Por que o Bitcoin está caindo? 3 fatores por trás dessa queda

Por que o Bitcoin está caindo? Essa é a pergunta fundamental para o investidor de criptomoedas na baixa. Entenda 3 motivos importantes para a queda de 2022.

José Artur Ribeiro
Última atualização:
1/8/2023

Após os meses conturbados do primeiro semestre de 2022, o mercado de criptomoedas continuou sofrendo com o cenário macroeconômico complicado. E o fechamento do ano tem reservado mais desafios para o criptomercado, diante da crise de grandes empresas do setor. Em meio a tudo isso, a pergunta que fica com o investidor é: por que o Bitcoin está caindo tanto?

Neste artigo, levantamos alguns dos principais fatores que podem estar impactando o preço do Bitcoin nos últimos meses, para que você possa compreender melhor o momento da maior criptomoeda do mercado. Continue lendo para entender:

  • O que está acontecendo com o Bitcoin em 2022?
  • Por que o Bitcoin está caindo tanto?
  • Quanto o Bitcoin ainda pode cair?
  • Vale a pena comprar Bitcoin hoje?

O que está acontecendo com o Bitcoin em 2022?

O mercado de cripto está passando por momentos desafiadores em meio ao cenário macroeconômico marcado pela alta da inflação e a uma fase de elevação da taxa de juros, além do iminente risco de uma eventual recessão na economia mundial.

A principal criptomoeda do mercado tem sentido os impactos do bear market. O Bitcoin registrou seu pior trimestre em 11 anos, com o preço caindo da faixa dos US$45 mil no início de abril para US$19 mil ao final de junho, o que representa uma perda de 56,2%. Em novembro, o Bitcoin caiu abaixo dos US$17 mil, atingindo uma nova mínima de dois anos.

Outros fatores como o contexto econômico decorrente da guerra na Ucrânia e a derrocada de importantes projetos do setor cripto também têm impactado o preço do Bitcoin.

Em cenários como esse, comprar Bitcoin hoje pode valer a pena para quem investe em BTC visando o longo prazo, aproveitando a oportunidade para comprar a criptomoeda a um preço mais baixo e melhorar o preço médio. 

Nesse caso, lembre-se sempre de ter cautela em realizar sua análise individual e considerar seu perfil de investimento antes de qualquer operação.

A seguir, detalhamos cada um desses fatores para que você entenda por que o Bitcoin está caindo e o que esperar dos próximos meses. Afinal, compreendendo melhor o momento do ativo, fica mais fácil se preparar para seus investimentos.

por que o bitcoin esta caindo - criptomoedas variadas

Por que o Bitcoin está caindo tanto?

  1. Política de aperto monetário americana
  2. Efeitos do conflito entre Rússia e Ucrânia
  3. Quebra de importantes projetos cripto

Veja abaixo os detalhes sobre principais motivos que podem estar influenciando a queda do Bitcoin e como esses fatores podem afetar seus investimentos:

1. Política de aperto monetário americana

Não é novidade que as decisões econômicas tomadas pelos Estados Unidos impactam o mundo inteiro, e com as criptomoedas não tem sido diferente.

Em junho, o Federal Reserve, o banco central dos EUA, elevou as taxas de juros em 0,75 ponto porcentual, o maior desde 1994 e acima do que era esperado pelo mercado. Esse aumento se repetiu novamente em novembro.

Entre os principais fatores que motivaram o aumento dos juros pelo banco central americano está a alta inflação no país e a necessidade de estabilizar o nível geral de preços com a retomada pós-pandemia, movimento que acaba causando um estresse global.

Como o setor de criptoativos está cada vez mais relacionado à economia mundial, apresentando uma movimentação muito similar ao mercado de tecnologia americano, a dinâmica do Bitcoin tem seguido a mesma do mercado de ações e o aumento da taxa de juros pelo FED acaba afetando também as criptomoedas.

Isso causa um sentimento de aversão ao risco nos investidores, que acabam migrando dos investimentos de renda variável e maior volatilidade, como as próprias criptomoedas, para a renda fixa, derrubando o preço do BTC e dos demais criptoativos.

Portanto, é importante investidores acompanharem cautelosamente o desempenho de ações e criptomoedas.

2. Efeitos do conflito entre Rússia e Ucrânia

As crises econômicas dos últimos anos, como os impactos vindos da pandemia e o aperto monetário do FED, evidenciaram que, em momentos de estresse global, o mercado de criptomoedas não se mantém mais tão descorrelacionado do mercado de ações como já foi um dia.

O início do conflito armado entre Rússia e Ucrânia também reforçou esse fato, pois o pânico e incerteza levaram a uma fuga de capital dos investimentos considerados de risco. E agora que investidores institucionais passaram a aderir ao investimento em Bitcoin, essa correlação entre BTC e o mercado acionário se tornou inevitável.

Passados quatro meses desde o início da guerra, ainda não há perspectiva para o final do conflito. Isso, somado aos altos níveis de inflação e ao risco de uma recessão mundial, faz com que o receio sobre os momentos de tensão global continue entre criptoinvestidores.

Por outro lado, o Bitcoin sempre se destaca como uma forma de manutenção da liberdade financeira, o que também ficou mais evidente com o aumento da busca por moedas alternativas na Rússia após o começo do conflito.

Nesses momentos, é ainda mais importante que investidores entendam a importância de conhecer bem os fundamentos do Bitcoin, que permanecem sólidos. Historicamente, o BTC segue sendo um ativo que oferece bons retornos ano após ano e, no longo prazo, nada mudou.

3. Quebra de importantes projetos cripto

Nos últimos meses, a quebra de relevantes projetos do setor cripto também afetou os preços das criptomoedas em geral e colaborou para aumentar ainda mais o medo entre criptoinvestidores.

A primeira derrocada de maior peso no ano dos criptoativos provavelmente foi a quebra da Terra (LUNA e UST), projeto até então entre o top 10 do mercado, que gerou imensos prejuízos aos investidores.

Após a perda de paridade da stablecoin UST ao dólar, o token LUNA chegou a perder 99% do seu valor em sete dias. De acordo com dados do CoinMarketCap, o preço da criptomoeda foi de US$86 a US$0,02 em apenas uma semana.

Além dessa criptomoeda, a falência da Three Arrows Capital, um importante fundo de hedge do setor, também abalou o mercado cripto.

Já em novembro, o mercado cripto foi impactado com as notícias de que a FTX, uma das maiores empresas do setor, estaria insolvente e, portanto, sem liquidez para cumprir com o saldo dos clientes.

Diante do medo de mais um colapso de uma grande empresa cripto, uma onda de novas quedas e liquidações atingiu o mercado. O Bitcoin chegou a cair abaixo de US$17.000, o menor preço desde 2020.

Esses movimentos acabam gerando quedas e mais volatilidade no preço do Bitcoin e das demais criptomoedas, evidenciando a importância de diversificar os investimentos e não fazer alocações de capital em apenas um ativo ou plataforma.

Isso porque a diversificação é uma forma efetiva de diluir riscos e obter mais espaço de manobra para driblar a volatilidade, para não depender das variações de um único ativo.

Quanto o Bitcoin ainda pode cair?

Antes de continuarmos, é importante destacar que o mercado oscila entre ciclos de baixa e de alta. E quando se trata de um ativo sólido como o Bitcoin, períodos de criptomoedas em baixa como este não significam que o BTC ficará em queda para sempre. Portanto, lembre-se de seguir a razão e de se manter fiel à sua estratégia.

Dito isso, o cenário macroeconômico deve continuar pressionando o preço dos ativos de risco. Além disso, a crise envolvendo a FTX é provavelmente o maior choque sofrido pelo mercado cripto em anos, e ainda sem muitos esclarecimentos ou perspectivas de uma solução certa.

Com isso, o preço do Bitcoin pode sofrer novas quedas e podemos dizer que ainda estamos diante de uma tendência de baixa.

Analistas acreditam que o momento atual pode ser interessante para o investidor ir montando posição na criptomoeda aos poucos, mas esta análise deve ser feita de acordo com seu próprio perfil de investimento e exige cautela, afinal, não é possível prever com exatidão o fundo até onde o mercado pode chegar.

O Bitcoin vai cair mais?

É sempre importante reforçar que é impossível ter certeza sobre o futuro de uma criptomoeda. O que fazemos é apresentar um cenário provável diante da tendência atual e dos movimentos recentes do criptoativos.

Portanto, não deixe de acompanhar frequentemente a performance do Bitcoin e as principais notícias sobre a criptomoeda, visto que o mercado pode mudar rapidamente.

Além disso, destacamos que não existe dúvida sobre o fato do BTC figurar na lista das melhores criptomoedas para investir, sobretudo pensando no longo prazo. Isso porque os fundamentos da criptomoeda continuam intactos.

Vale a pena conferir o vídeo a seguir, onde falamos sobre as possibilidades do Bitcoin cair mais no segundo semestre de 2022. Confira o vídeo:

Vale a pena comprar Bitcoin hoje?

Depois dessas informações, a dúvida que fica é se vale a pena comprar Bitcoin hoje ou é preciso esperar mais.

Como você sabe, é impossível afirmar que algo vai realmente acontecer.

No entanto, podemos encontrar alguns sinais. O primeiro deles é o comportamento de grandes investidores, que estão aproveitando o momento para comprar mais BTCs, aumento a carteira de forma gradual.

Além disso, também é possível citar estratégias como a compra gradual para reduzir o preço médio do ativo e aumentar a rentabilidade, sobretudo acreditando em um longo prazo.

Para entender mais sobre esse momento, assista ao vídeo abaixo e veja outros detalhes:

Aqui na Coinext você encontra conteúdos em diversos formatos em nosso Blog, Coinext Educação e YouTube para se atualizar sobre os principais eventos relacionados ao mercado cripto. Acesse nossos conteúdos e entenda todos os detalhes sobre o mercado de criptomoedas, aqui, você encontra respostas e análises como essa sobre os motivos do Bitcoin estar caindo.

Sobre o autor
José Artur Ribeiro
Um dos fundadores e CEO da Coinext. Economista formado pela Università di Roma (Itália) e investidor em criptomoedas desde 2014. Possui mais de 15 anos de experiência em cargos de liderança. Foi CFO da Hexagon Mining e CFO da Vodafone Brasil. Trabalhou também em multinacionais como Airbus Industries (França) e PricewaterhouseCoopers (Itália e Brasil).
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