Bitcoin e Dólar: Como o dólar influencia nas criptomoedas

Qual a relação entre Bitcoin e dólar? Como o dólar influencia seus investimentos em criptomoedas? Veja a relação entre o preço de BTC e a valorização do dólar.

José Artur Ribeiro
Última atualização:
19/4/2024

Muita gente se pergunta qual a relação entre Bitcoin e dólar, principalmente quando falamos sobre os impactos da cotação de um no preço de outro. A verdade é que a influência do dólar nas criptomoedas vai muito além da cotação.

O dólar é uma das maiores moedas fiduciárias do mundo, utilizada em escala global como referência para a cotação dos maiores ativos financeiros e para sistemas de pagamentos. Assim, é fundamental entender a dinâmica do dólar e como sua flutuação pode interferir no universo cripto, incluindo a cotação das criptomoedas em reais (BRL).

Nesse artigo, você entende os seguintes tópicos sobre Bitcoin e Dólar

  • Bitcoin e dólar: Principais diferenças
  • A influencia do dólar nas criptomoedas
  • Stablecoins e a proteção contra a volatilidade cripto

Diferenças entre Bitcoin e dólar

Para começarmos, vamos entender o básico do básico. Não tem como falar sobre a influência do dólar em criptomoedas sem fazer a comparação com aquela que representou o começo de tudo, o Bitcoin.

Se você já acompanha o mercado cripto, consegue entender e explicar facilmente as diferenças entre uma moeda e outra. Mas aqui vamos ressaltar novamente, afinal, a proposta das duas moedas são bastante diferentes.

Bitcoin

O Bitcoin é uma criptomoeda, ou seja, uma moeda que só existe digitalmente, possui um código-fonte aberto e é totalmente descentralizada.

Na prática, isso significa que ela é passível de ser comprada e vendida apenas no meio digital, que qualquer programador ou desenvolvedor consegue acessar o seu código pela Blockchain e que ela não é regulamentada ou controlada por alguma entidade ou servidor central. Sua cotação é definida unicamente pela movimentação do mercado, ou seja, a força compradora e vendedora, já que a moeda não possui lastro.

Todas as transações que envolvem o Bitcoin só ocorrem dentro da Blockchain, que funciona como um grande livro contábil que registra todas as transações que acontecem entre os investidores da moeda. Essas transações, são protegidas por criptografia e ocorrem anonimamente, praticamente impossíveis de terem interferências.

Apesar das transações ocorrerem de forma anônima, os valores e o volume de moedas negociadas ficam dispostos no Livro de Ofertas, e você consegue acompanhar como estão as negociações no mercado.

E por fim, o Bitcoin tem seu protocolo único de mineração, que é o processo pelo qual as transações da Blockchain são validadas e os mineradores (pessoas que estão validando estas transações) são recompensados pelo trabalho em unidades de Bitcoin.

Essa é a maneira que se inserem mais unidades da moeda no mercado. Porém, ele possui um número de limite de unidades que podem estar em circulação no mercado, de 21 milhões de bitcoins,  e controla a emissão das moedas diminuindo pela metade esta recompensa dos mineradores a cada 4 anos aproximadamente. Isso faz com que o Bitcoin adquira características deflacionárias e de escassez, sendo valorizado ao passar dos anos. 

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Dólar

Já o dólar possui diferenças fundamentais. A moeda, que já foi lastreada ao ouro, hoje em dia é lastreada pelo Banco Central dos EUA, o Federal Reserve. Ou seja, ela é uma moeda que é completamente centralizada, que é regulamentada e controlada por uma única instituição financeira, o FED.

Isso também implica na emissão de dólares, que também é função de controle do FED, e não possui um número limite de dólares que podem estar em circulação. À medida que o governo dos EUA entende que é necessário, eles emitem e injetam mais moedas no mercado, o que pode acarretar em sérias consequências como inflação, perda do poder de compra da população e desvalorização do dólar frente outras moedas.

A influência do Dólar no Bitcoin e outras criptomoedas

Como já mencionamos no texto, os Estados Unidos é uma potência econômica global. A grande maioria das commodities de maior valor são negociadas em dólar, como petróleo, ouro, prata e outros metais preciosos, além do fato de que a maior parte dos bancos centrais dos países também detêm significativas reservas de dólares.

Tudo isso fez com que a moeda, ao longo dos anos, adquirisse uma espécie de status de reserva mundial, tornando-se praticamente um padrão na precificação das coisas, um ponto de referência.

Portanto, faz todo sentido acompanhar os movimentos da moeda, que é praticamente universal, ao realizar seus investimentos em criptomoedas. Não é que ela vá influenciar sobre a cotação da moeda diretamente, a não ser que ela seja lastreada ao dólar, como o caso da stablecoin Tether (USDT), mas o dólar influencia no cenário macroeconômico, que por sua vez influencia nas criptomoedas.

Para facilitar sua vida, separamos alguns pontos importantes que sugerimos que você acompanhe:

Cotação do dólar no Brasil (USD x BRL)

O primeiro e mais óbvio é acompanhar a cotação do dólar na sua moeda local, como o real no Brasil. O Bitcoin, assim como a maioria das criptomoedas, é cotado globalmente em dólar. Se você ler algum artigo, assistir algum vídeo de análise ou mesmo passar por algum post nas redes sociais, repare que é praxe passar a cotação das moedas em dólar.

Sendo assim, é importante que você saiba qual é a cotação atual do dólar para fazer as conversões entre as moedas para o real. Isso é importante, porque muitas vezes a variação das criptomoedas no Brasil pode simplesmente estar relacionada a uma variação do Dólar aqui.

Então, ao ver um recuo ou valorização das criptos em reais (BRL), vale conferir se é uma variação da cotação do dólar no Brasil, ou realmente uma oscilação das criptos lá fora.

Para ficar mais claro, observe as tabelas abaixo com cenários hipotéticos demonstrando como poderiam acontecer situações em que houve variação do dólar e variação na cotação da própria criptomoeda e busque compreender como o preço final da cripto foi afetado em todos os cenários. Utilizamos o Bitcoin como moeda exemplo para as seguintes comparações com o dólar.

Considere que a linha do meio das tabelas representa a variação percentual de cada moeda. Preços e variações hipotéticos também. Utilize as tabelas apenas para compreensão do impacto do dólar na cotação das criptomoedas.

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Cenário 1 - Variação diferente entre Bitcoin e Dólar

Preço do Bitcoin variou positivamente 5%, enquanto o preço do dólar variou negativamente 5%. Na terceira coluna, simulamos o valor do Bitcoin, em reais, considerando ambas as variações.

Bitcoin x Dólar: Como o dólar influencia nas criptomoedas
(Imagem: Coinext)

Cenário 2 - Variação positiva para Bitcoin e Dólar

Preço do Bitcoin variou positivamente 5%, e o preço do dólar também variou positivamente em 5%. A terceira coluna demonstra como ficou a cotação final do Bitcoin em reais, com a valorização do dólar.

Bitcoin x Dólar: Como o dólar influencia nas criptomoedas
(Imagem: Coinext)

Cenário 3 - Variação unilateral entre Bitcoin e Dólar

Preço do Bitcoin não variou no período, enquanto o preço do dólar variou negativamente em 5%. A terceira coluna demonstra como ficou a cotação final do Bitcoin em reais, com a cripto se mantendo no mesmo valor em dólar, porém com a desvalorização do dólar perante o real.

Bitcoin x Dólar: Como o dólar influencia nas criptomoedas

Relação entre inflação, taxa de juros e Bitcoin

Além da relação direta entre Bitcoin e Dólar, a moeda também impacta outros índices que interferem diretamente a performance de ativos como as criptomoedas.

Um dos principais termômetros da economia norte-americana é a taxa de juros, índice diretamente relacionado com a inflação. De acordo com o mercado, em época de alta da taxa de juros, ativos mais voláteis como criptomoedas e ações tendem a ter uma demanda reduzida, aumentando a procura por investimentos mais conservadores.

Por outro lado, alguns especialistas acreditam que essa relação pode mudar em um médio prazo. Para muitos, ao longo do tempo as outras criptomoedas serão consideradas ativos de segurança, alterando a correlação entre taxa de juros e Bitcoin, por exemplo.

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Investidores norte-americanos no mercado cripto

Para entendermos melhor a relação entre Bitcoin e Dólar também precisamos falar sobre a importância e o impacto da economia norte-americana para o mercado mundial. Se a gente considerar todas as localidades que utilizam o Dólar como moeda oficial, fica simples entendermos a importância dessa moeda para a economia mundial.

Porém, quando fazemos o recorte para os EUA o peso do cenário fica ainda mais significativo. Principalmente se pensarmos no que representa a parcela de investidores estadunidenses no mercado cripto. Um estudo recente da Chainalysis, uma das principais empresas que fornecem dados sobre o mercado cripto, analisou os ganhos em Bitcoin por país em 2020.

Os Estados Unidos foi o país que ficou em primeiro lugar, com US$4,1 bilhões de lucro, valor muito superior ao visto pela segunda posição, que foi a China, com US$1,1 bilhão. Ou seja, de uma forma ou de outra, podemos concluir que o dólar movimenta (e muito!) as criptomoedas, por investidores institucionais ou mesmo por pessoas físicas.

Stablecoins e a proteção contra a volatilidade cripto

Stablecoins, como seu próprio nome já sugere, são criptomoedas mais estáveis, ou seja, menos voláteis. São criptomoedas que possuem lastro em alguma moeda fiduciária. As mais comuns e famosas possuem lastro ao dólar, como o Tether (USDT), disponível aqui na Coinext, a DAI, Paxos Standard (PAX) e USDC.

A volatilidade é uma das características mais notáveis das criptomoedas, diz respeito à capacidade das moedas de variarem seus preços num curto espaço de tempo. Para alguns, isso é justamente o ponto chamativo, que torna o investimento interessante e as possibilidades de ganhos maiores, nas oscilações diárias. Para os que são mais fãs de estabilidade, mas ainda assim acreditam nas criptomoedas e querem participar deste investimento, as stablecoins são uma ótima opção. 

Quer entender mais sobre as stablecoins? Assista ao vídeo abaixo e veja os detalhes sobre as criptomoedas estáveis.

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Dolarização de patrimônio com criptomoedas

Momentos de queda do dólar representam ótimas oportunidades para os investidores dolarizarem seus patrimônios. A compra de stablecoins é uma maneira de investir em criptomoedas, diversificar seu portfólio e dolarizar seu patrimônio com reservas de valor. 

Podemos concluir então que dolarizar seu patrimônio por meio de stablecoins é uma estratégia de investimentos e é muito mais fácil e rápido do que recorrer a uma casa de câmbio, por exemplo. Além é claro da praticidade de armazenamento das moedas na própria corretora ou uma carteira digital. Se você ainda lida com transações e pagamentos em dólares a comodidade é ainda melhor, pois tudo isso pode ser feito de maneira bem mais rápida, barata e segura. 

É uma alternativa para proteger seu patrimônio das bruscas variações características das criptomoedas, mas ao mesmo tempo, participar do mercado cripto, que está em pleno crescimento e cada vez mais se consolidando na sociedade.

São também uma ótima recomendação para que investidores mais conservadores, porém com aquela pontada de curiosidade sobre o mercado, possam entrar no mesmo, sem comprometer sua reserva de emergência e ir se acostumando aos poucos com o modelo de negociação e trade característico dos criptoativos. Uma vez que o investidor conhece o mercado e vai, no seu tempo, se sentindo mais a vontade e seguro, ele poderá futuramente começar a alocar seu dinheiro em criptomoedas, de forma muito mais tranquila e segura.

Agora que você sabe a relação entre Bitcoin e Dólar, já consegue dar o próximo passo de forma mais segura ao investir em criptomoedas. Abra sua conta grátis agora mesmo e explore essas possibilidades.

Sobre o autor
José Artur Ribeiro
Um dos fundadores e CEO da Coinext. Economista formado pela Università di Roma (Itália) e investidor em criptomoedas desde 2014. Possui mais de 15 anos de experiência em cargos de liderança. Foi CFO da Hexagon Mining e CFO da Vodafone Brasil. Trabalhou também em multinacionais como Airbus Industries (França) e PricewaterhouseCoopers (Itália e Brasil).
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