Análise Semanal do Bitcoin: o que afeta o preço das criptomoedas hoje

Mercados reagem com otimismo à trégua tarifária China-EUA. Bitcoin confirma tendência de alta e mira US$108 mil, com ETH também em recuperação.

Taiamã Demaman
Última atualização:
14/5/2025
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Este artigo é atualizado semanalmente às quartas-feiras para trazer a análise técnica do Bitcoin e do mercado de criptomoedas. Você sempre verá:

  • Visão geral do mercado
  • Resumo macroeconômico com indicadores, com destaque para a economia dos EUA
  • Calendário macroeconômico, com os fatos que impactam os preços
  • Resumo do mercado cripto com destaques
  • Análise técnica do Bitcoin, Ethereum ou outras criptos em destaque.
  • Principais indicadores do mercado cripto (incluindo medo e ganância, dados on-chain, dominância do BTC, indicador de alteseason, entre outros).
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Visão geral do mercado

A semana passada encerrou em clima de euforia com o anúncio de um acordo de “cessar-fogo” tarifário entre China e Estados Unidos, embora com impacto econômico desfavorável para ambos os lados. A China, mesmo registrando superávit comercial acima do esperado e deflação em base anual, reduziu suas tarifas de 125% para 10%. Já os EUA recuaram de 145% para 30%.

Como reflexo, os mercados encerraram a segunda semana de maio em alta, tanto no segmento tradicional quanto no cripto. O S&P 500 rompeu a zona de consolidação abaixo dos 5.781 pontos e agora mira o reteste das máximas históricas, afastando-se do risco sistêmico.

No universo cripto, o Bitcoin confirma uma nova tendência de alta, com a faixa dos US$93,7 mil consolidando-se como o novo divisor técnico entre cenário altista e de correção. O recente reteste dos US$105 mil reforça o momentum positivo. Mesmo eventuais recuos para a faixa dos US$97 mil podem ser saudáveis, servindo como oportunidade para reposicionamento e maior exposição em altcoins com bom perfil de risco-retorno.

Resumo macroeconômico

Confira os principais movimentos que moldam os mercados:

Calendário macroeconômico

Nos Estados Unidos, o destaque é a divulgação do CPI (Índice de Preços ao Consumidor) de abril, na terça-feira (13/05), dado mais importante da semana, com potencial de influenciar diretamente as expectativas sobre a política de juros do Fed. Ainda na semana, uma série de indicadores relevantes será divulgada, incluindo vendas no varejo, produção industrial e o resultado da Walmart, que traz sinais importantes sobre o comportamento do consumo no 1º trimestre.

No Reino Unido, a atenção se volta para os dados do PIB do 1º trimestre, que saem na quinta-feira (15/05), além de informações sobre a taxa de desocupação e o desempenho mensal da economia em março.

Já na China, os holofotes estarão nos dados de produção industrial e vendas no varejo de abril, que serão divulgados no domingo (18/05), oferecendo pistas sobre a recuperação econômica do país. Confira: 

Reino Unido

Terça (13/05)

  • Taxa de Desocupação (março);

Quinta (15/05);

  • PIB Trimestral (1º tri - preliminar);
  • Crescimento Anual do PIB (1º tri - preliminar);
  • PIB Mensal (março).

Estados Unidos

Terça (13/05) – Dia mais importante da semana

  • CPI – Índice de Preços ao Consumidor (mensal e anual – abr.);
  • Núcleo da Inflação (mensal e anual – abr.);
  • Índice NFIB de otimismo das pequenas empresas;

Quinta (15/05) – Forte carga de dados macroeconômicos

  • Vendas no Varejo (mensal – abr.)
  • Índice de Preços ao Produtor (PPI – abr.)
  • Produção Industrial e Utilização da Capacidade
  • Estoques
  • Confiança dos Construtores
  • Resultados da Walmart (1T): foco nos dados de consumo

Sexta (16/05) – Dados sensíveis ao consumo

  • Alvarás e Início de Construção de Casas (abr.);
  • Confiança do Consumidor – Universidade de Michigan (preliminar – mai.);
  • Índices de preços de importação/exportação.

China

Domingo (18/05)

  • Produção Industrial (anual – abr.);
  • Vendas no Varejo (anual – abr.).

Medo e Ganância: sinais de otimismo renovado no mercado tradicional

Com avanços nos acordos comerciais globais, o dólar rompeu a resistência dos 100 pontos e se mantém em 101,32. A expectativa para esta semana é de uma movimentação lateral, com possibilidade de um novo teste na região dos 102 pontos. Ao mesmo tempo, o otimismo retorna: o índice de Medo e Ganância atinge 66 pontos, reforçando a continuidade da tendência de alta no curto prazo.

Índice S&P500

Impulsionado pela trégua nas tensões comerciais, o S&P 500 iniciou a semana com força, rompendo os 5.781 pontos e alcançando rapidamente os 5.838 no primeiro pregão. O índice se mantém acima da zona de consolidação considerada de risco, indicando um momento positivo que pode levar a novos testes de máximas, próximas dos recordes de fevereiro. Cenários e gatilhos técnicos:

  • Otimista: reteste da região de 5.781 com continuidade até os 5.838 pontos, abrindo espaço para buscar os 6.000 e, eventualmente, a antiga máxima histórica de 6.125 nos próximos 10 dias;
  • Muito otimista: continuidade da tendência com alvo estendido em 6.358 ao longo de maio;
  • Moderado: consolidação entre 5.781 e 5.959 pontos, com potencial de alta de até 2,54% na semana;
  • Pessimista: perda dos 5.781, com recuo até 5.363;
  • Muito pessimista: rompimento de 5.363 pode destravar movimento corretivo mais profundo, com alvo final entre 4.820 e 4.507.

O cenário segue construtivo, com o índice sustentado acima dos níveis críticos e favorecido por um ambiente de menor aversão ao risco.

No mercado cripto

O mercado cripto entra em um momento positivo, impulsionado tanto por avanços regulatórios quanto por fatores de valorização. A combinação entre aportes via ETFs no mercado spot, a liquidação de posições excessivamente alavancadas no mercado futuro e a sequência de notícias favoráveis contribuiu para tornar a retomada do Bitcoin uma realidade concreta.

Regulação nos EUA acelera maturidade e confiança no mercado cripto

Com a troca no comando do Executivo americano, a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC), equivalente à CVM no Brasil, adotou uma nova postura frente ao setor de criptoativos. A mudança começou em janeiro de 2025 com a saída de Gary Gensler. Sob a presidência interina de Mark T. Uyeda, foi criada a Força-Tarefa de Cripto, liderada pela comissária Hester Peirce. A iniciativa visa construir um arcabouço regulatório claro, colaborativo e juridicamente sólido, marcando uma inédita abertura ao diálogo com o mercado e com a sociedade civil.

No dia 12 de maio, o novo presidente da SEC, Paul Atkins, apresentou sua visão de reformulação da política da agência para os criptoativos. Os pilares da proposta são: transparência regulatória, participação do setor privado no processo decisório e harmonização com outras entidades reguladoras, como a CFTC. O objetivo é uma estrutura funcional, competitiva e favorável à inovação.

As possíveis implicações desse novo direcionamento incluem:

  • Confiança institucional: A redução da incerteza jurídica pode atrair mais capital institucional, viabilizando a expansão de produtos como ETFs que incluam funcionalidades adicionais, como staking e resgates in-kind, hoje limitados;
  • Fomento à inovação: Maior segurança regulatória favorece o desenvolvimento de soluções em DeFi, tokenização de ativos, Web3 e redes compatíveis com EVM;
  • Estabilidade de mercado: A adoção de diretrizes de transparência e registro tende a mitigar riscos de fraudes e manipulações, equilibrando a relação entre emissores, investidores e reguladores;
  • Competitividade internacional: Com o apoio da nova administração, que pretende nomear especialistas do setor — como Brian Quintenz (CFTC) e Jonathan Gould (OCC) — os EUA buscam consolidar sua liderança global em ativos digitais;
  • Expansão de produtos financeiros: Com regras mais claras, a SEC poderá autorizar ETFs com funções avançadas e permitir a negociação de derivativos mais sofisticados.

Vale destacar que muitas das mudanças ainda estão em fase preliminar, com regulamentações como a modernização do Regulation ATS previstas para vigorar a partir de outubro de 2025. Além disso, questões centrais como a classificação jurídica dos tokens ainda geram divergências entre a SEC, a CFTC e o Congresso, exigindo coordenação institucional.

Ainda assim, o atual reposicionamento da SEC representa um avanço concreto rumo a um ambiente mais transparente e funcional, e pode consolidar os Estados Unidos como polo global para o desenvolvimento e regulação dos ativos digitais.

ETFs e Derivativos

Após a reunião do FOMC, os ETFs spot registraram quase US$ 500 milhões em entradas, sinalizando renovado interesse institucional. Enquanto isso, o mercado futuro manteve o open interest próximo das máximas pela terceira semana consecutiva, mesmo após as intensas liquidações entre os dias 7 e 8 de maio. 

Essas movimentações eliminaram investidores alavancados em posições compradas, abrindo espaço para uma reversão de tendência. Na sequência, a escalada dos preços resultou em mais US$ 1,5 bilhão em liquidações de posições vendidas (shorts), fortalecendo ainda mais o impulso de alta.

A persistência do Long/Short Ratio (LSR) abaixo de 1 por mais uma semana indica maior volume de apostas na queda do Bitcoin em relação às posições compradas. Esse desequilíbrio cria um cenário propício para continuidade da alta, já que movimentos positivos no preço podem forçar liquidações de posições vendidas, acelerando o impulso de valorização.

Max Pain: impacto nas opções de julho

Embora as opções ainda exerçam influência limitada sobre o mercado em maio, o cenário muda em junho. O valor nacional aumentou significativamente, com destaque para o vencimento do dia 27, que concentra cerca de US$ 9,79 bilhões em contratos, com o ponto de "dor máxima" (max pain) situado em US$ 90 mil.

Esse patamar sugere um potencial impacto nos preços à medida que nos aproximamos da data. No entanto, é importante lembrar que, devido à distância temporal, esse ponto pode ser ajustado pelos provedores de liquidez conforme a dinâmica do mercado evolui.

Análise Técnica do Bitcoin

Após sustentar-se acima do suporte técnico mais relevante, o Bitcoin rompeu com sucesso os US$101.583 e iniciou a semana com um reteste firme desse nível. Diante do atual momentum global positivo, o mercado avalia quais serão os próximos gatilhos para o ativo nas semanas seguintes. Cenários possíveis para o curto prazo:

  • Otimista: a força compradora se mantém e o preço busca romper os US$105.300, topo da última onda de alta na semana passada, abrindo caminho para um possível teste dos US$108 mil;
  • Moderado: o BTC permanece consolidado entre US$101.583 e US$105 mil, formando uma base sólida para futuros movimentos;
  • Muito Otimista: o rompimento da máxima histórica abre espaço para uma nova onda de valorização, com alvo na região dos US$122 mil nas próximas semanas;
  • Pessimista: caso perca o suporte imediato, o ativo pode recuar até a faixa entre US$.400 e US$93.700 ao longo do mês. Ainda assim, desde que feche acima dos US$97.400, a tendência de alta permanece intacta;
  • Muito Pessimista: um rompimento dos US$93.700 pode acelerar um movimento corretivo mais amplo, levando o BTC para a zona entre US$78.780 e US$70.300, o que configuraria o início de um novo bearmarket no horizonte de 30 dias.

Indicador de risco e altcoins: dominância do BTC entra em zona crítica

A dominância do Bitcoin recua após testar novas máximas no ano, buscando suporte técnico. Esse movimento reacende a dúvida: é o momento ideal para aumentar a exposição ao mercado cripto?

Acreditamos que sim, especialmente com o BTC consolidado acima dos US$101 mil. Esse patamar pode favorecer uma fase de lateralização saudável, gerando boas oportunidades de risco-retorno para projetos mais voláteis, como altcoins de alta capitalização.

Cenários possíveis:

  • Oportunidade Perfeita: o BTC se mantém estável, com leve recuperação e baixa volatilidade, criando espaço para que altcoins mais robustas respirem no curto prazo;
  • Oportunidade Otimizada: uma correção técnica até a região dos US$ 97 mil, acompanhada de dados futuros positivos, pode abrir um novo ciclo de entrada em ativos sólidos;
  • Risco: caso o BTC perca os US$ 93.700 no fechamento mensal, e a dominância caia abaixo de 62,58%, o mercado pode sofrer correções mais intensas, com o Bitcoin recuando até os US$ 86 mil e queda generalizada entre as altcoins.

Indicador de Altseason sugere ponto de entrada estratégico

O indicador de Altseason permanece próximo das mínimas, marcando 22 pontos. É a segunda vez neste ciclo que apenas cerca de 22% das 50 maiores altcoins superam o desempenho do Bitcoin nos últimos 90 dias, um sinal claro de subvalorização relativa.

Reforçamos que, apesar da dominância elevada do BTC, o cenário técnico permanece construtivo. A lateralização do Bitcoin em patamares elevados pode desencadear um novo ciclo de liquidez para projetos de menor capitalização.

Segundo nossa cartilha de análise para ativos de risco no ecossistema Web3, níveis em torno de 30 pontos costumam representar boas janelas de entrada. Ainda assim, é essencial considerar os fundamentos específicos de cada criptoativo, que influenciam diretamente o potencial de retorno ajustado ao risco.

Medo e Ganância: mercado mostra recuperação de confiança

O índice de Medo e Ganância salta de 40 para 70 pontos, marcando o retorno da ganância após dois meses em território de medo crônico. A forte recuperação da semana passada abre espaço para uma possível fase de consolidação ao longo dos próximos dias.

Análise Técnica do Ethereum (ETH)

O Ethereum ganhou força após a atualização Pectra em 7 de maio, impulsionado por um ambiente de mercado favorável. O movimento coincidiu com o início das tratativas da BlackRock junto à SEC para integrar funcionalidades de staking em seus fundos vinculados ao ativo, como antecipado na carta do Ethereum de 2024, o que pode abrir uma nova frente institucional para o ETH.

A dominância do Ethereum frente às altcoins rompeu sua principal resistência de baixa, superando os 22,73% e mirando 28,37%, com potencial de valorização estimado em até 11% nas próximas semanas.

No par com o dólar, o ETH rompeu a tendência de baixa mensal e retestou a região dos US$ 2.424, consolidando uma reversão técnica. Cenários para o Ethereum:

  • Otimista: rompendo os US$2.700, o ativo pode buscar os US$ 2.842 como principal resistência no mês;
  • Moderado: permanecer entre US$ 2.369 e US$2.700 representa uma consolidação no topo do antigo canal de baixa;
  • Pessimista: a perda dos US$2.369 pode levar a um recuo até US$2.161, mantendo a pressão no curto prazo.

Altcoin da semana: Uniswap e Unichain - construindo a Infraestrutura Modular para o Futuro do DeFi

O Uniswap é um dos pilares do DeFi, lançado em novembro de 2018 por Hayden Adams com apoio da Ethereum Foundation. Logo após o lançamento, a Uniswap Labs captou investimentos da Paradigm, sinalizando o início de uma trajetória institucional sólida. O token UNI foi introduzido em setembro de 2020 via airdrop, distribuindo 15% do suprimento total e promovendo uma descentralização inicial do protocolo.

A mais recente expansão é a Unichain, rede L2 construída pela própria Uniswap Labs. Lançada como um rollup da Superchain (Optimism), a Unichain foi projetada para escalar operações de liquidez com custos reduzidos e foco em aplicações DeFi. Anunciada em outubro de 2024, a rede já está operacional e conecta-se diretamente à mainnet Ethereum.

Arquitetura Técnica e Inovação

O Uniswap opera como um AMM (Automated Market Maker), onde os preços são definidos automaticamente por algoritmos com base na oferta e demanda dos pares de ativos. Os provedores de liquidez são recompensados com frações das taxas de negociação.

A Unichain avança com uma arquitetura modular, entregando blocos em 1 segundo e buscando redução para 200ms. Promete reduzir custos em até 95% em relação à mainnet, com mecanismos de segurança robustos, como provas de falha permissionless e enclaves seguros (TEE).

Apesar de seu curto tempo de operação e um TVL (valor total travado) de US$ 746 milhões, a Unichain já apresenta dominância significativa em volume de negociações, com potencial para crescimento acelerado.

Token UNI: Governança e Validação

O token UNI cumpre duas funções principais:

  • Governança (Layer 1): dá direito de voto sobre decisões no protocolo Uniswap, como atualizações e alocação de recursos.
  • Validação (Layer 2): participa do staking e da validação de blocos na Unichain, por meio da Unichain Validation Network (UVN), que sincroniza stake e recompensas diretamente com a mainnet Ethereum.

Esse modelo integra economicamente as camadas 1 e 2, consolidando uma economia baseada no UNI com incentivos alinhados à segurança, governança e liquidez.

Análise Técnica UNI

Atualmente, o token UNI testa a resistência crítica de US$ 7,16. Um fechamento semanal acima desse nível pode abrir caminho para retestes em US$ 8 e US$ 10 nas próximas semanas. Caso o preço não sustente esse patamar, uma correção até a faixa de US$ 6,50–5,84 permanece no radar como oportunidade de reposicionamento estratégico.

A trajetória da Uniswap com a Unichain marca a transição do protocolo de DEX para uma infraestrutura de base no ecossistema DeFi modular, com fundamentos técnicos e institucionais promissores.

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Autor
Taiamã Demaman
Economista especializado em Web 3.0, é Líder de Pesquisa na Coinext.
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