Se você já entende como a tecnologia do Bitcoin funciona e como ela permite a descentralização, é hora de entender todo o sistema de negócios que se desenvolveram a partir dele.
Confira abaixo, na lição final desta trilha!
Você entendeu que o Bitcoin permite que usuários negociem entre si diretamente seus ativos, sem intermediários. É o que chamamos de P2P (abreviação de “peer to peer”, em inglês). Em resumo, significa que você vende ou compra um bitcoin diretamente de outro usuário, de acordo unicamente com o preço que ele definir. Assim, não importaria a cotação de mercado, porque cada usuário tem a liberdade para negociar pelo preço que bem entender.
No modelo P2P, a forma de pagamento e a transferência da propriedade do bitcoin são definidos em comum acordo entre as partes, sendo necessário confiar de que as transferências (do valor da compra e da consequente transferência da custódia) serão feitas como combinado. Ou seja, realizar uma transação P2P é arriscado do ponto de vista de confiança de que a outra parte concluirá a transferência como combinado. Para resolver esse problema, existem plataformas P2P.
As corretoras P2P surgem para facilitar a conexão entre as partes. Elas permitem que as partes negociem o valor da moeda pelo preço que quiserem, independente da cotação do mercado, e intermediam a transferência. Ou seja, elas se tornam o elo de confiança que garantem que a transação seja feita como combinado. Para isso, cobram uma porcentagem da transação.
Existem também os marketplaces P2P, que são simplesmente sites que reúnem vários usuários que negociam bitcoin nesse modelo. Eles servem apenas para que usuários se conectem uns aos outros para negociarem. Ou seja, diferente das corretoras P2P, eles não são parte intermediadora da transação, mas apenas “apresentam” as partes. Ou seja, não se responsabilizam pela confiança da transação.
As carteiras de Bitcoin e outras criptomoedas são os locais onde esses ativos ficam armazenados. Carteiras são individuais e possuem um código próprio para que apenas o proprietário a acesse. Esse código é chamado de “Chave Privada”. É essa chave que permite que seus bitcoins fiquem seguros na sua carteira, já que para acessá-la é necessário ter esse código. Ou seja, a Chave Privada deve ser mantida segura pois ela permite acesso à sua carteira.
As carteiras são a origem e o destino nas transações de criptomoedas, de onde você enviará e onde receberá seus ativos. Para isso, além da chave privada, sua carteira também terá uma “Chave Pública”, que é como o número da sua conta em um banco tradicional. Essa chave pública é usada para gerar códigos chamados de endereços, para outros usuários transferirem criptomoedas para sua carteira. Da mesma forma, para enviar os ativos da sua carteira para outro usuário, você precisará de um endereço gerado pela chave pública dele.
É o tipo de carteira que fica armazenada na nuvem. Assim, ela pode ser acessada de diferentes dispositivos, bastando ter uma conexão com a internet. Por esse motivo, ela é mais prática e bem conveniente. No entanto, é mais suscetível do ponto de vista de segurança.
São alguns exemplos: corretoras como a Coinext.
São carteiras que funcionam em um aplicativo no celular. Você baixa um aplicativo de carteira e mantém controle sobre seus ativos. É mais segura que uma carteira online. No entanto, os grandes riscos das carteiras mobile são problemas como a perda do celular. Além disso, como está em um dispositivo conectado à internet, é possível haver brechas de segurança.
São alguns exemplos: Coinomi, Jaxx Wallet
Assim como as de aplicativo para celular, a carteira para computador é um software baixado e instalado no PC que tende a ser mais segura que as online. No entanto, é importante manter sua máquina sempre atualizada, com antivírus e outras barreiras de segurança.
São alguns exemplos: Jaxx Wallet, Exodus
São pequenos dispositivos, normalmente no formato de pendrive, com uma porta USB. É mais segura por ser um dispositivo que está na maior parte do tempo offline, sem acesso à internet. Além disso, é bem prática, pois você pode plugá-la no computador, transferir seus ativos de várias plataformas e depois desconectá-la.
Um dos pontos que pode ser negativo para algumas pessoas é o preço, pois tende a ser mais caro que outras opções. No entanto, é uma das opções mais seguras.
São alguns exemplos: Ledger, Trezor
De longe, as carteiras de papel são a opção mais segura para armazenar seus ativos. Isso porque é uma cópia física da sua chave privada. Na prática, você terá escrito ou impresso em uma folha de papel suas chaves privada e públicas, podendo inclusive ter os QRs Codes impressos.
O risco é você perder esse papel e não ter uma cópia. Por isso é sempre importante manter um backup seguro, como em um cofre.
São os termos usados para diferenciar as carteiras que estão online ou offline. Enquanto as hot wallets são conectadas à internet, ficando mais suscetíveis a ataques, as cold wallets ficam desconectadas da rede.
As corretoras de criptomoedas, em resumo, intermediam a compra e venda entre usuários, cobrando uma taxa para cada negociação realizada. Elas têm como referência a cotação média do bitcoin no mercado global, mas têm pequenas variações entre si devido a cada uma delas ter uma quantidade específica de clientes e de custódia de bitcoins para negociarem.
Corretoras de criptomoedas funcionam como uma Bolsa de Valores, com a diferença principal de que, enquanto as ações de uma empresa são negociadas em bolsas específicas, as criptomoedas são negociadas por várias corretoras ao mesmo tempo. Assim, cada corretora tem uma espécie de “mini mercado” próprio. O resultado disso são pequenas variações de preço do bitcoin entre as corretoras, mesmo que todas tenham referência do preço global de moeda.
Muitos usuários confundem os conceitos de corretora e carteira. Se você tem bitcoins em uma corretora, você na verdade não tem uma carteira nela. Ou seja, corretora não é carteira. Os endereços de origem ou destino das suas transações em uma corretora são na verdade para a carteira da própria corretora. Isso significa que aqui na Coinext, por exemplo, apenas mantemos seus bitcoins custodiados em uma carteira nossa. Os bitcoins são identificados como seus se chegam por um endereço gerado por você.
Se você não tiver perspectiva de negociar bitcoins, o ideal é que você os mantenha em uma carteira própria.
OTC é um termo emprestado do mercado tradicional que significa ‘Over the Counter’. No mercado de criptomoedas, é usado para as grandes quantidades negociadas a um preço fixo. E por quê realizar transações OTC?
Imagine, por exemplo, que você queira comprar 10 bitcoins. Se você fosse comprar essa quantidade usando o livro de ofertas (book) de uma corretora, você começaria com os preços mais baixos e, até completar os 10, você iria avançar sobre as ordens de valores de venda mais altos. Com o OTC, você faz uma comunicação direta com o vendedor para fechar o valor da quantia total, pagando um valor fechado, não precisando “escalar” o livro.
Em resumo, o OTC tem como vantagem: conclusão de transações mais rápidas para grandes quantias, cotação travada e atendimento exclusivo.
Como você aprendeu na lição 4, a mineração de bitcoin é o que permite que a Blockchain mantenha atualizada todas as transações que aconteceram na rede. Com isso, muitas pessoas optam por se tornarem mineradores ou integrarem um hub de mineração, que junta o poder de processamento de vários computadores, para receberem os bitcoins pagos como recompensa pela inclusão de transações na rede.
As pirâmides financeiras já são conhecidas no mercado muito antes das criptomoedas. A lógica desse tipo de fraude é simples: você dá dinheiro em troca de promessas de ganhos, enquanto divulga para mais pessoas entrarem no mesmo negócio.
Enquanto novas pessoas estão entrando e colocando dinheiro, a promessa da empresa é cumprida. Afinal, há fluxo de caixa que pode ser usado para pagar os usuários anteriores. Até que não é mais sustentável, pois os ganhos prometidos não encontram espaço na realidade de qualquer mercado. O pagamento realizado pelos novos usuários na entrada são usados para pagar os anteriores, mas em algum momento a entrada de novos não é suficiente para pagar os antigos.
O Guilherme, do canal do YouTube Criptomaníacos, gravou um vídeo em parceria com a Coinext para explicar como funcionam as pirâmides e outras empresas fraudulentas de criptomoedas. Veja as dicas de como evitar cair nesses golpes. Assista: