anunciada em outubro de 2024 e operacional desde 2025. Focada em liquidez e DeFi, a Unichain é um rollup da Superchain da Optimism, projetada para escalar a experiência Uniswap.
O Uniswap funciona no modelo Automated Market Maker (AMM), no qual ativos são trocados via pools de liquidez, sem livros de ordens. Os preços são ajustados automaticamente por algoritmos, e os provedores de liquidez recebem taxas como incentivo. Já a Unichain traz ganhos significativos de eficiência, com blocos gerados a cada 1 segundo (e planos para reduzir para 200ms) e custos até 95% menores que na mainnet Ethereum. A segurança é garantida por provas de falha permissionless e validação via enclaves seguros (TEE). Embora o valor total travado (TVL) inicial seja de US$ 660 milhões, a rede já lidera volumes de negociação, sinalizando forte potencial de crescimento.
O token UNI exerce dupla função: na mainnet Ethereum, garante direito de voto sobre atualizações e uso da tesouraria; na Unichain, é usado para validar blocos via Unichain Validation Network (UVN), com recompensas proporcionais ao stake realizado. Essa ponte entre L1 e L2 cria uma economia unificada que reforça segurança, liquidez e descentralização.
Tecnicamente, o UNI enfrenta resistência entre US$10 e US$12, zona que combina barreiras horizontais e de tendência mensal. Um fechamento semanal acima desse patamar pode abrir caminho para novas máximas nas próximas semanas, especialmente se o Bitcoin permanecer lateralizado. Abaixo dessa faixa, existe espaço para uma correção até US$ 7,96, embora com menor probabilidade no cenário atual.