Análise Semanal do Bitcoin: o que afeta o preço das criptomoedas hoje

O que está por trás dos movimentos do Bitcoin? Veja a análise semanal com foco técnico e macroeconômico, incluindo altcoins, ETFs e dados que movem o mercado.

Taiamã Demaman
Última atualização:
23/9/2025
Trading
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Este artigo é atualizado semanalmente às quartas-feiras para trazer a análise técnica do Bitcoin e do mercado de criptomoedas. Você sempre verá:

  • Visão geral do mercado
  • Resumo macroeconômico com indicadores, com destaque para a economia dos EUA
  • Calendário macroeconômico, com os fatos que impactam os preços
  • Resumo do mercado cripto com destaques
  • Análise técnica do Bitcoin, Ethereum ou outras criptos em destaque.
  • Principais indicadores do mercado cripto (incluindo medo e ganância, dados on-chain, dominância do BTC, indicador de alteseason, entre outros).
Compre Bitcoin e criptomoedas na CoinextA semana mais importante de setembro começa sob clima de otimismo. O S&P 500 inicia sua quinta semana consecutiva de alta, enquanto o Bitcoin se mantém em zona confortável, oscilando entre US$112 mil e US$117,5 mil.

Visão geral do mercado

O mercado americano encerrou a última semana em alta, com os três principais índices acionários renovando máximas históricas. As atenções agora se voltam para os dados econômicos que serão divulgados ao longo da semana e para os próximos passos do Federal Reserve (FED), após o primeiro corte de juros de 2025, um movimento que marca o início de uma nova fase da política monetária nos EUA.

Apesar do otimismo em Wall Street, o mercado cripto seguiu em direção oposta. O Bitcoin recuou após rejeitar a resistência em US$117,5 mil, pressionando suportes locais e desencadeando uma das maiores liquidações do mercado futuro neste ano. Foram mais de US$1,7 bilhão em posições alavancadas encerradas, em sua maioria de traders que apostavam na continuidade da alta.

Resumo macroeconômico

Confira o que marcou o mercado macroeconômico:

Os rumos da política monetária

Com o recente corte de juros, aumentam as expectativas em torno de novas reduções nas duas reuniões restantes de 2025. No dia 23, o mercado estará atento ao discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, que pode trazer pistas sobre os próximos passos do comitê. A sinalização será crucial para entender o posicionamento do FOMC diante do cenário econômico atual. Por ora, os investidores já precificam mais um corte na próxima reunião, marcada para daqui a pouco mais de 30 dias.

Durante a última reunião do FOMC, Jerome Powell destacou que, diante de uma inflação ainda elevada e um mercado de trabalho em desaceleração, “não há atalhos seguros”. A declaração reforça o alerta para um possível cenário de estagflação — combinação de crescimento fraco com inflação persistente. Ao longo desta semana, outros membros do comitê também farão pronunciamentos que devem calibrar as expectativas do mercado quanto aos próximos passos da política monetária.

O corte de 25 pontos-base foi justificado principalmente pela perda de fôlego no mercado de trabalho e por uma nova pressão inflacionária, especialmente em bens sujeitos a tarifas. A decisão reflete um posicionamento mais neutro do Fed, diante de riscos crescentes ao emprego e uma inflação que ainda permanece acima da meta de 2%.

Entre os dados que mais pesaram na decisão está a desaceleração nos ganhos de emprego, acompanhada por uma elevação na taxa de desemprego para 4,3%. Um sinal de alerta adicional veio de uma característica atípica: queda simultânea na oferta e na demanda por mão de obra. Esse desequilíbrio estrutural sugere uma fragilidade crescente no mercado de trabalho, e foi um dos principais fatores que motivaram o ajuste na taxa básica de juros.

E as tarifas de Trump? Ainda impactam?

Apesar de menos debatidas recentemente, as tarifas impostas durante o governo Trump seguem influenciando os dados de inflação. O índice de preços de despesas de consumo pessoal (PCE), métrica preferida do FED, está em 2,9% no núcleo, ainda acima da meta de 2%.

O aumento recente foi impulsionado, em parte, por bens de consumo impactados por tarifas. Embora o efeito atual seja moderado, há um risco de persistência inflacionária, especialmente se os custos continuarem sendo repassados ao consumidor final.

Jerome Powell ressaltou que, até o momento, grande parte desses custos foi absorvida pelas empresas, o que ajudou a conter pressões mais severas. Ainda assim, o tema volta ao radar, principalmente se novas medidas tarifárias forem discutidas no contexto eleitoral de 2025.

Medo e Ganância do mercado tradicional

O indicador de medo e ganância do S&P 500 permanece em território positivo, posicionando-se no centro da zona de ganância, sinalizando apetite por risco entre os investidores.

Macrocalendário

O principal destaque da semana será a sexta-feira (26), com a divulgação dos dados de Renda, Gastos e, sobretudo, do índice de preços PCE, a métrica de inflação preferida pelo Federal Reserve (FED). O resultado será determinante para as próximas decisões de política monetária.

Na Europa, a atenção se volta para os índices industriais da Alemanha e do Reino Unido referentes a setembro, que devem dar o tom no continente. A região enfrenta um cenário desafiador, marcado por desemprego elevado e queda nas exportações, refletindo a fragilidade econômica do bloco.

Alemanha

23/09 – PMI Industrial HCOB (prévia – setembro);
24/09 – Índice IFO de Clima de Negócios (setembro);
25/09 – Confiança do Consumidor GfK (outubro).

Reino Unido

23/09 – PMI Industrial S&P Global (prévia – setembro);
23/09 – PMI de Serviços S&P Global (prévia – setembro).

Estados Unidos

23/09 – Discurso de Jerome Powell (FOMC);
25/09 – Encomendas de Bens Duráveis (agosto – mensal);
25/09 – PIB do 2º trimestre (leitura final);
25/09 – Vendas de Casas Existentes (agosto);
26/09 – Núcleo do PCE (agosto – mensal);
26/09 – Renda e Gastos Pessoais (agosto – mensal).

S&P 500

O S&P 500 inicia sua oitava semana consecutiva de alta, acumulando cinco novas máximas históricas nesse período. Após mais uma leitura positiva na semana anterior, o mercado se pergunta: estamos prontos para manter a trajetória parabólica em outubro?

Apesar de alguns momentos de correção ao longo da última semana, o índice voltou a fechar em alta, reforçando o otimismo diante do novo paradigma monetário.

A expectativa para esta semana continua otimista, porém com um tom moderado, à medida que o mercado monitora os próximos sinais da política econômica. Vamos aos principais gatilhos da semana:

Cenário Otimista:

Manter-se na faixa entre 6.600 e 6.370 pontos, com possibilidade de uma correção de até 3,7% sem comprometer a tendência mensal de alta. Um movimento de realização após um toque em 6.800 pontos seria considerado saudável dentro de um ciclo altista.

Cenário Moderado:


Encerrar a semana abaixo de 6.350 pontos, abrindo espaço para um novo teste de suporte na região entre 6.200 e 6.125 pontos, sem, contudo, configurar reversão de tendência.

Cenário Pessimista

Fechar abaixo dos 6.125 pontos, o que, embora ainda distante, seria a única confirmação técnica clara de mudança de tendência e possível início de movimento descendente mais amplo.

No mercado cripto

A capitalização total do mercado cripto, que recentemente testou o topo do canal semanal em US$4 trilhões, recua após a maior liquidação de 2025, mas mantém o suporte técnico acima de US$3,59 trilhões, preservando um viés altista no médio prazo.

O mês de outubro promete elevada volatilidade, especialmente com a expiração de US$ 17 bilhões em opções nesta sexta-feira, evento que pode pressionar o preço do Bitcoin em direção à região de US$110 mil.

Caso a capitalização total consiga iniciar novembro acima da marca de US$4 trilhões, o mercado poderá entrar em fase de price discovery, com potencial de avanço até a faixa entre US$4,62 e US$4,74 trilhões. Isso representaria uma valorização aproximada de 35% (cerca de US$1,35 trilhão), abrangendo todo o ecossistema de ativos digitais.

ETFs, Futuros & On-chain

No dia 21 de outubro, o mercado cripto presenciou uma das maiores liquidações de posições longadas de 2025, com mais de US$1,6 bilhão em vendas forçadas em apenas um único dia.

O movimento foi consequência direta do excesso de alavancagem por parte de traders que, embalados pelo corte de juros nos EUA e pelas máximas históricas nos principais índices de ações, apostaram em uma continuidade da alta sem correções. Esse comportamento gerou desequilíbrio no mercado futuro, forçando os provedores de liquidez, a vender ativos para proteger suas posições e manter a saúde de suas carteiras.

O resultado foi uma correção abrupta, num cenário clássico onde otimismo excessivo acaba alimentando a pressão vendedora e provocando movimentos contrários à expectativa inicial do mercado.

Curiosamente, as maiores liquidações não ocorreram no Bitcoin, que respondeu por menos de US$300 milhões em posições forçadas no dia. O impacto mais severo foi sentido nas altcoins, que somaram mais de US$1,4 bilhão em liquidações, contribuindo para a alta na dominância do BTC.

Já nesta segunda-feira (22), o Ethereum registrou US$516 milhões em liquidações totais, reforçando o cenário de pressão generalizada no mercado cripto.

Nesta sexta-feira (26) ocorre a maior expiração de opções de Bitcoin da história, totalizando mais de US$ 17 bilhões em contratos. O nível de “Max Pain”, ponto de maior prejuízo para o maior número de traders, está posicionado em US$110 mil, o que pode influenciar diretamente a volatilidade e o comportamento dos preços ao longo do dia.

Análise Técnica do Bitcoin (BTC)

O Bitcoin segue consolidado no intervalo entre US$112 mil e US$117 mil, após rejeitar a parte superior do canal e recuar em direção ao principal suporte em US$ 110 mil. Apesar da correção, a perspectiva de médio prazo permanece positiva, desde que o ativo consiga fechar a semana acima de US$113,2 mil, o que abriria espaço para uma retomada altista e possível quebra do padrão de lateralização.

O cenário técnico segue construtivo. A dominância do BTC, que havia perdido o suporte crítico em 59,56%, voltou a subir com força após a liquidação agressiva nas altcoins, reforçando a rotação de capital em direção ao Bitcoin. No mercado spot, o fluxo permanece moderadamente positivo, indicando resiliência do “ouro digital” mesmo em um ambiente de alta volatilidade.

Quais são os gatilhos para o Bitcoin na segunda semana de setembro? A resposta depende do comportamento do preço em relação aos suportes, do fluxo institucional e da dinâmica da dominância,  que seguem como os principais vetores técnicos do momento. Os cenários mais prováveis para esta semana são moderado e otimista, respectivamente, que se constituem da seguinte forma: 

Cenário Otimista:

Encerrar a semana acima de US$113,2 mil, consolidando suporte e abrindo espaço para uma nova tentativa de rompimento da resistência em US$117,5 mil.

Cenário Moderado:

Permanecer dentro do intervalo entre US$110 mil e US$113,2 mil, caracterizando continuidade da lateralização, mas sem comprometimento da estrutura altista de médio prazo.

Cenário de Correção Local:

Um recuo até a região dos US$101 mil se torna um cenário plausível diante de pressões pontuais, sem, contudo, comprometer a estrutura altista no horizonte mais amplo.

Dominância

A dominância do Bitcoin segue sendo um dos indicadores mais relevantes e complexos para a leitura do ciclo de mercado. Após passar um mês em zona de risco mínimo,  condição que historicamente favorece criptos de menor capitalização, vimos as altcoins entregarem retornos parabólicos, superando amplamente a performance do BTC.

Com os indicadores de Altseason atingindo máximas de ciclo, a recente chamada de margem no mercado trouxe a dominância de volta ao patamar de 58,4%. Embora saudável, esse nível ainda está abaixo do ideal para consolidar uma reversão clara de ciclo.

A perspectiva para o Bitcoin segue neutra e com pouca força direcional enquanto a dominância permanecer abaixo de 59,56% e o preço se mantiver no intervalo entre US$112 mil e US$117,5 mil no gráfico semanal. Há, inclusive, probabilidade de recuo para a faixa entre US$110 mil e US$108 mil, o que pode estressar o suporte em US$100 mil, especialmente em caso de pressão no mercado spot.

No cenário ideal, a dominância deveria retomar os 61,10%, acompanhada de uma nova ATH ou consolidação acima de US$117,5 mil, o que permitiria a continuidade de uma altseason prolongada.

Segundo nossa metodologia, o ponto de atenção para realização de lucros em altcoins começa abaixo de 62,58% e se intensifica à medida que a dominância cai abaixo de 59,56%, zona onde a força relativa das altcoins tende a enfraquecer.

Indicador de Altseason: espaço para altcoins depende do rompimento do BTC

O indicador de Altseason atingiu sua máxima pontuação — 100 pontos — sinalizando que, na semana passada, todas as 50 maiores altcoins em capitalização de mercado superaram o desempenho do Bitcoin nos últimos 90 dias.

E agora, qual o rumo da Altseason?

Após a recente correção, o Bitcoin volta a assumir papel central na definição dos próximos movimentos. Se o preço se mantiver lateralizado na faixa atual ou romper a resistência em US$117 mil, a altseason pode ganhar fôlego e se estender. Por outro lado, uma perda da região entre US$110 mil e US$108 mil tende a desencadear uma correção mais severa em todo o mercado cripto.

Apesar do cenário de definição, o viés técnico para o BTC segue otimista, sustentado por um preço ainda acima de US$112 mil, além de fluxo positivo no mercado spot e entrada contínua de stablecoins, dois sinais importantes de sustentação institucional e liquidez.

Análise Técnica do Ethereum

O Ethereum (ETH) perdeu o suporte em US$4,3 mil, invalidando a formação de triângulo equilátero que indicava uma possível consolidação altista. Com isso, o ativo passou a testar seu principal suporte técnico em US$4 mil, região-chave para a manutenção do viés construtivo no curto prazo.

Aster DEX dispara com apoio de CZ e mira liderança entre perp DEXs

Lançada oficialmente em 17 de setembro de 2025, a Aster DEX surge como sucessora da Astherus, com a proposta de entregar uma experiência “CEX-like” para o trading de perpétuos em ambiente DeFi. O projeto rapidamente chamou atenção do mercado, com o token $ASTER valorizando entre 1.500% e 7.000% em poucos dias, impulsionado por tweets de apoio de Changpeng Zhao (CZ) e forte adoção na BNB Chain.

A plataforma já acumula mais de 2 milhões de usuários, com US$255 milhões em open interest e 730 mil traders ativos, liderando os volumes DEX na rede da Binance. Seu diferencial está em oferecer trading com até 100x de alavancagem, liquidez unificada entre chains e negociação de ações tokenizadas via cripto.

A Aster recebeu investimento e mentoria da YZi Labs (novo nome da Binance Labs), com suporte institucional não apenas financeiro, mas também estratégico e técnico, o que posiciona o projeto como um dos preferidos do ecossistema Binance.

Apesar da forte valorização, analistas alertam para a volatilidade do token e a necessidade de cautela. Ainda assim, a Aster já se consolida como uma das principais candidatas a liderar a nova geração de perp DEXs.

Altcoin da semana: Ripple (XRP)

A XRP encerrou, em agosto de 2025, seu longo litígio com a SEC, saindo fortalecida após cinco anos de incertezas. A Ripple pagou uma multa de US$125 milhões, mas evitou a classificação do token como valor mobiliário, uma vitória que abre caminho para adoção institucional e novos produtos regulados.

Desde então, o ativo voltou ao radar de grandes players. A REX Shares lançou o $XRPR, primeiro ETF com exposição direta à XRP nos EUA no dia 18 de setembro. A Ripple também lançou a stablecoin RLUSD e integrou sua rede ao protocolo Wormhole, conectando-se a mais de 35 blockchains, como Ethereum e Solana. No varejo, a Gemini lançou um cartão de crédito com cashback em XRP, fortalecendo seu uso cotidiano. 

Rumores sobre uma possível inclusão da XRP em reservas estratégicas dos EUA e a expectativa de um IPO da Ripple, com valuation projetado acima de US$100 bilhões, adicionam ainda mais tração ao momento positivo. Atualmente, a XRP encontra suporte técnico em US$2,90, com alvos entre US$4,15 e US$5,73. Um fechamento mensal acima de US$3,00 pode confirmar a retomada da tendência de alta.

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Autor
Taiamã Demaman
Economista especializado em Web 3.0, é Líder de Pesquisa na Coinext.
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